Secrets and Masks | Dramione

(35) Ramo de oliveira

4 de junho

A recuperação de Astoria não aconteceu da noite para o dia. Demorou dois dias até que ela abrisse os olhos e mais três antes que pudesse sentar-se na cama sem qualquer ajuda.

Apesar das vastas quantidades de poções que Blaise trouxe para ela e das horas e horas que ele passou lançando – lançando e depois reformulando – feitiços restauradores, o processo de cura foi cruelmente lento. O problema era sua doença. Era como se a maldição do sangue miserável absorvesse todos os encantos e poções para si e só deixasse seu corpo com os restos.

Blaise sabia disso e, apesar dos elfos continuamente garantirem a ele que Astoria ficaria bem, que levaria tempo, ele se recusou a dormir até que ela mesma pudesse dizer a ele. Ele importou ingredientes caros e poções exóticas do exterior e insistiu que os elfos largassem todas as suas outras tarefas e se concentrassem na preparação de poções. Hermione se ofereceu para ajudar, mas Quinzel apenas disse que os elfos fariam melhor, mais rápido, e então enxotou Hermione para fora da sala.

E embora Astoria insistisse que ela estava se recuperando, Blaise ainda pairava ao seu redor e a carregava da cama sempre que ela precisava tomar banho ou usar o banheiro. Ele mal conseguia ficar a mais de trinta centímetros dela. Eles não podiam trazer curandeiros sem levantar suspeitas, então ele assumiu cada aspecto do papel sozinho. Ele parecia exausto, mas nunca reclamou, nem uma vez.

Theo e Malfoy não eram diferentes. Eles visitaram a cabeceira de Astoria várias vezes ao dia – embora, no sétimo dia, quando Theo tentou roubar para Astoria um "cigarro especial" que ele insistia que ajudaria com qualquer dor que ela pudesse sentir, Blaise o proibiu de visitá-la mais.

Ao contrário dos meninos, Astoria parecia bastante imperturbável por seu quase encontro com a morte. Embora seu marido e os elfos exigissem que ela ficasse na cama para descansar, e embora ela tivesse sido forçada a trocar seus vestidos caros por roupões de seda e roupas de dormir, Astoria não se intimidou.

De manhã, ela acordava grogue e fraca, bebia suas poções e então mandava nos Comensais da Morte do conforto de sua cama com um sorriso no rosto e sua aparência perfeita.

E Malfoy estava diferente desde o acidente de Astoria.

Ele quase não deixava a mansão – e embora parecesse ser chamado para tarefas a cada poucos dias, ele nunca levava Hermione com ele. Se ela não era necessária naquelas missões ou ele simplesmente estava dando desculpas para não levá-la, Hermione não tinha certeza. Mas ela não estava sob o feitiço Demoníaco por quase três semanas, e ela estava silenciosamente grata pelo indulto. Mesmo que fosse apenas temporário.

Normalmente, quando não estavam em missões juntos, ele mantinha distância de Hermione. Quase parecia que ele saiu de seu caminho para evitá-la. Ele passava seu tempo livre com seu dragão, passeando com Astoria pela propriedade ou trancado em seu quarto.

Com Astoria praticamente acamada, Hermione se viu passando muito tempo no quarto de Astoria. Ela trouxe flores do jardim e ajudou os elfos a trazer as refeições e os bules de chá de Astoria. Ela se sentou com ela por horas e horas, apenas tagarelando sobre coisas sem sentido e fazendo companhia à loira, e Malfoy frequentemente se juntava a elas.

Cinco dias depois do acidente de Astoria, minutos depois de Hermione ter colocado o carrinho de chá prateado no quarto de Astoria, Malfoy bateu e entrou. Ele congelou quando viu Hermione sentada na beirada da cama de Astoria, ambas com uma xícara de chá nas mãos. Ela esperava que ele se virasse e fosse embora, mas, surpreendentemente, ele conjurou uma xícara para si, preparou uma bebida e sentou-se perto da janela.

A primeira vez que aconteceu, Hermione assumiu que era um acaso. Um único.

Mas então um padrão começou a surgir. Todos os dias, por volta das três da tarde, Malfoy batia na porta, entrava no quarto de Astoria com uma caneca vazia na mão, acenava para Hermione enquanto preparava uma xícara para si mesmo e depois se sentava na cadeira.