Capítulo 10

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Braços me puxaram para fora, eu estava sendo amarrada novamente as costas de alguém, e dessa vez, alguém estava sendo amarrado atrás mim.

Eu vestia um traje preto, que deixava amostra apenas a parte do meu pescoço para cima.

Minhas pernas estavam fracas, minha visão embaçada, porém conseguia ver as cores dos outros participantes. Meu traje era preto com detalhes verdes, eles brilhavam na sala escura, e uma onda de outras cores deixava minha visão ainda pior.

Hannah usava o mesmo traje preto, porém amarelo, e os detalhes do de Aidan eram vermelhos.

–Andem logo. – Um dos homens sibilou. – E se tentarem algo já sabem!

Nós fomos puxados, percebi no semblante dos outros que também estavam exaustos.

Passamos por vários lugares, mas para mim, todos os salões do castelo eram parecidos, e diante minha situação, não me importei.

Os guardas que caminhavam em nossa frente abriram uma enorme porta dourada, nela tinha gravado desenhos de sóis e diversas estrelas, todos dourados.

Na frente da porta, ao longe, estava o rei, sentando em seu trono dourado.

Seu olhar estava fixando em nós, ele parecia aguardar a entrada de novas pessoas.

Nas laterais do grande tapete vermelho, estavam centenas de pessoas, todas vestidas com o mesmo traje.

O guarda que comandava nossa corrente nos puxou, e enquanto contornávamos as pessoas, meu olhar pulou de rosto em rosto, todos pareciam desorientados, perdidos, apenas alguns não pareciam se importar.

O primeiro da minha corrente se sentou, eu e os outros presos tivemos que nos sentar em suas costas. Olhando para as pessoas ao lado, confirmei que também estavam amarradas.

Um rosto familiar me encarava na multidão. O rapaz de cabelos pretos e braço tatuado me olhava, ele estava longe, sentado no meio da multidão, e eu estava em uma das pontas.

Seu rosto não tinha expressão, ele apenas me olhava como alguém olha para algo sem graça.

Meus olhos mudaram para o rei, ele continuava olhando a porta, esperando que ela se abrisse.

Ao longo do tempo, novos presos apareceram e tomaram conta do salão. Acorrentados, sentados atrás um dos outros.

Guardas se posicionaram nas redondezas do local, seus olhos percorriam por toda a grande sala. Atentos, eles observavam

O rei levantou.

–Acredito que vocês não entendem o motivo de estarem aqui. – Ele iniciou, calmo. Com as mãos para trás, caminhou até o tapete vermelho, a frente do trono.

O rei ficou calado por um tempo, observando rosto por rosto. Senti um alívio quando seus olhos não encontraram os meus.

–Aqui. – Ele demorou. – Vocês terão uma nova chance de se redimirem.

Sorrisos se abriram, as pessoas provavelmente acreditavam que um trabalho voluntario pagaria seus pecados, eles não sabem que o circo está prestes a pegar fogo.

-Vou ser direto. – Com a mão sobre a boca, ele tossiu. – Vocês foram selecionados para um trabalho muito importante.

Soldados riram.

-Que trabalho, meu senhor? – Alguém dos presos gritou.

O rei levantou a mão, interrompendo.

–Me deixe continuar. – O rei voltou para seu trono, arrumando suas vestes quando se sentou. – Vocês serão as nossas cobaias para os testes de novas armas.

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