Capítulo 13

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Emerie ficou completamente sem ar quando o lenço foi retirado. Ela não podia acreditar no que estava vendo. Não mesmo.

Pela Mãe!

Era um bebê.

Um pequeno pacotinho envolto com uma fina manta de lã. As mãos de Emerie tremeram ao encostar nos dedinhos do bebê.

O pacotinho se agitou.

Lindos olhinhos amendoados viraram-se para ela. E, contrariando todas as suas expectativas, o bebê riu. Jurava que a criança choraria, mas não, o bebê riu. Riu! Para ela.

Seu coração errou algumas batidas.

Se tinha algo que Emerie era completamente apaixonada, era por bebês. Eles eram tão fofinhos. Menos quando choravam ou faziam cocô, ai a fofura acaba.

A mais velha volta a cobrir o cesto com o lenço, pega em sua alça e volta em direção a saída da floresta. Ela tenta ir o mais rápido que conseguia e o mais cuidadosa que Deus dedos lhe permitiam.Tomando cuidado sempre, para não machucar o bebezinho.

Após chegar em sua casa pela entrada da loja, Emerie tranca a porta e coloca uma barra de ferro atravessado como segurança extra, ela se dirige para a cozinha, desocupando a mesa rapidamente e logo em seguida apoiando o cestinho ali.

Com muito cuidado, a illyriana pega o neném no colo e o observa melhor. Ralos cabelos castanhos despontavam de sua cabecinha. Os olhinhos amêndoas eram mais brilhantes do que os do Azriel.

Ela colocou água para esquentar no fogão a lenha e pôs um pouco de água até 1/3 da bacia. Emerie então, tirou a mantinha envolta do neném e depois a roupinha branca manchada na virilha, provavelmente de xixi.

Era uma fêmea.

Uma linda fêmea illyriana.

Suavemente, Emerie coloca a neném apoiada de barriga para baixo em seu antebraço esquerdo, passando a observar suas asinhas.

Até então, ela não sabia o motivo para alguém abandonar um neném no meio de uma floresta, mas quando ela virou a criança, tudo fez sentido.

As asinhas eram danificadas do nascimento. Não era a primeira vez que via uma asa como a da neném a sua frente, com buracos de falhas na membrana e com a cartilagem torta.

Muitos nenens prematuros nasciam assim, com defeitos nas asas.

E por esse motivo, muitos pais matavam as crianças em um altar para sacrifício, mas alguns não tinham essa coragem - oque provavelmente foi o caso dos pais dessa neném - e simplesmente abandonam a criança no meio da floresta a própria sorte.

Era um ato bárbaro, porém muito mais comum doque se imagina.

A chaleira apitou, indicando que a água tinha esquentado. Com muito cuidado, Emerie colocou a bebê no cestinho e retirou a chaleira com a ajuda de um pano, para logo em seguida despejar na bacia com água do lado do cesto.

A temperatura estava boa, nem muito fria e nem muito quente. Ela não sabia se poderia usar o sabonete que ela mesma fazia, mas era a sua única opção no momento.

Dando de ombros, Emerie pegou a bebê e a colocou delicadamente dentro da bacia. Assim se iniciando um bom banho, provavelmente o primeiro da vida da bebê.

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