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Depois de uma noite mal dormida, eu estava de pé na frente da porta da casa de Lucien. Ainda não tinha decidido como que eu faria o convite para o ruivo se juntar a mim na viagem até as Terras do Caos, acho que Nuan aceitaria a aventura sem pensar muito. Já Lucien tem uma ótima visão política das coisas, o que faria o macho hesitar um pouco. Mas esse é um dos motivos para o querer bem perto.
Bati na porta algumas vezes e dei um passo para trás. Logo um ruivo alto atendeu com um sorriso pequeno nos lábios.
_ Olá, Eglantiny!
_ Olá, Lucien! Como está?_ perguntei tentando disfarçar o nervosismo.
_ Bem! Entre por favor.
Ele deu espaço para dentro do lugar e logo tirei o casaco pesado que estava acima do vestido roxo escuro que eu usava. Era um dos meus favoritos já que era quente e tinha as mangas longas. Um hábito que eu esqueci que Lucien carregava, era seu cavalheirismo, ele pegou minha capa antes que saísse por inteiro dos ombros e pendurou.
Seguimos para a sala.
_ A que devo a honra, Lady Tiny?_ o macho iniciou.
_ Vim te contar as coisas que aconteceram no final do dia de ontem e lhe fazer um convite.
Eu tentava ser sutil.
_ Prossiga.
_ Sou filha herdeira do homem que mandou me torturar e é responsável por mais da metade das mortes na história do meu país.
Lucien levantou as sobrancelhas desentendido e parecia pensar no que dizer.
_ Não precisa se esforçar para falar algo, nem tem o que dizer._ continuei.
_ Como descobriu isso?_ perguntou ainda desentendido.
_ Eu estava na Prisão coletando informações sobre Koschei e uma mulher teve uma visão sobre mim, falou na minha língua. Então eu e Cassian fomos ver o histórico da detenta, ela conecta suas memórias com seu futuro e conseguiu ver o que estava acontecendo em meu mundo pelos meus olhos.
_ Deve ter sido ruim descobrir assim._ ele disse compreendendo meu ponto de vista.
_ Já não me importo mais tanto com isso._ eu respirei fundo.
O ruivo prestava muita atenção no meu rosto, esperando eu continuar a falar.
_ Eu queria agradecer a ajuda que você deu no andar da minha volta para casa, sem sua bússola eu não teria nem noção de como fazer o feitiço.
_ Você conseguiu executar o feitiço?_ perguntou em um tom de surpresa.
_ Sim. Depois da descoberta, eu consegui.
Expliquei toda a situação que meu país se encontra rapidamente e o que eu faria dali para frente.
_ Como herdeira, você tem direito de estar no trono!_ ele acompanhou meu raciocínio.
_ Exato! E quero a sua companhia para ir comigo até as minhas terras!_ conclui com o convite.
Lucien encostou as costas no sofá suspirando um pouco.
_ Porque?
_ Preciso de alguém para estar comigo vendo as coisas por lá de perto, alguém que pense e execute tudo muito bem, que tenha visão política das coisas! Você é minha escolha perfeita._ eu falei tentando convencer o ruivo.
Ele desviou o olhar para o chão, eu sabia que ele pensava nas coisas que passou antes da minha chegada. Sempre que olho Lucien, vejo alguém muito apático, sem autoestima. Sei que ele passou por muitas situações na mão de seu antigo grão senhor e de seus irmãos, mas ainda assim, quando olho no fundo de seus olhos, posso ver que ele já foi um homem apaixonado e muito animado. Quando digo apaixonado, não é preso por um laço por alguém que não o aceita, quero dizer que eu sabe o que foi amor de verdade, e isso também lhe foi arrancado junto de sua personalidade.
_ Você é o amigo que eu mais confio para me acompanhar._ eu conclui.
Ele levantou a cabeça e também olhou nos meu olhos.
_ Quando partimos?_ ele me deu seu típico sorriso com os lábios fechados e eu não pude deixar de devolver com o maior e sincero sorriso que eu tinha.

