11 | Heliotrópio

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12 de julho de 1987

Hermione caiu da Penseira rindo. Bella Careca era possivelmente a melhor coisa que ela já tinha visto. Ela ficou meio tentada a enviar flores para Draco Malfoy quando voltasse ao seu tempo. Se ela não tivesse chutado a bunda dele por possivelmente mandá-la para 1987, em primeiro lugar. Enxugando as lágrimas de alegria de seus olhos, ela se afundou em um dos sofás estofados com estampa floral de Dumbledore.

— Meu Deus — Dumbledore disse com um de seus sorrisos brilhantes. — Não tenho certeza se já vi Severus fazer alguém rir assim. Vocês dois estão se dando bem, então?

— Err, acho que sim. Definitivamente nos damos muito melhor agora do que na minha época, mas isso não quer dizer muito.

— Como você foi uma de suas alunas em sua época, não posso dizer que estou surpreso.

Sua voz sumiu quando uma forma branca e fantasmagórica saltou pela parede e pousou no centro da sala. Era um cervo – um cervo-vermelho, quase tão grande quanto o cavalo Patronus de Ginny. Avançando em direção a Dumbledore, o cervo-vermelho estudou Hermione por um instante antes de abrir a boca e falar uma palavra em um barítono familiar.

— Não.

Dumbledore riu quando o Patrono se dissolveu.

— Suponho que Severus decidiu que não valia a pena desperdiçar o pergaminho para responder ao meu pedido. — Uma mordida em um rico biscoito de chá deixou migalhas espalhadas em sua longa barba. — Ou ele estava se sentindo dramático. Talvez um pouco dos dois. Mandei uma coruja para ele pouco antes de você chegar. Isso também diz respeito a você, mas pensei que Severus seria o mais difícil de convencer.

— Oh? — Hermione disse distraidamente, ainda olhando para o local onde o Patrono estivera.

Harry havia dito várias vezes que o Patrono de Snape era um corça. Ron também havia usado essa palavra, levando Hermione a imaginar algo menor do que o cervo-vermelho. Por outro lado, será que ela realmente esperava que Ron e Harry fossem capazes de identificar corretamente as diferentes espécies de cervos? Ela sabia que não era bem assim. O fato de o Patrono de Lily Potter ser um cervo-vermelho fazia mais sentido, se ela fosse realmente a companheira do cervo de James.

Ela não tinha visto as memórias de Snape por si mesma. Harry tinha sido bastante inflexível em mostrar apenas quantas pessoas fossem necessárias para obter um perdão total, presumivelmente póstumo, para seu antigo professor. Hermione não teve coragem de dizer a ele que Snape provavelmente não apreciaria a discrição, visto que Harry havia gritado o segredo mais bem guardado de Snape para um campo de batalha cheio de pessoas.

Harry contou a ela um pouco do que viu, no entanto. Entre as memórias que ele descreveu estava aquele momento no escritório de Dumbledore. Depois de assumir o cargo de professora de Poções, Hermione passou várias aulas lentas tentando imaginar Snape declarando seu amor inabalável por sua amiga há muito perdida com um grito de Expecto Patronum. Sempre, ele disse. Depois de tantos anos. Esse tipo de devoção era difícil de imaginar.

— Achei que vocês dois poderiam liderar um Clube de Defesa em Hogwarts no próximo ano — disse Dumbledore.

Fawkes fez um clique e cutucou o braço de Hermione com o bico. Enquanto ela passava os dedos sobre suas penas quentes, ela soltou um suspiro reprimido. Estar perto da fênix era reconfortante – como se aconchegar perto de uma fogueira em um dia chuvoso de novembro. Ela nunca teve muitos motivos para estar na presença dele quando era estudante. Naquela época, ela achava seus olhares redondos perturbadores. Ele a reconheceu?

— Um Clube de Defesa parece uma ótima ideia — disse ela. Ela se agarraria a qualquer coisa que desse a Tonks e aos outros a menor vantagem. — Não me importo de liderar sozinha se você não conseguir convencer o Professor Snape a ajudar. Ou poderíamos perguntar a um dos outros professores. Eu vi em primeira mão o quão habilidoso...

The Poison Garden| SevmioneWhere stories live. Discover now