C31

527 25 6
                                    

Noah Urrea 
Los Angeles, 08 de dezembro de 2021

Ainda me encontro surpreso. Não estava mesmo nada à espera de encontrar um ficheiro sobre Sina no meio de tantos outros, quando tentava escolher um candidato para preencher a vaga disponível na revista.

Por mais que tenha sido errado pensar que Sina pudesse ter-se envolvido comigo apenas para subir na empresa, tenho de admitir que não seria a primeira vez que uma mulher tentaria para alcançar o seu tão desejado cargo, nem haveria de ser a última.

Talvez o meu pedido de desculpas não tenha sido o suficiente depois de a acusar de algo tão grave, mas penso que a loira entendeu o ponto em que queria chegar. Não nos conhecemos assim há tanto tempo, mas já consegui entender qual o caracter de Sina e todos os valores que ela tem e tenta transmitir.

É por não sentir que o meu pedido de desculpas foi suficiente que me encontro, neste momento, à porta do seu apartamento com um ramo de rosas vermelhas na mão. Depois de ter tocado à campainha, afastei-me um pouco da porta e segundos depois a mesma foi aberta.

- Mesmo à hora combinada – Sina disse e abriu mais a porta permitindo a minha entrada dentro da sua habitação e dando-me a visão do seu corpo.

- Boa noite – aproximei-me dela e deixei um beijo terno nos seus lábios tingidos com um gloss – Estás linda – sussurrei perto do seu ouvido, inspirando a sua fragância.

E na verdade, Sina estava mais que linda, estava maravilhosa. O vestido preto, justo ao corpo que trajava, encaixava-lhe como uma luva. E a fenda que tinha na perna esquerda era arrebatadora.

- Obrigada. Tu também estás muito elegante – disse-me, mas ao pé dela o fato preto que tinha vestido não era nada.

Agradeci-lhe o elogio e estiquei o ramo de flores que ainda trazia escondido atrás das costas.

- Noah, para que são as flores? Não era preciso – Sina pegou no ramo e encarou-as por alguns segundos, antes de voltar o seu olhar na minha direção.

- Achei que o meu pedido de desculpas não tinha sido suficiente, por isso as flores – disse – Espero que me possas perdoar pelo que disse mais cedo.

- Esse assunto já está mais que esquecido – garantiu-me e suspirei aliviado. Não queria nada ter estragado o nosso jantar com este assunto – Vou coloca-las dentro de água – disse – Ah, e já agora, são lindas e eu adorei. Obrigada.

- Não tens de agradecer – sorri-lhe e deixei novamente um beijo nos seus lábios rosados.

- Podes esperar na sala enquanto encontro uma jarra para as colocar – brindou-me com o seu sorriso – É por ali – indicou a direção do espaço que se localizava atrás dela.

Dei alguns passos para o local indicado enquanto ela tinha desaparecido por uma porta que devia levar à cozinha. Permiti-me espreitar a divisão, que era bastante pequena em comparação com a minha, no entanto continuava a ser acolhedora.

Nem me apercebi que tinha alcançado uns porta retratos que continham fotos de Sina e de duas outras pessoas, que eu supus serem os seus pais. Uma outra fotografia mostrava Sina com um rapaz também ele loiro, onde ambos sorriam um para o outro, ao mesmo tempo que pareciam trocar imensas confidências apenas com o olhar.

- Ah, estás aqui – Sina apareceu atrás de mim, já sem o ramo de flores.

- Desculpa, mas não resisti à curiosidade – a loira encolheu os ombros num desvalorizar da situação – São os teus pais? – indiquei a foto que anteriormente tinha tido em mãos.

- Sim – devido à sua curta resposta, decidi que era melhor não questionar quem era a presença masculina que a acompanhava na outra fotografia – Devíamos ir para não chegarmos atrasados.

The Secretary - NOARTWhere stories live. Discover now