Capítulo 1

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O mundo de ponta-cabeça é tão assustador.

Amarrada pela cintura, eu me infiltrei na mansão por uma abertura no teto de vidro, a joia estava em cima de um pequeno pilar, com uma almofada vermelha. No chão, luzes vermelhas apareciam e sumiam, um dos sistemas de segurança mais usados atualmente, uma pisada em falso, e o alarme seria ativado, por isso, não tive muita escolha a quanto descer.

Na minha mão esquerda, havia um porta joias, contendo o mesmo peso da pedra no pilar.

Fui descendo devagar, lançando olhares em direção à porta.

Quando meu rosto chegou a uma altura aceitável da joia, soltei a mão que segurava a corda delicadamente, mesmo de ponta-cabeça, peguei a joia e no mesmo instante, coloquei a caixinha.

Meu coração bateu forte, eu esperei por algum alarme, mas nada aconteceu, respirei fundo e apertei o botão que controlava o meu 'gancho'. Fui subindo rápido, até que um tiro desprendeu meu gancho do teto e eu despenquei com tudo no chão.

O alarme soou alto por toda a residência.

-Droga. – Me levantei na hora e corri desesperadamente pela mansão.

Cada esquina da casa resultava em um guarda armado, tive que mudar de trajetória diversas vezes.

-Peguem-na, não a deixem fugir! – Ouvi um dos guardas gritarem.

Um tiro passou de raspão pela minha perna, consegui dobrar mais um corredor até dar de cara com um grande salão.

Alguns guardas esperavam lá dentro, e outros logo se juntaram atrás de mim, me impedindo de sair.

Estudei a casa há algum tempo, estávamos no salão de festa, segundo andar a esquerda, era uma altura considerável, mas eu não iria morrer.

-Fica no chão! – O grito veio atrás de mim.

Os guardas se ajustaram, todas as armas na minha direção, uns 12 ou 15, se eu estiver certa.

Devagar, tirei um saquinho do meu bolso.

-Já falei para ficar parada, mais um movimento e eu atiro. – Sua voz era firme, ainda vinha de trás de mim.

Com os olhos baixos, dei um risinho de canto da boca.

Lancei o saquinho no chão, uma fumaça escura tomou conta de todo o lugar.

-Atirem, homens! –Um novo grito, uma nova voz.

No meio de toda aquela confusão, abri uma garrafinha com um liquido altamente inflamável e o espalhei pelo canto da sala, a fumaça logo se dissiparia, precisava ser rápida.

-Não atirem, vão acabar se matando. – Alguém advertiu.

Peguei um isqueiro do meu bolso e comecei a correr em direção as janelas de vidro, e antes de me jogar contra o vidro, larguei o objeto, que explodiu tudo atrás de mim.

A queda me causou uns bons arranhões e um pé machucado.

Coloquei a mão dentro do casaco e uma sensação de alivio me consumiu quando senti a joia.

Logo veículos começaram a chegar, rodeando a mansão, não tive tempo de olhar para trás, fui cambaleando para floresta, enquanto o ambiente era tomado pelo som das sirenes. 

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