Cap 23 - Protesto

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- POV SAMUEL –

Eu estava arrumando a mala e esperando Ayla chegar do hospital. Se passou um tempo, até que Ay chega com um sorriso no rosto, ela parecia aliviada.

Samuel: Como foi lá?

Ayla: O velho se foi, os aparelhos foram desligados.

Samuel: Mas decidiram do nada desligar os aparelhos?

Ayla: Sim, eu puxei da tomada. – Ela parecia estar tranquila com isso.

Samuel: Ah, você tirou da tomada... PERA, VOCÊ TIROU DA TOMADA!? – Como assim Ayla Ferri?

Ayla: Sim.

Samuel: Explica isso direito...

Ayla: A médica disse que teria que desligar e fiz isso por conta própria, Sam, foi a melhor sensação da minha vida.

Samuel: Nossa...eu to sem palavras... – Um silencio fica no quarto. - Vai ter enterro?

Ayla: Não sei, talvez tenha.

Samuel: Você vai?

Ayla: Vou.

Samuel: Ok, se quiser que eu vá junto me fala.

Ayla: Obrigada Samuca..., mas não precisa.

(Longa quebra de tempo)

Todos estavam sabendo que a Ayla havia desligado os aparelhos, o pessoal ficou feliz sobre a Ayla não ter mais que andar com medo, mas acharam errado ela ter desligado os aparelhos, isso poderia ter dado um rolo com a polícia, mas ainda bem que não deu. Pra falar a verdade, eu defendo Ayla por esse assunto, ela sofria com ele a solta, estava em perigo, agora não mais. (Notas da autora: o pano que o Samuel tá passando com certeza é vermelho com bolinhas amarelas)

Se passaram dois dias desde a morte do José. Hoje é o enterro, e Ayla vai, Val e Aninha vão acompanhá-la. O enterro será em um velório da cidade da dona Cecilia, José era nascido lá.

Não sei se escolhi um dia muito bom, mas hoje vou pedir Ayla em namoro, estou meio nervoso, mas creio que dê tudo certo. Eu escolhi um lugar em específico para isso, acho que é o local ideal.

- POV VALÉRIA –

Valéria: Tem certeza de que vai com essa roupa, Ay? Não acha muito chamativa para um enterro?

Ayla: Essa é a intenção, Val. Quero a atenção em mim quando eu for fazer o discurso. – Dizia ela enquanto se encarava no espelho do quarto.

Ana: Seu objetivo é chamar a atenção? – Ayla afirma. – Coloca uma roupa vermelha, você tem? Se quiser eu te empresto.

Ayla: Acho que eu tenho. – Ela abre o guarda-roupa e procura. – Esse vestido serve? – Ela mostra um vestido coladinho vermelho de veludo.

Valéria: Com aquele salto de pedras douradas ficaria divino amiga! Coloca eu quero ver!

Ay colocou aquele vestido e ficou perfeito nela. Eu e Aninha tentávamos distrair ela com a roupa do enterro, porque nós estávamos ajudando o Samuel com o plano de pedir Ay em namoro. Depois do enterro iriamos para o local.

Ana: Uau, ficou linda!

Valéria: Dá uma voltinha amore. – Pego na mão dela e a rodo. – Tá maravilhosaa!

Ayla: Obrigada meninas.

Ana: O toque final pra abalar o povo careta do enterro... maquiagem!

Valéria: Senta aí que isso é por nossa conta.

Ayla: Batom vinho, por favor.

Ana: Pode deixar!

Fizemos uma maquiagem bonita na Ayla, nada muito exagerado parecendo que ia para uma balada, mas nada muito fraco para passar despercebido. E não podia faltar, o batom vinho.

Valéria e Ana em um uníssono: Pode olhar!

Ayla: Nossa... meninas, vocês arrasaram! Vou contratar vocês como maquiadoras pessoais.

Valéria: Nem precisa contratar, estamos aqui em sua disposição.

Ana: O papo ta muito bom meninas, mas temos que ir, está quase na hora. Vamos?

Ayla: Vamos. – Vamos até a cozinha para Ay falar com a dona Cecília. – To indo, tá vó? Se cuida, depois eu volto.

Dona Cecília: Vai lá minha filha... leva essa rosa branca, coloca em nome de Cecília Bonfim, por favor.

Ayla: Ta bom. Tchau vó. – Diz e depois sela a testa da mais velha.

Pegamos um carro emprestado, eu fui dirigindo enquanto Ayla ia ditando as direções.

- POV AYLA -

(Quebra de tempo)

Valéria: Tá pronta, amiga?

Ayla: Sim.

Ana: Qualquer coisa estamos aqui fora, ok?

Ayla: Ta bom.

Entro no salão do velório e sou recebida com alguns olhares de choque, outros de indignação e mais outros de reprovação. Chego perto do caixão e vejo a figura de um homem que a tempos atrás eu chamava de pai, estático, gelado e pálido. Coloco a rosa branca por cima de seu peitoral e espero o momento dos discursos, até que chega uma hora que sou chamada para o púlpito. (Púlpito é uma espécie de pódio, geralmente onde os políticos fazem discursos.)

Ayla: Finado José Ferri... muitos o viram como um salvador da pátria, um perfeito, uma pessoa que nunca errou, um santo. Muitos também não vão acreditar quando eu falar que ele era um traidor, mal caráter, manipulador, agressor, destruidor de vida e psicológicos. Mas fiquem tranquilos, provas? Tenho. Um relato que eu vou contar, se passou mais ou menos 3 dias antes de seu falecimento. Eu havia fugido dele, tentando me esconder da péssima figura paterna que ele foi, mas ele me encontrou, me puxou e começou a me agredir, fisicamente. Mas Ayla, você não tem provas! Repito, tenho. Essa é uma delas. – Ergo o punho e meu braço esquerdo que estavam roxos por conta da força que José havia me segurado. – Foi ele, que me fez isso. Também tenho muitas testemunhas, mas não quero envolvê-las nisso. Essa roupa, chamativa para um enterro, é uma forma de protesto, o que eu passei, ninguém deveria passar. Acreditem se quiser, vocês tem todo o direito. De Ayla Ferri, para entes, pessoas queridas e José Ferri. – Desço do púlpito e saio do velório.

Valéria: Você ta bem amiga? – Diz me dando um abraço acolhedor.

Ayla: Sim, acho que estou.

Ana: Se precisar conversar estamos aqui.

Ayla: Fiquem de boa meninas, eu to bem, um discurso não pode me abalar mais do que já to.

Valéria e Ana em um uníssono: Ok!

Valéria: Amiga, quero levar você em um lugar.

Ayla: E onde seria esse lugar?

Ana: Surpresa!

Ayla: Meu deus... ta bom, só não me sequestrem.

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Continua...

Oii xuxus, bem cm vcs?

E o pedido vem minha gente :)

Esse cap foi curto pq queria separar o pedido do enterro, prometo que o outro vai ser maior.

Beijocas, fui <3

My mind in the Moon - Mamonas AssassinasWhere stories live. Discover now