RESGATE

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Sírius

Após acabar com aqueles  infames de quatro braços, segui no encalço da nave Whiaraniana.
Optei por seguir na nave Antaron que era de menor porte e mais rápida em relação as nossas; levei comigo quatro guerreiros, os mais fortes e letais, esses eram destemidos o suficiente para aceitar morrerem nessa missão.
Não os enganei quanto a minha intenção de usar a Iocto para destruir aquele planeta, caso Kany não me devolvesse a fêmea.

A reputação daquele maldito o precedia.
Ele tinha o abominável hábito de causar dor às fêmeas de seu harém para sentir prazer e se ele encostasse um só dedo na minha humana, eu cortaria todos eles fora.
Maldição!
Por que estou agindo como um macho possessivo?!
Não, aquela fêmea não era minha.
Eu não tenho qualquer direito sobre ela, já basta ser que ela está nessa situação por minha causa.

Os dois dias de viagem foram os piores da minha longa existência.
Eu estava como uma fera encurralada; definitivamente, eu precisava caçar e o rei Kany seria meu alvo principal.
Aquele macho ia se arrepender de ter cruzado meu caminho.
Nada me impediria de ter sua cabeça numa bandeja.

Quando estávamos próximo, enviei um sinal falso, para que pensassem que a nave estaria pousando numa das províncias de Whiaran e a perseguissem por lá, enquanto estaríamos descendo direto sobre o palácio.
A nave ficaria numa altura de segurança, com um dos meus homens no comando.
Os outros desceriam comigo.
Teríamos cerca de um quarto de hora, antes que descobrissem que o sinal era falso e que estavam sendo invadidos.

Ao chegarmos na atmosfera, lancei a Iocto e armei uma explosão controlada, que levaria metade desse sistema solar. Ninguém escaparia, nem mesmo nós.
Eu realmente esperava não ter que chegar a tanto.
Depois disso, descemos à terra firme e não foi difícil infiltrar meus guerreiros.
Não demorou nada e sou notificado de que a fêmea foi levada aos aposentos do rei.
Um deles havia invadido o harém e feito algumas servas falarem; Ikion era muito bom em tortura e nunca deixava testemunhas.

Apressei-me naquela direção e no caminho vejo o comandante Thechyai andando desavisado.
Não penso duas vezes antes de tomá-lo como refém.
Aperto minha faca em seu pescoço, à ponto de descer um fio de sangue.

— Só quero ouvir uma coisa da sua boca antes de matá-lo: onde está minha fêmea?!

Minha voz sai quase como um sussurro, mas ele sabe o quanto sou perigoso. Não preciso gritar para que entenda os riscos.

— Então, se apresse conquistador!

O quê?!
Não entendo porque ele parece tão calmo diante da ameaça que represento.

— Vai perder tempo comigo, conquistador?! A essa hora sua fêmea está sendo torturada por meu rei sádico.

Ele me fala calmamente.

— Por quê?

É a minha pergunta para sua conduta confusa e inesperada.

— Não aprecio machos que são abusadores de fêmeas, mesmo sendo o meu rei!

Não parecia que ele estivesse tentando me pôr numa armadilha.
Afasto-me dele.

— O que ganha com isso?

— Talvez você possa me trazer uma fêmea humana! — Ele sugere e continua — Siga por uma entrada privada que há no fim do jardim, é uma passagem secreta. Retire o jarro do pedestal e a porta se revelará.

Viro-me pra sair e ele continua:

— Mais uma coisa conquistador, atrasarei a guarda real por um pouco de tempo, seja rápido em seu resgate e se puder, deixe o rei vivo.

Sem Deixar Vestígios: Contos AlienígenasWhere stories live. Discover now