Rhys visitou o Senhor da Crepuscular e teve a tarefa de conversar com Nuan. Depois de muita insistência de Thesan para a fêmea ficar já que ela é muito importante para sua corte, Nuan deu sua visão e disse que sua vontade era de ir e ajudar. Logo nossa ida até às Terras do Caos está próxima.
Eu não deixaria de vir até aqui uma vez que quero ajudar no que precisar e deixar todos atualizados regularmente.
Voltei para a casa dos ventos a tempo de acompanhar um pouco o treino das Valquírias.
Vestindo meu couro ilyriano, desci as escadas prendendo meus cabelos que está em tempo de cortar e avistei Nestha que se concentrava na espada num combate com Gwyn. Me aproximei do ringue e assisti as duas lutando, o ferro das espadas se riscando era como música.
Azriel acompanhava a luta das duas.
_ Elas já estão lutando a quanto tempo?_ perguntei quando cheguei ao seu lado.
_ Acho que uns 37 minutos.
_ Nossa! E quem está levando a melhor?_ Gwyn acabava de marcar um ponto e sorriu na direção de Az.
_ Gwyn!_ ele respondeu._ Ela é muito competitiva.
Nunca lutei com a ruiva, muito embora posso ver que ela me daria trabalho.
_ Como foi com Lucien?_ Az questionou ansioso.
_ Pensei que ele demoraria mais para decidir. Mas eu fui muito franca com ele, talvez isso deve ter ajudado ele a querer me ajudar._ olhei para o chão pensando na visita ao Emissário, eu não podia estar em melhor companhia.
_ Queria ir com você._ desabafou o encantador de sombras.
Isso me deixou mal.
_ Não é como se não fossemos mais nos ver. Ainda não chegou a hora de minha partida.
Nestha marcou mais um ponto dessa vez, a luta estava quase no fim.
Azriel ficou quieto, entendi que talvez devesse conversar sobre isso depois.
_ Desça a mão mais para baixo da espada, Nestha!_ eu gritei corrigindo a fêmea.
Logo ela marcou o último ponto e venceu. Vindo na minha direção, a loira sorria cansada.
_ É bom ver você gritando no treino novamente._ ela disse.
_ Como vai a mão, Tiny?_ dessa vez foi Gwyn quem perguntou.
_ Está ótima!_ levantei às garras mostrando._ Obrigada por se preocupar. Você lutou muito bem!
_ Obrigada! Azriel tem me ajudado._ ela deu um sorriso fechado para o macho que a olhava. Não entendi bem o que aconteceu, então preferi cortar logo o momento de silêncio.
_ Az, gostaria de me acompanhar no ringue?_ eu arrumei o coldre que ele me deu de presente e carregava minha espada._ Acho que poderíamos dar uma aula visual as Valquírias. O que acha?
Ele não disse nada, apensas deu um sorriso de canto e tirou sua espada do coldre, eu o acompanhei no ato e seguimos para dentro do ringue.
_ Vai pegar leve comigo?_ perguntou o espião enquanto andávamos.
_ Acho que não, querido!
_ Tudo bem!_ eu o olhei depois de tirar os sapatos e me posicionar na sua frente._ Vou ter uma desculpa para não pegar leve com você de noite.
Eu sorri antes de correr na sua direção.

Eu passei a tarde com Nuan, nós fizemos uma vistoria de nossos trabalhos.
A funileira tinha produzido milhares de pistolas e eu fiz milhões de cápsulas que seriam dadas aos exércitos das cortes, a começar com as mulheres de Nestha.
Temos um caminho muito grande a seguir até estarmos prontos, não temos muito tempo, mas o suficiente.
Eu pensava em como faria as coisas, o que eu faria.

