Amor em dobro

CAPÍTULO 12

Após aquela horrível festa, Camila e Mônica não tinham mais coragem de sair de casa. A vida delas não tinha mais graça. Elas estavam devastadas, e não tinha ânimo para mais nada. Lucas tinha quebrado o coração das duas, de um modo horrível. Depois de tudo aquilo que tinha acontecido, elas não tinham mais felicidade nenhuma. O Lucas foi o primeiro namoro delas, então aquilo destruiu elas por dentro. Ser feliz novamente seria um desafio muito difícil, seria uma tarefa difícil demais para continuar. Já tinha se passado uma semana de tudo aquilo, mas parecia uma eternidade.

— Vovó, oque vai ser de mim agora? Depois de toda a humilhação que eu sofri ontem, eu não tenho mais coragem de sair na rua. Está todo mundo falando disso. — Mônica dizia, chorando no colo de Cecília.

— Agora, sabe oque vai fazer? Você vai seguir a vida, Mônica. Eu sei que isso dói muito, mas não vai doer para sempre. Dores passam, e feridas cicatrizam. Podem deixar marcas, mas cicatrizam. Decepções amorosas parecem ser a maior dor do mundo, mas eu te garanto que você vai ter dores piores, porque essa é a vida, ela é triste também. — Cecília fazia carinho em Mônica.

— Como eu pude ser tão estúpida? Eu fui uma completa idiota, uma menina tola de ter acreditado no Lucas. Mesmo com todos vocês me avisado, mesmo com todos vocês me alertando sempre. Eu me deixei ser cega pelo amor, e agora eu estou aqui, igual uma idiota, chorando por alguém que não merece.

— O amor é uma coisa linda, mas ele também pode ser uma terrível tristeza. Você só tem que tomar mais cuidado quando escolher a quem vai entregar seu coração. E no fundo, isso vai ser um aprendizado muito importante na sua vida. Eu sei que não parece, mas confia no processo. — Cecília beijava a mão de Mônica.

— Então no meu caso, o amor foi só terrível mesmo. Tudo aquilo que eu vivi, ele vivia com ela. Tudo que ele falava para mim, ele falava para ela. Eu não era única, eu só era outra na vida dele, e é isso que doí mais. Essa dor no meu peito, ela está insuportável. — Mônica começava chorar mais.

Cecília não dizia mais nada, apenas observava ela no seu colo. Ela agora sabia que ia demorar até Mônica se recuperar, mas faz parte da vida passar por esse tipo de coisa, mesmo as mais desagradáveis que acontecem, elas são para um aprendizado maior, e isso vai ser muito importante no futuro. Nem só de alegria o homem vai viver, mas ele vai passar por dores insuportáveis, cada um com sua dor.

Já tinha se passado uma semana desde o dia que elas descobriram a traição, e estava sendo muito difícil seguir a vida sem Lucas. Parecia que a dor só aumentava. Elas estavam sentindo muita falta de Lucas. As coisas não pareciam mais ter graça sem ele. E os beijos dele faziam falta para elas. Apesar de tudo, elas tinham o consolo das avós, que apesar de sempre terem avisado, elas estavam ali.

— Eu mudei minha vida por ele, e ele faz isso comigo. Eu não consigo imaginar o quanto ele pode ter uma mente tão imatura assim. Mas eu sou uma idiota mesmo, uma burra, por cair na lábia dele. Eu devia ter te ouvido, vovó. — Camila falava, chorando no quarto.

— Camila, não chore por ele, ele que devia estar chorando, por não ter vergonha e por perder você, a garota mais linda do mundo. E você não foi burro. Talvez um pouco teimosa, mas você era só uma jovem apaixonada. — Cloe entrava no quarto, com um prato de comida.

— Ah meu Deus, eu odeio tanto ele. Se um dia eu ver ele na rua, eu vou matar ele. Eu vou passar com meu carro em cima dele. Eu juro que eu pego uma pedra e jogo na cabeça dele. — Camila limpava o rosto, e levantava da cama.

— Minha neta, não faz isso. Quer vingança? Tudo bem, eu entendo e até apoio, mas então, faça algo que não te leve para a cadeia. — Cloe falava, e ria.

— Eu devia mesmo me vingar dele. Mas eu não consigo, sabe? Eu sou uma pessoa boa, e diferente dele, eu não pago mal com o mal, mas que eu estou com ódio dele, isso eu estou.