Capítulo 11

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Andando pelos corredores do castelo, Morrigan pôde perceber que nada mudara desde a última vez que esteve ali. O lugar continuava extremamente rico e chamativo.

Os corredores eram de mármore branco  e ouro nas pilastras, lembrava-a um pouco da Corte Diurna. No chão de pedra, um extenso tapete de pele de algum animal que provavelmente lhe deixaria enjoada, caso chegasse a saber qual era.

Depois de alguns minutos, Morrigan virou em um corredor apenas para dar de cara com quatro guardas enormes com escudos e lanças. Seus rostos não demonstravam expressão alguma.

Quando se aproximou mais, dois deles abriram as grandes portas pretas com arabescos dourados que levavam para a sala do trono. A governadora da Cidade Escavada passou pelas portas com a postura ereta, como a verdadeira rainha que era.

Seu vestido, que ela tinha trocado assim que passou pelo primeiro corredor do castelo, era deslumbrante. O tecido prateado moldava o corpo esbelto e curvilíneo da loira. Não existiam palavras para descrever o quão bela ela estava.

O olhar de Mor se focou na figura em sua frente, a rainha de Vallaham estava sentada imponente em seu trono. A coroa dourada com pequenas ametistas, brilhando em cima de lindos cabelos preto nanquim.

O corpo tão bem conhecido por ela da rainha, estava dentro de um maravilhoso vestido de seda cor vinho. Seus braços estavam adornados com vários braceletes, os dedos com diversos anéis e no pescoço um colar, ah... Morrigan se lembrava muito bem dele.

Se lembrava de tirar todos aqueles acessórios do corpo da rainha e deixa-la apenas com aquele colar. Lembrava-se de despir o corpo da rainha lentamente.

Foram incontáveis noites com as duas compartilhando os lençóis. Morrigan não tinha intenções de relembra-las. Não por enquanto. E não sóbria pelo menos.

Um pequeno sorriso de canto nasceu nos lábios avermelhados enquanto se aproximava e fazia uma pequena mesura em respeito à rainha.

- Apolônia...

Ronrona a loira em cumprimento.

A rainha se levanta. Cada passo que dava, para descer os três degraus que as separavam, era uma eternidade. Apolônia era como uma leoa em sua frente, pronta para dar o bote e devorar a sua presa.

Que no caso, era a loira.

- Olá, Morrigan. Quanto tempo. - A rainha estala dois beijinhos em sua bochecha rosada.- Mas não por minha causa, é claro. Você simplesmente se recusa a aceitar os convites que envio para você.

- Sinto muito por isso. - mentira, ela não sentia.- Andei muito ocupada ultimamente, meu querido pai não está me deixando em paz.

A rainha faz um careta conduzindo a loira pela saída dos fundos da sala do trono, indo diretamente para um lindo jardim de inverno.

Flores exóticas de todos os tamanhos, faziam um lindo espiral até uma pequena fonte, bem no centro do jardim. Para chegar nessa fonte, precisava passar por várias outras flores e árvores.

Existiam cinco caminhos da entrada do jardim de inverno para o centro, por todas elas tinha que se passar pela pequena mata.

Era aproximadamente cinco minutos de caminhada, o lugar era enorme! Mas pequeno se comparado com alguns outros jardins de inverno em outros reinos.

- Elain ficaria maravilhada com esse lugar.

- Quem? - Apolônia franziu o cenho em confusão.

- Ela é a irmã do meio de minha Senhora. Elli é simplesmente apaixonada por jardinagem. É tipo uma válvula de escape para ela.

- Quem sabe você não a traz aqui futuramente?! Esses jardineiros estão muito desleixados.

Faz uma careta.

- Quem sabe um dia...

Mor deixa a frase no ar. Nem fodendo que ela levaria Elain para lá. Esse lugar era ruim de mais para Morrigan deixar qualquer um de sua família ir.

O problema maior de Vallaham, era a atmosfera do ambiente. Mor o achava opressor demais. Pior até que a Cidade Escavada. Era sufocante.

Corte de Passados SombriosWhere stories live. Discover now