EMBOSCADA

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Hadassa

Mal posso acreditar em tudo que aconteceu. Capei um defunto e vi três aliens morrerem diante dos meus olhos com mortes horríveis.
Esse grandalhão é um sanguinário.
Minha mente bugou.
É a primeira vez que vejo alguém morrer e ver o estômago de uma pessoa pra fora do corpo não estava em meus planos.
Percebendo que não consigo sair dali com minhas próprias pernas, ele me pega no colo.

Não consigo racionar direito; vou vendo as coisas como se visse minha vida através de um filme e as imagens eram constantemente rebobinadas e bombardeavam minha mente.
Ainda consigo discernir que estou saindo da Terra numa nave espacial.
Estou incapaz de resistir quando sou atada a uma poltrona por cintos de segurança e mais tarde quando ele me leva pro quarto, não consigo sair da minha névoa obscura.

É como se ele estivesse dando banho em outra pessoa e não em mim.
De volta ao quarto, apanho a sacola e fico surpresa ao me deparar com uma langerie vermelha muito delicada.
É muito bonita, só que nunca usei nada igual.
Termino experimentando e cabe como uma luva.
Abraço meu próprio corpo por um instante, tentando me desvencilhar da memória horrível daquele alien me agarrando.

— Escute, estás segura agora! Olhe para mim...

A voz dele me traz de volta do meu torpor e o encaro com uma ideia absurda em mente.

— Você quer transar comigo?! — Disparo.

— COMO?!

Ele franzi a testa e me avalia por um momento, depois se vira para um armário embutido e começa a remexer nele.
Nem parece que acabei de me oferecer pra ele.

— Vista isso!

Recebo a camisa que me é estendida e jogo no chão.
Sem pensar duas vezes o abraço.

— O que está fazendo?!

— Eu só quero transar com você!

Desço a mão pelo cós da sua calça e sou detida quando tento tocá-lo intimamente.

— Por que? — É a pergunta que ele me faz.

Se ele fosse um homem humano não estaria me fazendo questionamento, já estaria em cima de mim.

— Eu quase fui estuprada por aquele animal! Eu não consenti nada daquilo... Eu só quero ter o controle do que pode acontecer com o meu corpo... Mas...mas eu estava quase nua... tão provocante... — Sinto um nó na garganta ao falar isso.

— Escute aqui, fêmea! Mesmo que estivesse andando despida, nenhum macho tem o direito de tocar seu corpo sem o seu consentimento. Aquele desgraçado mereceu morrer e eu o mataria mil vezes.

Nossa! Eu não esperava ouvir isso de alguém tão arrogante como ele.

— Você é diferente, por isso quero transar com você...

— Não se engane, eu não sou diferente, sou muito pior do que ele, só não abuso de fêmeas... Isso é abominável para qualquer macho que se preze. Mas eu não sou bom!

O que ele está dizendo não faz o menor sentido, afinal ele me salvou. Como pode ser ruim se arriscou a vida por mim?!

— Por favor, eu só quero esquecer o que aconteceu lá. Nem consigo fechar os olhos, pois tudo que vejo é aquele monstro tentando abusar de mim... Só preciso de lembranças novas e boas...

Talvez eu esteja indo longe demais, mas agora necessito de uma válvula de escape de tudo que aconteceu.

— Não! Deite-se e descanse!

— Mas que inferno! Você não é um homem? Eu não sou boa o suficiente pra você?!

Termino me irritando por estar sendo rejeitada dessa maneira e agarro o pênis dele; ele endurece imediatamente em minha mão.
E quando me empurra na cama e me prende entre meus braços, penso que consegui dobrá-lo.
Sua ereção empurra com força minha intimidade e por mais insano que seja, estou ficando verdadeiramente excitada.

Sem Deixar Vestígios: Contos AlienígenasWhere stories live. Discover now