O COMANDANTE

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Hadassa

Tudo aconteceu muito rápido, mais rápido do que consigo processar.
Num minuto eu estava tendo uma conversa cordial com o Sírius e no minuto seguinte fomos atacados.
Céus, só de imaginar que tem aqueles monstros de quatro braços nos esperando, meu sangue gela nas veias.
Lembro de ter me sentido totalmente impotente ao descobrir que a arma em meu corpo me mataria em algumas horas e pior ainda, quando meu protetor foi obrigado a me deixar ali no meio daqueles aliens escrotos e estupradores.

Sei que ele não teve escolha. Mil coisas se passavam em minha cabeça.
Assim que ele se foi, fiquei imaginando se realmente ele retornaria por mim.
Senhor, ele me prometeu que viria me salvar.
Involuntariamente aperto a pulseira em meu braço, enquanto sigo o alien de pele levemente dourada.
Pelo menos, esse está sendo gentil comigo e não parece ter qualquer interesse sexual.

Ele me conduz até uma sala vazia e muito iluminada, parecia revestida de refletores.

— Vamos para minha nave, fêmea! Não é seguro você ficar aqui com esses arturianos.

Ele fala na minha língua e faz um gesto para que eu me aproxime.
Não tenho muita escolha aqui e realmente não quero ficar entre esses monstros.
Uma luz desce sobre nós e quando dou por mim, estamos em outro ambiente.
Sinto o mundo girar à minha volta e sou segurada pelo braço.

— Respire fundo! É normal acontecer isso com quem não é habituado ao teletransporte.

— Nossa! Parece que meu estômago virou do avesso! — Resmungo e ele sorri.

Uau! Ele é muito bonito mesmo.
O bonitão me faz lembrar os elfos dos filmes que assisti. Seu cabelo negro forma um contaste perfeito com sua pele.
Ele só não é mais bonito do que o Sírius, e por falar nele, como será que ele está se saindo?!
Meu Deus, que o bastardo não me abandone aqui!

Mal começamos a caminhar, ouço um pequeno bip e o comandante aperta um micro monitor em seu pulso.
Imediatamente, um holograma de corpo inteiro aparece.
Lá estava um homem enorme e com feições duras; sua pele era igual a do homem ao meu lado.
Mesmo sabendo que ele não está ali de verdade, sinto um calafrio quando o olhar dele percorre meu corpo inteiro.

— Majestade, essa é a humana que estava sob a proteção do conquistador! A arma está em seu corpo e ele foi atrás da tecnologia de extração para salvá-la.

— O indomável Sírius está arriscando o pescoço por ela?! Então, essa fêmea é preciosa!

Realmente, não gosto do jeito que ele fala e nem como me olha.

— Sim, majestade!

— Comandante, tenho alguma concubina humana?!

Mas que porra está acontecendo aqui?!

— Não, senhor!

— Então, traga-a para mim quando tudo isso terminar.

— E quanto ao conquistador? E a Iocto?

— Se eu não estiver enganado, aquele mercenário está indo direto para Hámmon... não, não, não! Se tivermos a Iocto em nosso poder, aquele imperador bastardo terá o que precisa para declarar guerra contra nosso povo. Deixe a Iocto para os artúrios, que eles sofram as consequências. Isso não é ótimo?! Terei a fêmea e num só golpe, me livrarei do conquistador e dos arturianos e nossa aliança será extinta sem que eu tenha que mover um dedo.

— Parece razoável, meu senhor! Vamos nos livrar de dois inimigos de uma só vez.

Não! Eles estão planejando trair o Sírius! Que raposas velhas.

Sem Deixar Vestígios: Contos AlienígenasWhere stories live. Discover now