03 | Arruda

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20 de junho de 1987

Entreter nossa convidada. Merlim. Seria um longo ano.

Severus caminhou pelo corredor, seus passos longos forçando Granger quase a correr para acompanhá-lo. Por que ela veio aqui? Ninguém poderia mergulhar no passado sem ser tentado a mudar alguma coisa - salvar alguém, comprar um bilhete premiado da loteria trouxa, convencer seu eu do passado a evitar se envolver com alguém que se referia a todos os seus ex-namorados como "loucos".

Granger tinha que querer alguma coisa. Albus não a mandou aqui, e Severus se recusou a acreditar que ela não pretendia acabar nesta época, neste lugar.

Bem, talvez o local exato de sua chegada tenha sido um acidente.

Foi uma pena que Albus tenha incluído essa cláusula final no voto, embora ele tenha especificado de bom grado. Granger poderia sobreviver involuntariamente entregando qualquer informação que pudesse ser forçada dela. Aparentemente Severus teria muito tempo para tentar baixar a guarda, já que ele foi encarregado de ser sua babá.

Ele se perguntou como ele iria morrer. Seria rápido? Um caso complicado e prolongado que o faria implorar por isso no final? A maneira como ela olhou para ele – toda descrente e ofegante – deixou claro que ele não sobreviveria à guerra que se aproximava. Não que ele esperasse encontrar outro destino depois de mudar de lado.

A menos que ele estivesse enganado, Granger ficou de luto por ele. Ele poderia usar isso.

Enfiando a mão no bolso, Granger sacou a varinha. Preparar-se para contra-atacar revelou-se desnecessário. O feitiço que ela lançou foi benigno. Também foi um dos seus.

— Muffliato — disse ela. E então ela começou a vomitar seus pensamentos em Severus como se os dois fossem confidentes. Talvez eles se tornaram amigos em algum momento entre o tempo dele e o dela, mas ele duvidava disso. — Eu gostaria de saber o que Dumbledore estava pensando, se foi realmente ele quem me trouxe aqui. É tão perigoso. O que poderia valer a pena o risco? Ele está sempre tramando alguma coisa, não é? — Seus olhos se estreitaram quando sua voz se tornou zombeteira. — Oh, uma mulher do futuro. Por que não a nomeio professora? Embora eu suponha que isso faça mais sentido do que algumas de suas outras nomeações.

Severus não poderia discutir com essa última parte. Ele fez um barulho evasivo.

— Por que, exatamente, você pousou em meus aposentos? — ele perguntou.

— Err, bem. Eles serão meus aposentos no futuro. Eu ensino Poções.

Severus olhou para ela com desprezo.

— É mesmo?

Granger abriu a boca para responder, mas um borrão de vestes pretas e cabelo rosa chiclete a fez parar. A senhorita Tonks deslizou na direção deles usando meias — onde estavam os sapatos da criança? — e tombou para o lado. Cortando a varinha no ar, Severus cancelou o feitiço de Granger.

— Cinco pontos da Lufa-Lufa por correr pelos corredores e estar sem uniforme, Srta. Tonks — disse ele.

— Desculpe, professor. — A senhorita Tonks se endireitou. Ao avistar Granger, ela fez aquela expressão curiosa que sempre significava perigo na sala de aula de Poções. Conhecendo a garota como conhecia, Severus suspeitava que ela estava a milissegundos de distância de fazer perguntas impertinentes sobre a presença de Granger.

— Esta é a senhorita Hughes — disse ele. — Ela será sua professora de Defesa Contra as Artes das Trevas no próximo ano.

A senhorita Tonks se animou.

The Poison Garden| SevmioneWhere stories live. Discover now