Capítulo 19

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Boa leitura.

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- E então, o que me diz?

Morrigan abre e fecha a boca, completamente surpresa e sem saber o que falar. Seus membros estavam flácidos, o cérebro anestesiado. Isso era um absurdo, a proposta de Apollônia era um absurdo.

- E-eu não sei.

Ela levantou uma sobrancelha bem feita. Seu olhar quase devorava Morrigan.

- Apolônia, isso é... preciso pensar, preciso falar com meus Grão- Senhores primeiro.

O olhar da rainha de Vallaham era levemente julgador

- Seus Grão-Senhores decidem com quem você se casa?!

- Claro que não!- apressou-se em dizer - Mas é que foi tudo muito rápido. Vim aqui para fazer um acordo entre dois reinos, não para me casar! Você depois que a reunião acabou simplesmente me trouxe para seu quarto e propôs essa ideia quase que absurda.

- Não é absurda. Seria benéfico e duradouro para Vallaham e a Corte Noturna. Pense melhor sobre isso Morrigan, pode voltar para sua casa se quiser, mas esperarei por sua resposta dentro de um mês.

- Tudo bem.

Mor apenas assente, ainda atônita pelo pedido.

A última vez que aquilo tinha acontecido - que ela tinha sido pedida em casamento - não acabou muito bem.

Na verdade, acabou com ela ensanguentada na divisa entre duas Cortes com três pregos perfurando sua barriga. Essa lembrança faz com que ela estremeça. Odiava lembrar daquela época de sua vida.

Ela só tinha 17 anos, mal sabia como viver ou como era sair por aí e se aventurar. Até porque nunca teve essa oportunidade até então, sua vida era sobre ficar dentro de um vestido e ficar apenas sorrindo, sendo nada além de uma boneca que seria vendida como uma égua reprodutora para quem pagasse mais.

Como se ela não tivesse nenhum outro valor. E ela odiava seu pai por isso, odiava-o por vendê-la, odiava sua mãe por nunca fazer nada para ajudá-la, por ela sempre compactuar com as monstruosidades de seu pai.

Odiava seu tio, pai de Rhysand, por não fazer nada, por ver o que aconteceria a ela e não fazer nada. Por não impedir seu noivado com o troglodita do Eris.

Desgraçados. Como os odiava.

Mas em compensação, ela amava sua tia, ela foi para Mor - mesmo que por um curto período de tempo - o que sua mãe nunca foi, o que deveria ser mas não foi.

A mãe de Rhys era a fêmea mais espetacular que já existiu, a forma como cuidava e amava a todos era... inspirador no mínimo. Feyre as vezes lembrava muito da Senhora Helen, as atitudes das duas eram muito parecidas. Mor tinha certeza que Helen adoraria sua nora.

O que mais tinham parecido, era que as duas sempre protegiam que amavam. Não importasse o que teriam que fazer, sua família sempre vinha em primeiro lugar para elas. Sempre.

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Apolônia em partes estava certa, pois um casamento entre elas unificaria os dois povos, e em caso de uma guerra, a Corte Noturna teria apoio de Vallaham garantido. Mas nós não estávamos em guerra, não por enquanto pelo menos.

Eram muitas questões para pensar, isso tinha que ser cuidadosamente pensado e calculado. Os prós e contras teriam que ser levantados, avaliados. A cabeça de Mor latejava do de pensar nisso.

Então, no momento ela apenas arrumaria suas coisas para voltar para casa. Depois se obrigaria a pensar sobre esse casamento. Pelo menos o anel era bonito, Apolônia tinha bom gosto.

Seu aro era de ouro com pequenas pedrinhas negras, no topo repousava um lindo diamante negro que parecia engolir qualquer tipo de luz, ele era segurado por pequenos arabescos com pedrinhas de diamantes. Era uma herança de família segundo a rainha.

Ele tinha pertencido a mãe de Apolônia e antes pertencido a mãe desta, e antes a mãe dela e assim por diante. Estava na família a milênios de gerações. Isso gerava algo no coração de Morrigan que ela não sabia dizer o que era.

A única coisa que restava agora era esperar para saber quais decisões seriam feitas, que a Mãe a ajudasse pois Mor não gostou muito dessa ideia de casamento, mas se fosse para o bem de sua Corte, Morrigan o faria.

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