Cap 6 - O sono inacabável

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- POV AYLA –

Estava me sentindo como se estivesse em um sono profundo, impossível de acordar. Até que ouço leves cochichos e eles vão aumentando de volume, até eu perceber que era uma discussão, escutava a voz de Dinho e.... meu pai? Parecia que eu tinha sido libertada daquele sono profundo e inacabável, abro os meus olhos e vejo ao meu lado Bento com uma cara de preocupação, ele logo percebe que acordei e segura minha mão. Já na minha frente, estava lá, Dinho e meu pai em uma briga feia, fiquei quieta para ouvir o que estava havendo.

José: Vai me enfrentar agora? Entendo o porquê você é uma má influência a ela, não sabe respeitar a verdade. Coitado

Dinho: O único coitado aqui é você, tá? Porque aqui, nem eu, nem a Ayla é trouxa que fica necessitando dos outros pra ganhar mesadinha não. Você manda porque quer.

José: Você só coloca minha filha em furada, já esqueceu da vez em que ela caiu da árvore de manga e se machucou inteira? Acho que sim! E a vez que ela quebrou o braço porque caiu do muro da sua casa? Não lembra?

Eles estavam brigando por causa de mim!? Fiquei chocada e chateada com a situação, ver meu melhor amigo e meu pai brigando era a última coisa que eu queria ver! E a briga só ficava pior.

Dinho: Essas coisas acontecem o tempo inteiro, não consigo medir o que acontece com ela ou não, eu não sou babá dela.

José: Mas a maioria das coisas acontecem na sua presença, então só vou pedir uma vez, entendeu? Se afasta da Ayla, é pro bem dela e para o seu.

Pera, o que? Com aquela frase sinto um embrulho no estomago e lágrimas escorrendo no meu rosto.

Dinho: Vai esperando, porque não terá quem me tire de perto dessa menina. Desde o dia que eu conheci ela eu prometi não a abandonar e cuidar dela até nas piores situações.

José: Essa é minha decisão final, ou você vaza de perto da Ayla ou eu entro com um processo na justiça para o afastamento seu.

Até que ouço o japonês simpático entrar no meio da discussão.

Bento: Vocês não tem senso não? A Ayla tá aqui acordada faz tempo ouvindo a palhaçada de vocês, e outra, a garota tava desacordada com risco de perder a memória e nem sabemos se ela perdeu mesmo e vocês aí nesse showzinho.

Dinho: O que? A Ayla acordou. – Ele fala com espanto e olha para minha cara de choro.

José: Não ouse chegar um passo a mais perto dela. - Diz apontando o dedo indicador na cara de Dinho.

Dinho ignora totalmente a ameaça de meu pai e vem correndo me abraçar.

Dinho: Ayla, você ta bem? Você sabe seu nome?

Ayla: Mais ou menos, e por que eu não saberia meu nome?

Dinho: Você lembra de mim? Quem sou eu?

Ayla: Claro que eu lembro cabeção, tu é o Dinho. - Dinho suspira com alívio.

Dinho: E aquele japa simpático, sabe quem é?

Ayla: Sim, é o Bento. Dinho, eu não perdi a memória não, não precisa ficar fazendo perguntas que nem besta.

Dinho: Ta, bom. Vou chamar a enfermeira pra avisar que você acordou. – Sai a procura de uma enfermeira.

José: Bom, eu vou indo, tenho umas coisas para resolver. Se cuida filha. – Dá um beijo na testa de Ayla que a mesma limpa depois.

Bento: Já vai tarde. – Diz quando o senhor sai do quarto.

Dou risada do que Bento disse.

Bento: Como está se sentindo?

Ayla: Ah, com um pouco de dor de cabeça e tontura.

Bento: Entendi, deve ser da pancada.

Ayla: O que aconteceu comigo? Eu só lembro de eu tentando descer a rampa na pista.

