A Marca de um Alfa

Epílogo

QUATORZE ANOS DEPOIS

— Apenas concorde com tudo que eu dizer, nada pode dar errado — disse o ruivinho ardiloso que manifestou uma condição genética bastante peculiar. Era encantador como seu olho esquerdo havia se tornado azul após o primeiro cio, enquanto o direito permaneceu castanho.

Baekhyun tinha uma força única, não era algo físico, mas sim um charme natural. Ele era um dos ômegas mais populares de toda aldeia, alguns alfas arriscariam o próprio pescoço para cortejá-lo, traziam belas peles de lã aos montes no inverno, mas, infelizmente, seu pai, o líder Hoseok, enxotava os rapazes e moças que ousavam se aproximar do filhote.

— O plano tem tudo para dar errado, isso sim — Minseok o repreendeu. — Ah, não devíamos mentir, se nossos pais descobrirem, estamos fritos...

— Shiu! Eles só descobriram se você continuar a falar tão alto — resmungou.

O rapaz de cabelos castanhos fitou os mais velhos que conversavam animadamente na cozinha. Minseok via nos pais a sua maior fonte de inspiração: Um casal apaixonado mesmo depois de tantos anos, melhores amigos, que tornaram aquela cabana um lugar cheio de alegria e amor.

Jimin e Jungkook continuavam sendo dois cabeças duras, mas, não conseguiam viver separados, ou, passar mais de um dia longe um do outro.

— Não quero fazer isso — pensou frustrado.

Baekhyun estava organizando um encontro memorável, segundo ele seria a melhor noite das suas vidas.

No entanto, aquela pequena reunião entre amigos não poderia, em hipnose alguma, chegar ao conhecimento dos mais velhos, ou, todo o seu esforço acabaria indo por água abaixo.

— Nossa presença é fundamental, todos estarão nos esperando. Não quero que me entenda errado, sabe que não sou o tipo de ômega que se importa com essas coisas, mas... você deveria pensar melhor sobre arranjar um parceiro, todos os anos um alfa diferente fica plantado na frente dessa cabana, pronto para te cortejar, não adianta fingir que não sabe.

— De onde você tirou isso? Mesmo que seja verdade, eu não ligo, graças aos céus, essas tradições idiotas são vergonhosas...

— Que se dane. Ninguém liga em ser ridículo ou não, aposto que você iria adorar ser cortejado na frente de toda a aldeia por você-sabe-quem.

— Ei, você não sabe nada sobre a vida, Baek! Ainda é muito cedo para assumir um compromisso, o inverno é algo sério, precisamos escolher um companheiro para passar o resto da vida...

— Eu sei, eu sei — o ruivo resmungou. — Essa conversa fiada de caçada não interessa, não existe nenhuma tradição que nos impeça de curtir um pouco antes de casar, vamos completar vinte anos em breve, com essa idade nossos pais tiveram seus primeiros filhotes.

— Somos diferentes dos nossos pais, aliás, muita coisa mudou nessa aldeia desde que éramos filhotes. Sair escondido é arriscado. Você pode não pensar nas consequências, mas, eu não quero me encrencar por sua causa.

— Falando assim você faz com que eu me sinta um criminoso... tudo bem, entendo que não queira ir, mas, saiba que eu ficarei muito chateado, você é o meu melhor amigo, estou me sentindo abandonado.

Baekhyun era extremamente sentimental.

— Tenho certeza que não sentirá minha falta, sei que você convidou o Chanyeol, você não iria perder a oportunidade de ficar com ele a sós.

— Ah, também sou humano, o que você esperava? Papai Hoseok nunca me deixa sozinho com ele, acredita nisso? Quase um ano de namoro... não seja tolo, você também pode perder a virgindade hoje à noite.