Corte de Amor e Caos - Azriel

7

Eu não consegui dormir. Foi como a primeira noite, rolando de um lado para o outro na cama.
Eu não sabia que horas eram, mas não aguentei mais estar inquieta, abri a cortina e fiz um feitiço em mim mesma para dormir que quebraria quando o sol batesse em meu rosto através da janela.

Tomei um banho quando acordei, e quando voltei ao quarto, uma espécie de uniforme estava na cama. Era feito de couro preto e imitava escamas, era incrível!
Vesti e senti que ficou um pouco largo nas pernas mas também não sabia se era para ficar largo ou justo.
A casa me ofereceu café da manhã no quarto mesmo. Torradas, ovos mexidos e mingau.
_ Obrigada!
Eu estava morrendo de fome, comi tudo sem piscar e comeria mais, a casa me deu um copo de água, muito provavelmente preocupada se eu tinha engasgado com a rapidez.
Desci as escadas calma até a entrada da casa onde Nestha me esperava.
_ Bom dia!_ cumprimentei.
_ Nossa, a roupa ficou melhor do que eu imaginei.
_ Então foi você?!_ olhei para o couro e sorri_ Obrigada!
Ela usava um quase igual se não fosse suas armas penduradas. Nestha me guiou para o ringue que ficava depois de escadas para baixo da casa.
Era enorme e ao ar livre, mas tinha muros que deixavam o lugar bem privado. E tinha muitas mulheres, pareciam sacerdotisas, e elas treinavam juntas, quase como se fossem a mesma pessoa, era lindo de ver.
_ Bom dia, Eglantiny! _ Cassian me cumprimentou.
_ Bom dia!
Azriel me olhou e deu uma levantada no queixo como cumprimento, seu jeito em público é diferente.
_ Essas são Emerie e Gwyn, elas foram as primeiras a começar a treinar com a gente.
_ É um prazer! _ disse com educação.
_ Nestha disse que você veio de um dos 26 mundos. Como é possível?_ a ruiva chamada Gwyn perguntou.
_ Eu realmente não sei como, mas os grandes e mais experientes sabem. Pretendo descobrir também.
Ela assentiu.

_ Então, Eglantiny_ começou Cassian_ Vamos ver como você se sai. Não se preocupe, todas estão aqui para aprender, não precisa sentir vergonha de nenhum erro aqui.
_ Eu agradeço por me tranquilizar.
É muito bonito da parte dele querer me deixar a vontade, mas não tenho vergonha de muitas coisas e uma delas lutar.
_ Vamos com espadas, adagas ou alguma coisa?_ perguntei.
_ Vamos no combate corpo a corpo antes de avançar para os materiais.
"Avançar"?
_ Trocação franca, eu gosto disso.
Comecei a tirar minhas botas, quando treino gosto de ficar descalça, me ajuda manter a mente quieta por algum motivo.

Dei meu cajado na mão de Nestha e segui para a área marcada, a essa altura todas me olhavam e olhavam meus pés. Eu não sei explicar mas, manter os pés frios é uma ótima maneira de controlar o calor.
Cassian já estava no ringue quando cheguei, ele tirou tudo que era pesado e estava sacudindo as mãos para alongar.
Me posicionei e ele franziu a sobrancelha.
_ Muito bom! _ o macho disse.
Assim que ele assumiu a posição ataquei. Com as pernas, praticamente amarrei sua cabeça com os joelhos e joguei o peso do corpo para trás. Obviamente cai junto mas o dano fica todo no oponente ao usar essa manobra. Me levantei rápido assumindo a posição novamente.
Dessa vez ele foi mais rápido e atingiu meu rosto, não me demorei para aproveitar o espaço que ficou no abdômen quando ele levantou o braço para me bater, acertei ele no estômago e jurava que ele ia por o café da manhã para fora.
Voltamos para a posição juntos e começamos de novo. Nós dois resistimos bastante dessa vez até ele me agarrar no tronco e me atirar no chão e levantar, dei um nó nas pernas dele e dessa vez quem estava no chão era ele. As meninas riam e começamos de novo.
Cai na porrada com ele mais uma vez e segurei todas suas investidas, bloqueando golpe atrás de golpe e na primeira brecha acertei bem no meio da cara. Ele caiu para trás e eu me afastei, não cometeria o e mesmo erro que ele cometeu ao dar sopa com as pernas. Ele se levantou e o nariz sangrava um pouco.

_ Cassian me desculpa, eu não quis..
Baixei a guarda e o filho da puta me golpeou tão facilmente, cai no chão e minhas costelas arderam. Voltei a lutar com ele me segurando no chão. Consegui me enrolar as pernas na cabeça dele e puxar seu braço pra cima dando uma chave e dessa vez que estava segurando ele era eu.