Quando você for mais velha vai entender.

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Ao chegarmos no Brasil, meu pai recepcionou minha mãe e eu no aeroporto.
Pai: Oi filha! Que saudades - disse me abraçando.
Sabrina: Oi. - falei me esquivando dele.
Pai: O que foi?
Sabrina: Nada pai.
   Ele olhou de uma forma desconfiado mas relevou.
Pai: Vamos para casa ou querem passar em algum lugar?
Sabrina: Já sei! Eu quero ir na minha antiga escola.
Mãe: Pra que Sabrina?
Sabrina: Já que estou no Brasil, vou ver minha amigas.
Pai: Ok Sabrina!
Então minha mãe e meu pai me deixaram na porta do meu colégio antigo e foram á um restaurante que ficava á menos de 2km dali. Quando vi aquela imagem novamente em minha mente fiquei paralisada. Aquele horário era mais ou menos o de saída dos alunos.
Parada no portão avistei de primeira o Guilherme, alguém que não queria ver. Ele me olhou admirado, acredito que não esperava me ver ali, mas não ousou á vir falar comigo. Logo em seguida, vi a Antonella com a Dayane, só faltava a Giovanna.
Sabrina: Nella? - falei um pouco alto para que ela me escutasse.
  A mesma ficou procurando quem a chamava, mas então em meio a multidão me viu e ficou paralisada me olhando. Após uns 2 minutos, as duas vieram até mim.
Dayane: Sabrina - falou entusiasmada.
Sabrina: Oi amiga!
Antonella: Amiga, nem acredito que você tá aqui.
Sabrina: Nem eu esperava estar!
   As duas me abraçaram ao mesmo tempo.
Sabrina: Gente, cadê a Gi?
Dayane: Ela deve estar com o namorado dela.
Sabrina: Namorado?
Dayane: É! Agora ela vive com ele, e a gente fica em segundo plano.
Antonella: Deixa ela Day!
Dayane: Você não pode falar muito porque quando o Pietro está você não me dá atenção.
Sabrina: Quem é Pietro?
Antonella: É meu ficante.
Sabrina: Hum, ficante? Agora estão todas com o coração mole?
Dayane: A Gi e Nella sim - disse rindo.
Sabrina: E você Day?
Dayane: Eu, no momento, sigo sem amores.
Antonella: A Dayane é muito chata.
   Ficamos por ali uns 20 minutos, até que meu pai voltou para me buscar.
Sabrina: Vocês querem ir lá pra casa?
Dayane: Hoje não dá! Que tal amanhã? 
Sabrina: Pode ser e pra você Nella?
Antonella: Pode sim! Estarei lá.
   Nos despedimos e então fui para minha casa. Ao chegar, a mesma estava exatamente igual á quando eu sai,  o meu quarto estava idêntico mas sem as minhas coisas. Aquilo era tão triste, nunca mais havia pensando na minha casa no Brasil.
Sabrina: Nossa pai, como meu quarto está ao mesmo tempo igualzinho mas também diferente!
Pai: Eu sinto exatamente a mesma coisa.
Mãe: Vocês dois são extremamente sensíveis.
Pai: Minha filha né?
   Os dois, desde a chegada ao Brasil, ainda não havia brigado e nem se desentendido. Eu preferia os dois assim mas fiquei receosa, pois se eles reatassem o compromisso, minha mãe poderia querer ficar no Brasil.
Sabrina: Mãe, você vai dormi comigo né?
Mãe: Sim! Aquela sua cama é muito boa.
Sabrina: Pai, e a sua vida por aqui?
Pai: Está bem!
Sabrina: Arrumou alguém?
Mãe: Sabrina! - falou chamando minha atenção.
Pai: Deixa.
Mãe: Isso não é algo que a Sabrina tem que ficar dando pitaco.
   Senti um pouco de ciúmes nas falas da minha mãe.
Pai: Olha, sinceramente após a partida de vocês, eu não me senti pronto pra construir algo com ninguém, então tenho tido alguns rolos esporadicamente.
Sabrina: Igual a mamãe.
   Ela me olhou com expressão de raiva.
Mae: Sabrina pare.
Sabrina: O que foi mãe?
Pai: Bom, eu vou deixar vocês conversarem! Vou ao mercado, querem algo?
Sabrina: Quero um chocolate bem Brasileiro e coxinhas - disse rindo.
Pai: Ok.
   Meu pai saiu, entrou no carro e foi ao mercado. Já minha mãe me consumia pela raiva.
Mãe: O que foi isso?
Sabrina: Ué mãe! Eu que digo o mesmo!
Mãe: Como assim?
Sabrina: Você interessada no meu pai?
   Ela arregalou os olhos e tentou desviar o assunto.
Mãe: Eu?
Sabrina: Mãe, para! Você realmente ainda gosta do meu pai?
Mãe: N-não...
Sabrina: Para! Sinceramente essa família não tem mais jeito mãe, e olha, temos uma vida em Los Angeles.
Mãe: Eu sei mas seu pai era meu marido, naturalmente tenho ciúmes e tá ok!
Sabrina: Não tá ok.
   Ela levantou do sofá e foi ao banheiro. Nunca vi minha mãe tão abalada assim, ela não parecia estar brincando em relação ao meu pai.
Mãe: Sabrina - disse ao voltar do banheiro.
Sabrina: Oi mãe.
Mãe: Assim que passar uma semana aqui, vamos embora. Você tem toda a razão, não tem nada haver eu e seu pai.
Sabrina: Mãe! Se você gosta dele...
Mãe: Gostei filha, gostei mas não gosto não. Agora é o ego falando.
Sabrina: Como assim?
Mãe: Quando você for mais velha vai entender.

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