Cap 30 - 17 de novembro de 1977

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- POV AYLA -

Hoje é dia 1 de março, os meninos estão saindo para fazer show, um dos shows em Portugal. Não queria que eles fossem, estou com um mal pressentimento, mas não disse pros meninos, deve ser coisa da minha cabeça.

Quando eles estão na cidade eu não fico sozinha em casa, sempre está movimentada com o Dinho vindo me perturbar, com as festas do pijama que eu e as meninas fazemos, com o Samuel vindo assistir filmes comigo... nunca estou sozinha. Mas agora que vão, vou passar um tempo na casa da minha vó.

É por volta de umas 9:30 da manhã, estou em frente à TV assistindo. Minha vó estava há uma hora fuçando no quartinho da bagunça, chega uma hora em que ela sai de lá e vem andando com um papel na mão. Ela coloca um folheto de jornal meio antigo sobre o braço do sofá.

Ayla: O que é isso? - Pego o jornal leio. - Procura-se empregada doméstica que faça comida e cuide de criança... - Olho pra minha vó com uma cara confusa.

Dona Cecília: Do outro lado minha filha.

Viro o jornal

Ayla: Noticias, 17 de novembro de 1977. Uma mulher de 32 anos é encontrada morta em um terreno baldio com graves lesões, aparentemente com sinais de espancamento. - Olho para minha vó - Credo vó, que isso?

Dona Cecília: Continue lendo.

Ayla: O autor do crime foi identificado como Constantino da Cruz Vitorino. Tudo indica que Constantino estava seguindo a vítima, agarrou a mulher e a assediou. Como uma forma de defesa, a adulta tentou dar um golpe no criminoso, o que não acabou bem. Constantino a levou para um beco e começou o espancamento. Após isso, o corpo foi jogado em um terreno baldio. O enterro de E... - Sinto o choro vindo à tona, um embrulho na barriga, tudo em volta de mim virando pontinhos brancos. Digo com voz de choro. - Ellen Bonfim Ferri será na manhã deste sábado, fechado para familiares e conhecidos. - Desabo em choro. - A... mamãe... - Minha vó me abraça como um ato de consolo.

O telefone toca

Dona Cecília: Deixa que eu atendo. - Ela vai até o telefone - Alô? A Ayla? Ta aqui sim, quer falar com ela? - Cecília coloca o telefone meio de lado - Ayla, é o Samuel.

Levanto tentando me recompor e vou até lá.

Ayla: Sam? - Digo ainda com a voz meio chorosa.

Samuel: Oi meu amor, liguei pra avisar que se quiser vir despedir, já já estamos saindo.

Ayla: Ah, ta bom, tinha esquecido totalmente. Já estou indo!

Samuel: Te vejo já xuxu, beijos, te amo.

Ayla: Beijo, também te amo. - Coloco o telefone no suporte. - Já volto vó.

Dona Cecília: Ta bom minha filha! Cuidado na rua viu!

Pego minha bicicleta e vou até a casa dos Reoli onde o pessoal estava reunido.

(Curta quebra de tempo)

Chego na casa dos irmãos, ainda com uma cara de choro. Toco a campainha. Sérgio atende a porta.

Sérgio: Oi Ay! - Ele percebe minha cara de choro. - Nossa, você tá bem?

Ayla: Oi Sérgio, to bem sim.

Sérgio: Vem entra. Você tem certeza?

Ayla: S-sim. - Gaguejo um pouco e entro. Sou surpreendida com um abraço de Samuel que me ergue e me roda no ar.

Samuel: Você veio! - Ele olha em meu rosto. - Tava chorando, meu bem?

Ayla: Não, é alergia.

Dinho: Você mente mal hein cabeçuda. - Mostro a língua para Dinho.

(Quebra de tempo)

Eu estava com a cabeça deitada no colo de Samuel conversando com o pessoal.

Ayla: Vocês precisam ir mesmo?

Julio: Já já estamos de volta Ay.

Ayla: Juízo vocês, viu!

Dinho: Oxe, é o que mais temos. - Diz com a voz engraçada.

Ayla: Com certeza! - digo irônica - Não entrem em enrascada!

Bento: Pode deixar!

Assunto vai e vem, até que chega a van que levaria os meninos até o aeroporto. Eu ainda estava com um pressentimento ruim, e ele só aumentava cada vez mais.

Ayla: Promete que vai ficar bem?

Samuel: Prometo, meu amor.

Ayla: Promete que vai me ligar?

Samuel: Claro que prometo! Não aguento ficar sem falar com você.

Ayla: Promete cuidar dos meninos racionalmente?

Samuel: Racionalmente eu não prometo.

Ayla: Ai ai vocês hein! Cuidado!

Samuel: Pode deixar, meu amor. - Dá um beijo demorado em Ayla e depois a abraça. - Vou sentir saudades.

Ayla: Também. - Saio do abraço e sorrio. Samuel me dá um ultimo selinho e sobe para a van. Fico acenando ate que a van vira a esquina. Eles foram.

Volto de bicicleta para a casa da minha vó, ainda meio abalada com o que minha vó me mostrou, vou para o meu quarto e tiro um cochilo.

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Oii amoress

Gostaram do capítulo?? Pesado né

Se eu não tiver mais ideias, esse é o penúltimo capítulo da fic. Mas escreverei outra dps que acabar essa.

Fiquem bem <3

My mind in the Moon - Mamonas AssassinasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora