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Noah Urrea 
Los Angeles, 20 de novembro de 2021

Mais uma manhã na empresa, hoje seria um dia importante então fui das primeiras pessoas a chegar e desde essa altura estive sempre fechado dentro do meu escritório. Havia muito a tratar e eu queria aproveitar bem o tempo. Quando o meu computador recebeu o aviso de que estava na hora da minha reunião, peguei no meu tablet onde estavam todas as informações referentes à nova edição e saí de dento da minha sala com o objetivo de alcançar a sala de reuniões. Contudo não foi bem isso que aconteceu.

Assim que olhei para a porta do elevador viu Sina acompanhada por um homem de meia idade. Ele trazia um fato cinzento vestido e carregava consigo uma mala de cabedal preta. Eu conhecia-o de algum lado, mas não me conseguia recordar de onde. Sina e ele pareciam entusiasmados na conversa que estavam a ter, havia um brilho e um sorriso convidativo nos seus lábios, que eu nunca tinha visto, mas que era esplendido.

Na verdade, desde o jantar em minha casa que Sina se mantinha afastada de mim. Não é que a nossa relação tivesse muito desenvolvida antes, mas quando a convidei para jantar em minha casa e a apresentei como uma amiga para a minha filha, eu tinha esperanças de que a barreira de gelo que havia sido criada entre nós dois pudesse derreter, contudo isso não aconteceu. Desde esse bom jantar, há uma semana atrás, que Sina se mantém distante apenas falando comigo sobre assuntos relacionados à revista e sempre pelo menor tempo possível. Por várias vezes reparei que ela me olhava, mas sempre que era descoberta o seu olhar desviava-se e uma tonalidade avermelhada tomava conta do seu rosto. Ela ficava bastante bonita corada, não é que ela não fosse, mas a vermelhidão nas suas bochechas dava-lhe um ar mais sexy.

Desviei-me dos meus pensamentos quando Sina parou à minha frente acompanhada pelo homem.

- Senhor Urrea, este senhor gostaria de falar consigo – Sina deu um passo para o lado e deixou que o homem estendesse a mão para me cumprimentar.

- Harry Clarke – apertei a mão do mesmo – Como a senhorita Sina referiu, eu gostava de falar consigo sobre a possibilidade de abertura de uma filial da VOGUE em Londres.

- Vamos até à minha sala, por favor – apontei na direção da porta e deixei que o homem avançasse alguns passos antes de falar com Sina – Eu ia ter uma reunião agora para preparamos a nova edição, desmarque para a tarde – a loira concordou e começou a caminhar até à sua secretária – Ah, chame o Josh ou a Any, preciso que um deles esteja presente nesta reunião.

- É para já senhor Urrea – Sina sentou-se na sua cadeira em frente à secretária e rapidamente pegou no telefone começando a desmarcar os meus compromissos.

Dei alguns passos para dentro do meu escritório, onde o homem já se encontrava parado perto das cadeiras de frente para a secretária – Sente-se – indiquei uma delas que rapidamente foi ocupada – Vamos apenas esperar pelo meu sócio e depois pode começar a apresentar-nos a sua proposta.

- Parece-me bem – em poucos minutos Josh entrou na minha sala e ocupou a única cadeira vazia.

- Senhor Clarke, este é Josh Beauchamp o meu sócio na revista – os dois cumprimentaram-se e depois voltaram a olhar-me – Josh, o senhor Clarke veio apresentar-nos uma proposta sobre a possibilidade de abrirmos uma filial da revista em Londres.

- Pode ser um negócio interessante – Josh sorriu animado, esta proposta já tinha sido levantada por nós diversas vezes, mas foi sempre guardada na gaveta porque nunca parecia o momento certo – Explique-nos mais sobre a proposta.

- Bom, eu era dono de uma das mais importantes revistas de Inglaterra, contudo depois de alguns problemas entre os meus sócios acabámos por abrir falência. Então comecei a pensar em diversos investidores que nos pudessem ajudar a recuperar todos os postos de trabalho perdidos. Comecei a informar-me e vi que a VOGUE estava muito bem classificada, fiz alguns estudos de mercado – o homem retira alguns papéis da mala preta e entregamos para que eu os possa analisar – E acho que pode ser uma ótima proposta para a revista se abrir uma nova filial no velho continente.

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