Herdando o caos

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(S/N)

Quando eu pensei que alguma coisa ia melhorar nessa merda, aparece outro problema pra me foder.

Que inferno!

Eu já estava tão cansada, que ver aquela vagabunda encarnada na minha sobrinha só me fez querer arrancá-la dali no grito.

Claro que não ousaria machucar o corpo da Hope.

— Diz logo o que você quer, vadia!

-— Admiro tua coragem para falar assim comigo. No entanto, devo aconselhar-te que não é de uma postura adequada à elite Original. Apresenta-se como uma primitiva rude, inculta. Incerta e trabalhosa sobre as próprias palavras. — Ela falava como uma esfinge do antigo Egito, o que era cômico se tratando do corpo de uma criança.

— Oh, que pena. Devo suscitar-te em qual século se encontra? Se não podes compreender minhas palavras, há aparelhos dotados de uma magia explendida nomeada tecnologia. Essa magia é capaz de te elucidar a respeito de qualquer linguagem. — Argh, odeio falar como os livros da faculdade e suas palavras difíceis, mas o que não faço pelo bem maior chamado sarcasmo?

— Acho que ela nem sabe o que significa celular. — Kai segurava uma risada, dava pra perceber pelo tom de voz.

— Calado! — Estalou os dedos e meus noivos desmaiaram atrás de mim — Cuidado com as gracinhas, S/N, você tem muito a perder.

— Fofa, eu acho muito bom você não se atrever a machucar nenhum dos meus, pois eu adoraria descobrir qual o meu limite. — Brinquei com o indicador no ar e, mesmo sentindo arder minhas veias, mantive a postura com a bola de luz vermelha brilhando na ponta de meus dedos — A linguagem informal está clara pra você? A comunicação está acontecendo entre nós? — Apoiei-me com as mãos nos joelhos pra ficar com os olhos na altura dos dela — Porquê como uma Original que nasceu na transição das gerações Z e Millennium, e formada num ramo da linguagem, sei que a comunicação se trata de uma via de mão dupla. Ou seja, se você está entendendo o que digo, é o que basta pra você assimilar quando te mandar pra puta que pariu, e sem desclassificar o que corre em minhas veias por nascença. Não sou uma original por agir como uma, meu sangue é puro, verdadeiro. — Ela ouviu pacientemente até eu tocar o cabelo de Hope pra bagunçar como um ataque passivo-agressivo e ela franzir o cenho — Não precisa se envergonhar, Klaus também não curte muito a ideia de outra "realeza" não ser naturalmente um Mikaelson. — Torci para Hope não estar ouvindo o que soltei sem querer.

Mas tocar e provocá-la deu a liberdade para que fizesse o mesmo comigo. Em segundos fui posta de joelhos sem enxergar um palmo à minha frente. O cheiro e a textura morna escorrendo de meus olhos, nariz e ouvido, — fora a dor alucinante — sem dúvidas era sangue.

— Se eu quisesse mesmo machucar a ti ou esses garotos, já teria feito. Dê você, quero apenas duas coisas: Seu corpo e uma resposta sobre como fez para impedir que eu o tomasse antes. — Olha os papos estranhos dessa maluca — E no teu lugar, eu tomaria mais cuidado com a resposta.

— Eu lá sei que merda você tá falando. — Minha cabeça doendo tirou qualquer vontade de fazer alguma piadinha — Mas por que não tenta de novo e deixa a Hope em paz? Ela é só uma criança, sua megera! — A ideia me dava calafrios, mas era melhor do que deixar minha sobrinha sob aquelas garras. Se for mesmo verdade o que dizem sobre mim e meu poder herdado de Héktor, talvez eu consiga um jeito de absorver essa coisa.

Pela primeira vez desejei a ajuda do meu pai, digo... Héktor. Se ela me possuir, precisarei de alguém à altura para lidar com ela/eu.

Espero não virar um demônio e acabar enjaulada.

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