Família tradicional

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Antes de iniciar, vou deixar alguns avisos: Este capítulo será bastante fora do padrão heterosexual monogâmico. Basicamente é um especial com LGBTQIA+, poli amor, universos misturados, um hot pra matar a saudade e uma pitada de emoção no final onde tudo será explicado. Você pode pular o capítulo caso não se sinta confortável, pois ainda será explicado no decorrer dos outros capítulos, mas se ler este aqui, poderá ver tudo com outros olhos depois. Então não seja um(a) bocó e venha para essa folga de tensão (mais ou menos) - Você ainda pode ler a S/N como outra pessoa neste e voltar a se ver nos outros, caso queira (tudo é possível). Ah e como é um especial, é um capítulo enorme.

(S/N)

- Ela ainda não levantou. — A voz calma de Kol me assustou de primeira. Me preparei para mais uma luta, no entanto a cama macia me deixou confusa.

- Depois de ontem, eu também continuaria na cama durante dias. — Era voz do... KAI?

- Elas bebem mais que a gente, como pode? — O tilintar de talher em porcelana me obrigou a abrir os olhos para compreender o que se passava.

Era muita informação pra uma cabeça só. Eu estava deitada num mar de lençóis escuros, numa cama que, sem brincadeira, era a soma de 4 king-size juntas. Nunca vi uma tão grande em toda minha vida, com toda certeza era feita sob medida.

Engatinhei para a beirada e fiquei mais impressionada ainda com o tamanho do quarto e a decoração majoritariamente em preto e vermelho, com pouco acabamento em dourado.

Garrafas de vinho e champanhe vazias pelo quarto me explicariam muita coisa se eu não soubesse que nada daquilo era real. Minha cabeça doía como nunca, uma dor real demais. Na verdade, tudo me trazia a sensação de realidade, mas não tinha sentido.

Dei dois passos e quase fui para o chão após tropeçar em uma camisola de seda branca. Eu não gosto de branco.

Que desgraça tá acontecendo?

Por mais que estivesse confusa, nada daquilo me apavorou, muito pelo contrário, eu estava estranhamente tranquila — apenas incomodada com a fome.

Aproveitei o espelho em acabamento dourado para tentar buscar o que acontecia pelo reflexo de meus próprios olhos. Eu vestia um baby doll com detalhes em renda e seda vermelha e um robe preto tão comprido que se arrastava pelo chão.

Não sei que diabos era isso, mas estava adorando.

Havia uma mancha rosada pelo meu maxilar que fui obrigada a esfregar bem para tirar. Como foi que fiz isso?

Andei para fora do quarto com portas duplas e quase caí das próprias pernas vendo a extensão daquele lugar. As escadas a minha frente desciam em duplas curvadas para o andar de baixo com corrimãos dourados.

Desci as dezenas de degraus seguindo os ruídos de onde indicavam ser a cozinha. Meu coração acelerava a cada passo, e já na porta precisei parar pra respirar antes de adentrar.

Se era um sonho lúcido, estava perfeito demais. 

Empurrei a porta de deslizar e o primeiro que vi foi Kol comendo panquecas com calda vermelha.

- Olha só quem finalmente está de pé. Bom dia, amor! Estava achando que ficaria uma década dormindo. — Aquela voz... senti que desmaiaria a qualquer momento, e com as pernas fracas precisei me apoiar na outra ponta da ilha em que Kol estava, mas não antes de um par de mãos firmes me segurarem - Pena que precisei ir à reunião do clã ontem, queria estar assim também. — Riu divertido e beijou meu pescoço.

Cara ou coroa?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora