11 de março
A fuga de volta para a mansão foi excepcionalmente tensa. Malfoy não disse uma palavra. Nada. Nem uma porra de frase. O único som que Hermione podia ouvir durante toda a jornada para casa era o ar frio uivando em seus ouvidos e o bater ocasional das asas de Narcissa.
E o humor de Malfoy não melhorou quando chegaram em casa. Assim que Narcissa tocou o chão e os deixou descer de suas costas, Malfoy partiu, avançando em direção à mansão como se pretendesse matar qualquer um e qualquer coisa que cruzasse seu caminho.
Narcissa choramingou atrás dele e baixou a cabeça, visivelmente ansiosa e preocupada.
Hermione acariciou suavemente seu focinho antes de ir atrás de Malfoy.
— Malfoy? — ela chamou quando eles estavam no meio dos jardins. — Você está bem?
Ele não respondeu.
Ela lutou para acompanhar seus passos largos e furiosos, praticamente teve que correr para acompanhar seu ritmo. Ela tentou chamar ele novamente quando se aproximaram da casa, e novamente, ele a ignorou, nem mesmo parou para olhar por cima do ombro.
Quando chegou à porta dos fundos que dava para a cozinha, ele ainda não havia falado, e abriu a porta com tanta raiva que foi um milagre não ter arrancado a maldita coisa das dobradiças.
Romy já estava dentro da cozinha, de pé em um banquinho alto de madeira e pairando sobre a cozinha, coberto de farinha e cortando alegremente batatas que provavelmente serviria para o jantar.
A cozinha era o lugar feliz de Romy, então Hermione não ficou surpresa ao encontrá-lo ali, mas ficou surpresa ao encontrar Astoria parada ao lado dele, uma taça de vinho tinto na mão e usando um avental rosa (que combinava perfeitamente com seu vestido) e igualmente tão coberto de farinha quanto o de Romy.
A doença de Astoria vinha sobre ela em ondas, um dia ela estava completamente exausta demais para sair da cama e, no dia seguinte, ela parecia muito melhor e dançava de salto alto. Hoje – a julgar por seu cabelo e maquiagem perfeitos – deve ter sido um bom dia. Ela tem tão poucos deles ultimamente, então foi bom vê-la de pé e por aí.
Romy parou de cortar, e as sobrancelhas perfeitas de Astoria franziram quando a tempestade de Malfoy passou por eles.
— Malfoy?! — Hermione o chamou novamente.
Mesmo assim, ela não obteve resposta.
Ele atravessou a cozinha, ignorando completamente a todos. Ele estava com tanta raiva que sua magia começou a atacar. As luzes começaram a piscar no alto. As panelas e equipamentos da cozinha começaram a chacoalhar e vibrar.
Astoria deu a Hermione um olhar preocupado quando um copo vazio se abriu e quebrou sem ser tocado.
Malfoy foi até a porta do lado oposto da cozinha e enrolou a mão na maçaneta, pronto para cair no corredor e provavelmente destruir os retratos...
— Draco?! — Ele fez uma pausa. As panelas e talheres pararam de tremer.
— Estou bem. — Ele ainda estava de costas para o quarto, mas ela o ouviu soltar uma respiração lenta antes de olhar por cima do ombro para ela. — Eu só preciso pensar como vamos conseguir o medalhão.
— Ora, o que está acontecendo com o medalhão? — Astoria perguntou, os dedos apertando a haste da taça de vinho em sua mão. — O que diabos aconteceu na reunião?! Eu pensei que tudo estava indo bem?
Malfoy apertou a mandíbula, então Hermione respondeu por ele. — A Ordem quer avançar no plano. Eles querem o medalhão até o final de março.
Os olhos de Astoria se arregalaram e sua respiração falhou ligeiramente. — Isso é... muito cedo. É possível? Entregar a eles tão cedo?
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Secrets and Masks | Dramione
FanfictionPara maiores de 18 anos. Contém crimes de guerra e violência gráfica. 9 anos após a batalha de Hogwarts, a guerra ainda continua e todos mudaram muito desde seus dias em Hogwarts. Hermione é a soldada mais letal da Ordem, passando seus dias em missõ...