Bento: A senhorita tentou dar uma de radical descendo a rampa e bateu a cabeça.

Ayla: Nossa, mas quem me trouxe pra cá?

Bento: O Samuel te achou na pista e levou pra casa dele, aí trouxemos você pro hospital.

Ayla: Ah, entendi.

Bento: Fiquei preocupado. – Fala olhando pra janela.

Ayla: Sério?

Bento: Sim. - Ainda olhando pra janela.

Ayla cora quando escuta aquilo. Fica um silêncio até a enfermeira chegar com Dinho.

Enfermeira: Olá docinho, você acordou! O que está sentindo? - Diz colocando a bombinha de medir pressão no meu braço.

Ayla: Um pouco de tontura e dor de cabeça.

Enfermeira: Entendi... Você sabe quem são esses que estão no quarto?

Ayla: Sim, eu sei. - A enfermeira pede pra mim falar o nome inteiro de cada um. – Aquele é Dinho, mas seu nome é Alecsander Alves e o outro é Bento, mas seu nome completo acho que é Alberto Hinoto.

Enfermeira: Ela está certa rapazes? – Eles respondem que sim. Ela pega a prancheta de anotações e escreve algumas coisas. – Vamos ver o que o médico irá falar, mas ela está em ótimo estado! Provavelmente ele vai pedir outra bateria de exames, só pra checar como ela está. Fico muito feliz que está melhor Ayla! – Ela sai do quarto.

{Quebra de tempo}

Passou um dia desde que acordei, o resto dos meninos da banda vieram me visitar e me fizeram rir muito. Hoje de noite irei receber alta, ainda bem! O quarto do hospital é muito feio e frio, além da comida ser sem sal.

Recebo alta e vou pra casa. Abro o portão e entro, a pessoa que eu menos esperava estava lá. Meu pai.

José: Oii filha, que bom que voltou! – Me dá um abraço, mas não o abraço de volta. – Agora vou morar aqui com você! Fazer uma companhia pra minha filha querida.

Que droga! Eu tinha certeza de que não era pra isso que ele estava aqui, pois escutei muito bem o que ele tinha falado na discussão. Ele iria fazer de tudo para me manter longe de Dinho e dos meninos da banda.

Ayla: Uau, que legal. – Falo ironicamente e vou pro quarto. Entro lá e tranco a porta para ter certeza de que ninguém vai entrar. Pego meu violão e começo a tocar e cantar até pegar no sono.

{Quebra de tempo}

Já faz um mês que meu pai mora aqui comigo e minha vida se tornou um inferno. Para começar ele vendeu um dos meus violões sem minha permissão e continua insistindo que a música não é pra mim (agora só tenho um violão que eu escondi na casa do Dinho). Ele me empregou em uma empresa que faz coisas automobilísticas, e nunca deixa eu faltar do "emprego dos sonhos" dele. As visitas a Dinho foram proibidas, mas eu vou escondido de madrugada mesmo assim. Minha amizade com Bento aumentou e quando eu posso sair eu me encontro com ele. Toda vez que saio meu pai faz o questionário completo, com quem eu vou sair, onde, como e que horas vou chegar. Eu virei a empregadinha dele, além do meu serviço forçado na empresa eu tenho que limpar a casa, fazer comida e o bonitão não tira o rabo do lugar. Era tão bom quando só tinha eu nessa casa.

Mas hoje decidi mudar minha vida, vou fugir dessa casa e vou pra bem longe daqui. Fico triste em ter que deixar o Dinho e os meninos para traz, eles são uma parte muito especial da minha vida. Eu tenho minha avó de parte materna que mora a uma cidade meio distante daqui, então eu vou lá morar com ela.

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Continua...

Oii xuxus, bem com vocês? Espero que sim!

O que vocês acham que vai acontecer quando Ayla fugir?

Fiquem bem e beijinhos no coração <3

My mind in the Moon - Mamonas AssassinasWhere stories live. Discover now