24 | Trombeta do Anjo

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19 de setembro de 1987

A primeira vez que Hermione usou seu anel para voar, ela acabou abraçando uma árvore enquanto Severus ria dela do chão.

Confiar em sua magia para mantê-la no ar era mais fácil do que confiar em um pedaço de madeira encantado, mas ainda assim a fazia se sentir vacilante e fora de controle. Foram necessárias mais algumas tentativas antes que ela pudesse pairar sem lutar até a árvore ou arbusto mais próximo ou o Mestre de Poções para se agarrar, mas ela conseguiu chegar lá, no final. Quase. O efeito não foi como tocá-lo quando ele lançou o feitiço; era abafado, como o calor de uma mão sentido através de roupas grossas. O que, reconhecidamente, tornou muito mais fácil o foco.

Voar nunca estaria entre suas atividades favoritas. Ela sabia disso ao fazer esse experimento. Mesmo assim, ela adorou o presente. Ela poderia usá-lo para se recuperar de forma mais eficaz durante uma queda, e se ainda funcionasse quando ela voltasse ao seu próprio tempo...

Ela teria que lutar para manter suas esperanças firmemente fundamentadas se um toque no anel e um sussurro de Volate a fizesse voar alto em 2001. Ela não se permitiria acreditar nisso a menos que visse seu eu mais velho parado na frente dela, real e sólido e vivo.

— Aviso justo — Severus disse enquanto eles se aproximavam do castelo, — eu disse à mãe que é seu aniversário.

— Por que eu precisaria ser avisada sobre isso?

— Então você pode se preparar se ela decidir marcar a ocasião te dando algo. Você não pode me culpar se ela achar que um barril de Poção Contraceptiva é um presente de aniversário apropriado. Não tenho controle sobre suas ações.

Hermione riu durante quase todo o caminho até o Salão Principal. Ao se aproximarem da mesa dos professores, eles descobriram que o presente de aniversário de Eileen para Hermione era um buquê comum de frésias.

— Obrigada, Irma — Hermione disse enquanto afundava em seu assento habitual, imprensada entre Severus e sua mãe. — Elas são adoráveis. — Mesmo que elas não fornecessem munição para irritar Severus.

Silvanus Kettleburn, o atual professor de Trato das Criaturas Mágicas, deu a Eileen um sorriso torto e acenou com a mão boa enquanto passava ao sair do salão. Eileen estreitou os olhos.

— Outro dia passei muito tempo ajudando Kettleburn a encontrar um livro de que precisava, e agora ele continua falando comigo — disse ela. — E sorrindo. O que você acha que ele quer de mim?

— Amizade? — Hermione disse, ignorando o murmúrio de Lufa-Lufa do outro lado.

— Hmm. Isso pode ser aceitável. Se ele está procurando mais, está sem sorte.

Severus estremeceu.

— Estive pensando — disse Eileen após uma pausa, empurrando o feijão no prato com o garfo, deixando uma mancha de molho vermelho para trás. — Não tenho certeza se gosto tanto de homens.

Huh. Nem mesmo às 8h, e Hermione já havia experimentado um dos orgasmos mais intensos de sua vida, saído voando sem vassoura e recebido esta confissão bastante inesperada. Um aniversário agitado.

— Oh? — Hermione disse, olhando para Severus. Sua expressão era calma – completamente neutra.

— Casei-me com o primeiro a demonstrar algum interesse, e isso foi... eu nem sabia dizer por que fiz isso — disse Eileen. — Ele perguntou, e eu pensei, você serve. — Ela estudou o rosto de Hermione por um instante e depois acrescentou: — Você gosta de homens. — Isso foi falado no mesmo tom que Ron usou no quarto ano quando disse, Hermione, você é uma garota, como se fosse uma informação totalmente nova. — O que você gosta neles, exatamente?

The Poison Garden| SevmioneWhere stories live. Discover now