25 | Laburno

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13 de outubro de 1987

Frases repetidas com frequência por sua mãe tendiam a surgir na cabeça de Albus quando ele estava na companhia de Hermione. Não porque as duas bruxas eram nascidas trouxas, mas porque guardavam muitos segredos. Oferta de hoje: se o olhar matasse. Hermione estava sentada diante de uma pilha de anotações inacabadas na sala dos professores, olhando feio para Quirrell, que, até onde Albus sabia, não estava fazendo nada mais malicioso do que folhear um guia de viagem para a Albânia. Interessante.

— Boa tarde, Heather — Albus disse, puxando uma cadeira da mesa dela. — Importa-se se eu me juntar a você?

Ela se assustou.

— Oh, olá, senhor. Não, claro que não. Por favor, sente-se.

Lançando uma última carranca para Quirrell, ela rasgou um pacote de sapo de chocolate e descontou sua frustração no doce animado. Com a boca cheia de chocolate, ela ergueu o cartão com um leve sorriso. Era Alvus.

— Esperava encontrar Ptolomeu — disse ela. — Um amigo meu está procurando por ele há muito tempo. É o único que ele não tem.

— Ah! Encontrei Ptolomeu uma vez, mas Fawkes decidiu que ele poderia ser melhor utilizado como material de nidificação, infelizmente.

Ela riu e lançou um Muffliato disfarçado em volta dos dois.

— Ron provavelmente não se importaria de nunca encontrar Ptolomeu, desde que ele continue encontrando a si mesmo. Ele considera isso sua maior honra - muito acima da Ordem de Merlin.

— Rapaz sensato.

— Nem um pouco. — Batendo o cartão na mesa, ela prendeu o lábio inferior entre os dentes. Com um susto, Albus percebeu o quão cansada ela parecia. Ela tinha o sorriso frágil de alguém que não tinha uma boa noite de descanso há semanas. — Senhor? Estou me perguntando uma coisa. Sobre o voto.

— Sim?

— Não posso estar perto de pessoas que morreram na minha época sem pensar em contar a elas, embora não queira quebrar o voto. — Dada a maneira como ela e Severus se entreolhavam desde que retornaram a Hogwarts, Albus duvidou muito da última parte dessa afirmação. — O voto me dá um aviso quando tenho esses pensamentos. Algumas pessoas... não tenho certeza se eles realmente morreram. É provável que sim, mas não tenho certeza. O voto funciona com base no que acredito ser verdade, certo?

—Hmm. Sim, acho que provavelmente está correto. — Inclinando-se para frente, ele deu um tapinha no ombro dela. — O Voto não pode ver o futuro. Você é a única aqui que pode fazer isso.

— Tsk. Não deixe Sybill ouvir você dizer essas coisas.

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2 de novembro de 1987

Ele estava rolando sobre uma ampla extensão de cama vazia que o acordou. Severus estava acostumado com Hermione fazendo o possível para ocupar a maior parte do colchão. O descanso não vinha sem membros agarrados a ele e cachos fazendo cócegas em seu nariz, atualmente. Piscando para afastar o sono, ele vestiu um roupão e enfrentou o ar frio fora de seus lençóis. Ele sabia onde a encontraria.

Como sempre, ela lançou um Muffliato sobre seu laboratório particular, mas a fresta de luz amarela sob a porta a delatou. Severus cancelou o zumbido e entrou.

Ela estava vestindo aquela estúpida camisa cinza novamente. Parecia ser seu traje favorito para essas sessões noturnas de preparação de poções. Um caldeirão borbulhava e fumegava sobre a mesa de trabalho enquanto ela fazia anotações e murmurava para si mesma, com um dos pés calçados com meias batendo no chão frio de lajes. Levantando um dedo, ela terminou de rabiscar um cálculo aritmântico antes de cumprimentá-lo.

The Poison Garden| SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora