Capítulo 5

1.3K 166 40
                                    

|Enzo

Quando chego em casa já está escuro e encontro meus pais sentados no sofá da sala assistindo uma novela. Minha mãe amava, assim como meu pai, mas ele negava, apenas dizia que gostava de fazer companhia a minha mãe. Assim que eles me veem segurando um bebê conforto de um lado e uma mala do outro, ficam sem entender.

— O que aconteceu, filho? — Minha mãe é a primeira a se levantar.

— Miriam foi internada, teve um surto durante uma sessão de fotos. O médico achou melhor internar ela em uma clínica psiquiátrica — Solto a mala no chão e posiciono o bebe conforto no sofá — O Joshua não tem ninguém além da mãe. Miriam não tem mais parentes vivos.

— Meu Deus, pobre bebê — Minha mãe funga e retira ele da cadeirinha. — Ele é tão pequeno filho — Beija sua cabecinha careca — E se ela não ficar boa? — Dou de ombros.

— Eu realmente não sei, mãe — Passo as mãos no rosto já cansado — Não faço ideia de como cuidar de uma criança. Não acompanhei o crescimento nem da minha irmã nem da minha sobrinha. Não sei nada — Deixo meu corpo cair no sofá.

— Calma meu filho, nós vamos te ajudar e ajudar esse bebê, até que a mãe dele esteja bem, ok? — Meu pai coloca a mão no meu ombro me confortando.

— É claro que vamos ajudar meu filho — Minha mãe sorri, enquanto aninha o pequeno nos braços — A casa estava mesmo precisando de uma criança — Acabo sorrindo.

— Vou na garagem pegar o berço da Lis — Meu pai diz animado — E você ainda queria que eu doasse — Meu pai olha para minha mãe que sorri.

— Como eu iria imaginar que a essa altura teríamos um bebê em casa? — Ela pergunta.

— Você disse a mesma coisa quando engravidou da Lis. Então é sempre bom ter um, ainda mais com nossos futuros netos vindo por ai, ou você acha que vai demorar pra Laura engravidar de novo? — Ele coça a cabeça e vai em direção a garagem.

— Realmente, com quatro filhos é de se imaginar muitos netos a caminho — Ela diz e se vira para mim — Você precisa procurar o Gabriel e vê as questões legais. Você não pode simplesmente ficar com o bebê — Minha mãe está bem preocupada, acho que só a possibilidade de um problema com a justiça já deixa ela nervosa.

— Eu sei — Suspiro. — Amanhã vou correr atrás disso tudo — Pego a carteira que estava na bolsa da Miriam e tiro um cartão de lá — Encontrei isso — Entrego o cartão a minha mãe que lê.

— Em caso de falecimento entrar em contato com esse número — Ela me olha assustada — É um escritório de advocacia — Fala e me entrega o cartão de novo.

— Sim. E deve ser recente, já que não voltamos a tanto tempo — Minha mãe concorda com a cabeça.

— Eu tenho tanta pena dessa moça. Sozinha, viúva, sem família alguma para dar suporte. Quando eu estava gravida do Pedro, só pensava o que seria dele se algo acontecesse comigo, mas então eu reencontrei seu pai. Mesmo depois da separação eu sabia que ele não ficaria desamparado, pois tinha a Anne — Ela da uma pausa ao se lembrar da melhor amiga que morreu anos atrás — Seus avós e tias. Eu sabia que ele teria suporte, mas essa menina está realmente sozinha. Você tem certeza que ela não tem ninguém?

— Bom quando o Juan começou a sair com ela, ele me contou que ela tinha perdido os pais ainda jovem e foi criada por uma tia, que faleceu também. Então acho que ela é sozinha mesmo, ou tem uma família que desconsidera totalmente. Ela e o Juan casaram bem rápido e ele também não tinha ninguém além de um irmão que está preso por tráfico de drogas, então é aquilo. O bebê não tem ninguém.

Hoje e Para SempreWhere stories live. Discover now