Secrets and Masks | Dramione

(38) Tudo parecia valer a pena antes

5 de junho

Hermione deixou Malfoy esfriar por cerca de uma hora antes de ir procurá-lo e, apesar do tamanho de sua propriedade, ela poderia facilmente diminuir seu esconderijo. As paredes da mansão eram escuras e frias, e havia apenas um punhado de lugares que lhe dariam conforto.

Primeiro, ela verificou o quarto dele. Seu raciocínio era simples, lógico. Seu mundo inteiro tinha virado em seu eixo, então ele queria familiaridade. Fazia sentido que ele buscasse consolo em seu próprio quarto, com seus próprios pertences e conforto, onde tudo parecia fundamentado, conhecido e seguro. Ela tinha quase certeza de que ele estaria lá, mas em vez disso ela o encontrou vazio, a cama ainda feita e imperturbável, então ela seguiu em frente.

Em seguida, ela experimentou a pequena sala de estar na mesma ala. Depois de descobrir que metade de sua família o havia traído – e a lealdade de outro com sua esposa também coagiu sua traição – Malfoy se sentiria zangado e magoado, e ele iria querer entorpecer essa dor com o estoque secreto de uísques potentes de seu pai. Mais uma vez, ela encontrou o quarto vazio, mas sua suposição não estava muito errada. A parede falsa que escondia o tesouro de seu pai estava à mostra, a porta secreta deixada aberta para revelar as garrafas cobertas de poeira lá dentro.

Ele esteve aqui, então restavam apenas dois possíveis esconderijos.

Os retratos nas paredes estalaram e sibilaram quando Hermione passou por eles a caminho da cozinha, resmungando baixinho que o mau humor de Malfoy provavelmente era culpa dela, que ela o fizera correr pelos corredores como um touro furioso, não uma hora antes.

Ela ignorou a maioria deles, como sempre fazia, mas quando um retrato – um Malfoy idoso que morreu há pelo menos cinco gerações e se parecia muito com Lucius – fez uma observação particularmente vil, Hermione ameaçou desfigurá-lo com suas próprias tintas, e sua boca rapidamente se fechou.

O ar frio girou ao seu redor enquanto ela abria as portas da cozinha e saía para os jardins. A lua estava cheia, brilhante e alta no céu, dando a ela uma visão clara da propriedade e lançando luzes prateadas no gramado e flores desabrochando.

Ela verificou o banco sob a cerejeira, sem surpresa quando o encontrou vazio. Ela já tinha certeza de que ele não estaria lá, quase certa de que ele estaria no cemitério em vez disso, no último maldito lugar que ela queria estar, mas ela ainda tinha que marcar isso em sua lista antes dela continuar.

Ela estremeceu quando a cerca do cemitério apareceu, mas quando alcançou a entrada, ela se deparou com uma dificuldade que não esperava. Porque enrolado em uma bola e dormindo profundamente, guardando os portões, estava o dragão de Malfoy.

Hermione pausou quando viu Narcissa, ela não pôde evitar. Era biologia simples. A reação natural de seu corpo era o medo, e seus instintos gritavam para ela correr, se esconder, ficar o mais longe possível da besta colossal e de sua boca o mais rápido possível.

Mesmo com o rabo enrolado em volta do corpo e as asas dobradas firmemente ao lado do corpo, ela ainda bloqueava toda a entrada do cemitério. Não havia como Hermione conseguir entrar sem ficar extremamente perto da besta, quase pele em escamas, e esse pensamento por si só enviou uma onda de terror arrepiante por sua espinha como se alguém estivesse andando em seu futuro túmulo.

Porque Narcissa era enorme e letal e cuspia fogo.

Hermione a vira obliterar as pessoas com uma única respiração. Ela tinha ouvido histórias da besta rasgando tanques de metal como se não fossem nada e derrubando helicópteros no céu.

E um dia – se a visão que Voldemort mostrou a ela estivesse correta – ela mataria Hermione.

Narcissa abriu os olhos quando Hermione se aproximou. Ela balançou a cabeça, acordando, e duas grossas correntes de fumaça saíram de suas narinas enquanto ela levantava a cabeça do chão. Ela ficou deitada e, embora sua postura não relaxasse, a cabeça ainda erguida e o corpo na defensiva, ela observou Hermione por um momento.