(36) Abutres

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4 de junho

19h34

— Bem-vindo, Zabini, — disse Voldemort. — Que bom que você pôde se juntar a mim esta noite. Espero que sua esposa esteja bem e com boa saúde?

— Minhas desculpas pelo meu atraso, meu Senhor. — Blaise inclinou a cabeça respeitosamente enquanto falava. — E sim, ela está muito bem e está ansiosa para comparecer à sua próxima festa de gala nas próximas semanas.

Quando Blaise se endireitou, Voldemort estava olhando para ele intensamente, ansiosamente. — Houve mais alguma visão que você deseja relatar?

— Nenhuma ainda – mas espero ver algo em breve que ajudará na sua vitória.

A mão de Voldemort apertou a varinha mais velha em aborrecimento, mas eventualmente, ele suspirou e acenou com a cabeça. — Claro, suponho que foi tolice minha esperar que você visse outra coisa tão rapidamente. Acredito que você esteja fazendo tudo ao seu alcance para trazer as visões adiante, e aguardo ansiosamente a próxima que você verá.

— Claro. — Blaise abaixou a cabeça novamente. — Como posso ser útil para você esta noite?

— Há um membro da Ordem detido nas masmorras que requer suas habilidades especiais, — respondeu Voldemort. Sua voz havia diminuído a adoração em que estava pingando quando Blaise entrou na catedral. — Há algo que requer minha atenção urgente. Preciso sair e não estarei disponível nas próximas horas. — Seus olhos piscaram de volta para Blaise. — Mas o que quer que ele diga a você, não compartilhe com ninguém. Guarde para si até que eu ou um dos meus Demônios estejamos disponíveis. Há um espião entre nós e, até que possamos eliminá-lo, o círculo daqueles em quem confio é pequeno. Você entende?

— Sim, meu senhor. Perfeitamente.

— Excelente. — Voldemort girou sua varinha, preparando-se para aparatar. — Faça o que for preciso para fazê-lo falar. Use qualquer ferramenta ou método – não me importa o que você tem que fazer, mas espero resultados de você, Zabini.

O refém acabou por ser Wesley Greenford, um Lufa-lufa lembrado de Hogwarts, mas ele parecia bem diferente agora. Ele tinha cabelos loiros sujos presos em um coque e havia trocado os óculos por tatuagens e um corpo muito mais largo. Mas por mais que sua aparência exterior tivesse mudado, ele ainda gostava de falar. Bastante.

Nas duas horas que Blaise o interrogou, ele usou todas as técnicas imagináveis para tentar obter sua libertação.

Ele usou ameaças, que o recompensaram com um Crucio nos joelhos.

Ele usou de bajulação, ao que Blaise retribuiu apertando as correntes em volta de seu corpo, sufocando-o a ponto de quase desmaiar.

Ele até tentou a persuasão, oferecendo a seu interrogador os dez mil galeões que ele havia escondido, como se Blaise não tivesse doze propriedades lucrativas – e até mesmo a porra de um castelo – assinado em seu nome.

Sim, Wesley falou, falou e falou, mas nunca foi nada útil. Nunca nada remotamente interessante e utilizável – então Blaise foi forçado a ser mais... criativo.

Wesley gritou e se debateu contra a cadeira a que estava preso enquanto Blaise acenava sua varinha na parte de trás de seu crânio pela quinta vez. Blaise começou a experimentar quando o relógio marcava nove e meia da noite, testando o uso de ondas sonoras para tortura, e os resultados estavam começando a florescer.

— Por favor por favor! — Wesley implorou enquanto o sangue escorria de suas orelhas e pelas laterais de seu rosto. Ele estava ficando mais instável em sua cadeira com cada nova maldição que Blaise lançava. Se não estivesse acorrentado ao encosto, Blaise tinha certeza de que Wesley cairia a qualquer momento. — Não posso mais, não posso mais... apenas me deixe ir, por favor, cara. Você não quer me machucar, não realmente. Nós fomos para a escola juntos – eu deixei você copiar meu dever de Feitiços uma vez...

Secrets and Masks | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora