Capítulo 28

181 22 11
                                    

Curte e comente.
(Não revisado).

O porão era enorme e, assim como a loja, era extremamente organizado. Haviam cinco estantes de três prateleiras enfileiradas e com um espaçamento de um metro e meio de cada uma no canto esquerdo do cômodo. No lado direito, havia dois tanques de lavar roupa com um cesto de roupas sujas dentro, um pequeno varal com roupinhas de bebê um pouco ao lado dos tanques.

Como tudo era bem organizado, por ser um pouco apertado e as asas de Emerie ocuparem espaço, a fêmea só conseguia transitar entre as estantes se estivesse de lado. Mas isso não atrapalhou sua eficiência, e não demorou muito para a illyriana encontrar o refil que Mor tanto queria.

Quando eles se viraram para sair, Mor não pode deixar de reparar que ao lado da pequena escadaria que dava para a porta, havia uma pequena escrivaninha com porta retratos em cima e um banquinho de madeira. Antes de saírem Emerie avisou que tinha que pegar algo nas estantes que tinha esquecido e voltou para o pequeno estoque.

Como Emerie se afastou de volta para as estantes, Mor aproveitou e se aproximou para ver melhor os porta retratos, eles tinham chamado muito a atenção da loira.

Haviam três porta retratos ali, um de uma fêmea illyriana que Mor não reconheceu mas que lembrava muito Emerie, outro de um macho também illyriano e super parecido com Valkiria e por último, uma menininha que Mor tinha certeza ser Emerie com a mesma fêmea do outro retrato.

- Sou eu quando criança, minha mãe e meu irmão.

Morrigan deu um pulo e soltou um gritinho quando a voz da fêmea illyriana preencheu o silêncio porão. Quando se virou para encarar Emerie, Mor estava com uma expressão parecendo uma pequena criança que ela tinha sido pega fazendo bagunça.

Emerie não aguentou e riu, e o riso só aumentou quando a loira ficou mais corada que os vestidos vermelhos que costuma usar, era simplesmente adorável. Emerie amou ver Mor constrangida.

- Me desculpe, - apressou-se em dizer- não queria ser uma bisbilhoteira.

- Não tem problema.- deu de ombros sem realmente se importar.

- Aliás, sua mãe é linda.

- Era.- Emerie corrigiu enquanto sentia um bolo subir e se instalar em sua garganta- Ela já morreu...

Os olhos de Morrigan saltaram de suas órbitas, se ela os arregalasse mais Emerie achava que cairiam de seu rosto.

- Caldeirão, eu sinto muito... e-eu...

- Não tem problema.- a morena tinha certeza que Morrigan estava morrendo de vergonha e constrangimento, era nítido em suas expressões. - Já faz muito tempo mesmo.

Quando Mor iria responder alguma coisa, um chorinho sentido e irritado se fez presente, elas só escutaram pois tinham uma ótima audição feérica. Logo, as duas foram em disparada para o andar da loja, e seguindo Emerie, Mor foi para a cozinha apenas para encontrar uma linda e furiosa bebê dentro de um berço móvel.

A morena rapidamente pegou Astrid no colo e logo começou a ninar sua bebê. Mas ela sabia qual era o problema, Astrid estava com fome. Internamente, Emerie implorou para que tenha alguma mamadeira do estoque de leite materno que Feyre fez para ela.

- Mor?

- Sim.

- Poderia ver se dentro do armário frio* tem alguma mamadeira com leite, por favor?- aponta para o terceiro armário de bancada da pia.

- Claro.

Rapidamente e de forma prestativa, Morrigan foi até o armário da bancada indicado e o abriu. Nada, não tinha nada apenas gelo e algumas carnes, mas nada de mamadeiras. A loira se virou fechando a portinha.

- Não tem nenhuma aqui.

- Droga.- Eme fecha os olhos com força, sem parar de balançar suavemente a bebê aos berros em seus braços.

- Posso levá-la até a Casa do Rio se quiser, para Feyre amamentar Astrid e tirar mais leite para você.

- Sério? Faria mesmo isso?

Algo dentro de Mor se agitou ao ver o brilho de alívio e gratidão brilhando nos olhos da fêmea a sua frente. Ela balançou a cabeça assentindo.

Rapidamente Emerie juntou suas coisas e as de Astrid, e enquanto fazia isso, pediu para a loira fazer o favor fechar a loja para ela. É claro que a governadora o fez. Tendo terminado de fechar e apagar as luzes da loja, deixa uma pequena pilha de três moedas de prata no balcão, para pagar pelo cartucho.

Mor volta para a cozinha e estica a mão para que a ilyriana a pegue com sua mão livre. Quando suas mãos se encontraram, Morrigan sentiu um arrepio por todo o seu corpo, sua espinha gelou e algo em sua costela deu uma pontada.

Arregalando os olhos, ela olhou para a fêmea alada a sua frente, a pontada em sua costela se transformou em um puxão de quando um nó se é dado.

No último segundo antes de atravessar, uma constatação arrebatadora se fez presente na mente e no coração de Mor.

Laço de parceria.

Emerie era a sua parceira.

Essa sensação de puxão nas costelas e a sensação de ter um nó sendo dado em sua alma, a mesma sensação que teve, foi a mesma que Rhys descreveu para ela quando descobriu seu laço com Feyre.

Puta merda, ela era parceira de Emerie!

Corte de Passados SombriosWhere stories live. Discover now