Capítulo 21

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|Mariah| 

— Promete que vai jantar lá em casa hoje? — Enzo me pergunta pela milésima vez. Acho que no fundo ele acredita que eu vá fugir dele no segundo que ele se afastar. Pura bobagem.

— Prometo — Ele tem um sorriso derretido. Lembra muito o jovem que conheci e me apaixonei. Aquele jovem que ninguém conseguia lidar, mas que era tão doce a seu modo.

— Que horas eu te busco? — Reviro os olhos.

— Eu tenho carro, esqueceu? te encontro lá as sete.

— Vou estar te esperando só de avental, então não falte, ou vai perder o show — A imagem dele só de avental com todos esses músculos, manda uma mensagem direta para o meio das minhas pernas e cruzo elas. Ele percebe e sorri. — De noite eu prometo que essa dor vai passar completamente. — Tenho vontade de subir no colo dele e acabar com esse tesão de uma vez, mas estamos em uma rua residencial e tem um bebê no banco de trás.

— Promessas — É tudo que digo a ele antes de sair do carro e entrar.

Entro cantarolando uma música qualquer e encontro minha mãe tomando uma xicara de café na cozinha. Ela sorri para mim.

— A noite foi boa? — Minha mãe nunca teve pudor ao me perguntar sobre sexo. Ela sempre foi bem aberta em relação a isso. Meu pai não gosta de ouvir, mas ela aproveitou muito sua vida de modelo fora do pais. 

— Perfeita, estava com Enzo — Resolvo contar ela me olha muito surpresa.

— Por essa eu realmente não esperava. Vocês voltaram? — Pergunta ansiosa.

— Não. Nós recomeçamos, do zero. Não somos mais as mesmas pessoas e decidimos seguir sem olhar para trás — Ela sorri orgulhosa e vem até mim, me dando um abraço.

Rebeca e eu temos muitas diferenças. Ela não consegue entender tanto meus sentimentos, como o papai, mas ela sempre tentou. Sempre esteve ali, mesmo que fosse apenas para segurar minha mão. Eu realmente tive sorte. Duas mães maravilhosas. 

— Fico tão feliz por vocês dois — Ela se afasta e seus olhos me encaram emocionados — Sempre soube que era ele seu par. Foi assim com seu pai também, não importou quantos anos ficamos longe um do outro, quando nos reencontramos, parecia que nem um único dia tinha se passado. Você se sente assim? — Afirmo emocionada, como uma adolescente.

— O que você acha de eu ir morar com ele? — Ela sorri.

— Acho que estão atrasados — Abraço ela mais uma vez.

— Enzo disse o mesmo. Não quero apressar as coisas — Ela faz um gesto com a mão como se fosse besteira.

— Não tem receita certa, meu amor. Vocês são adultos, tem sua independência. Se mudar hoje para casa dele ou em um ano, não faz diferença. Faça o que sente vontade e no fim saiba que sempre terá essa casa para voltar, mas tenho certeza que esse não é o caso. — Eu também sei que não é, que no momento que eu sair de casa, não terei motivos para voltar.

— Vou arrumar minhas coisas — Digo animada.

— Quer ajuda? 

— Sim — Seguro sua mão e juntas vamos para meu quarto.

Ficamos horas definindo o que vou levar. Todas as roupas que venho usando nos últimos anos ficam para trás. Roupas pesadas que carregam uma personagem que criei para fugir da realidade. Minhas peças antigas são colocadas nas duas malas.

— Estão com cheiros de guardadas, vou colocar na maquina de lavar. No fim do dia te entrego elas, tudo bem? — Afirmo com a cabeça e empacoto itens pessoais e de higiene. Estou tão animada. 

Hoje e Para SempreWhere stories live. Discover now