Depois de um banho e um bom prato de comida, eu estava deitada de camisola na cama, girando meu cetro enquanto minha cabeça estava a milhão. Tudo passava pela minha mente e todas as possibilidades de dar tudo errado também, isso começou a me atormentar, uma nova preocupação.
Minhas orelhas se moveram quando ouvi alguém se aproximando da porta, me levantei e coloquei os pés no chão gelado quando a porta soou um barulho seco.
Azriel vestia seu pijama casual e suas asas estavam relaxadas quando ele entrou.
_ Está nervosa?_ ele iniciou quando me deitei na cama me esticando.
_ Só o que eu fico sempre por enquanto.
Ele se sentou fazendo peso no colchão e me olhou. Seus olhos castanhos são a coisas mais aconchegante para mim.
_ Estou nervoso por você, então. _ me apoiei nos cotovelos o encarando.
_ Por que?_ perguntei.
_ Não estou subestimando você, não tem nem como fazer isso. Mas essa situação toda me deixa mal, sempre deixou, parece que a guerra nunca cansa de nós e ter você no meio de tudo isso, parece que me deixa mais preocupado. Não suportaria te perder.
Eu não sei como responder a isso, não sei o que fazer
Me movi para o seu lado encostando a cabeça em seus ombros. O silêncio não incomodou, na verdade pareceu dizer que eu o compreendia.
Mexi nos meus cabelos procurando as palavras.
_ Eu imagino o que está sentindo, não posso dizer que tudo vai ficar bem, nem que vai se resolver._ comecei bem, em._ Mas eu agradeço por desabafar comigo e a única maneira de lidar com isso, com o medo, talvez seja aceitando ele.
Ele me ouvia quieto, sendo o Azriel, sério.
_ Obrigado!_ ele disse.
_ Por meras palavras?
_ Não._ ele aproximou nossos rostos._ Por me fazer conseguir falar sobre isso.
Eu sorri para ele e selei nossos lábios.
Aproveitei aquele momento calmo entre nós. Segurei seu pescoço passando o polegar por sua bochecha, Az segurou minha cintura me empurrando contra a cama, os lençóis estavam levemente frios quando minhas costas tocaram na superfície.
O Encantador de sombras se apoiou nos braços e voltou a me beijar calmamente, suas asas relaxaram quando eu toquei sua nuca incentivando a prosseguir.
Ele se ergueu me olhando de cima a baixo, deslisou as mãos pelas minhas coxas por cima do cetim cor de mel, aproveitando tudo, segundo a segundo. O tecido começou a subir conforme seus dedos se arrastavam por baixo da camisola, aos poucos o frio tocou meu corpo enquanto Azriel retirou minha roupa por completo.
Agora a palma de suas mãos subiam na minha cintura até meus seios que se moviam com o meu respirar pesado.
Não me demorei para avançar no macho o ajudando a tirar suas roupas também.
Minhas mãos deslizaram pelos seus ombros quando nos deitamos.
Azriel parecia estar confortável na cama quando eu o montei, seus olhos se moviam por todo o meu corpo acompanhando suas mãos bobas, que pararam na minha bunda dando um aperto com vontade.
_ Gosta do que vê?_ perguntei quase sussurrando.
_ Não sabe o quanto.
Eu sorri levemente quando me posicionei sobre seu membro rígido e deslizei devagar.
Seu grunhido me deixou tão exitada.
Apoiando minhas mãos em seu peito eu comecei a subir e descer lentamente enquanto minha cabeça foi para trás num gemido manhoso.
As suas mãos grandes me apertavam na cintura como se ele quisesse se controlar, eu amo isso.
Acelerei um pouco os movimentos ouvido os suspiros de Azriel.
Meu objetivo era tortura-lo, mas agora eu sentia que estava me torturando indo tão devagar.
Indo para trás e para frente, o encarei com os olhos serrados e as sobrancelhas franzidas, aquilo estava tão bom.
Azriel começou a me puxar acelerando, meus gemidos agora estavam mais altos e desgovernados, assim como os dele. O espião segurou meus seios ao se levantar e me beijar.
Minhas pernas estavam em volta de sua cintura agora, isso fez com que nossos corpos em ficassem mais próximos e os movimentos mais firmes. Com os braços em volta do seu pescoço, abracei seus ombros enquanto Az me puxava contra ele.
Cheguei ao clímax logo atrás dele, gemendo contra seu pescoço e o apertando.

Nossos peitos subiam e desciam rápido, mas não pude deixar de lhe beijar.
Eu sentia algo que evitei a vida toda.

Corte de Amor e Caos - AzrielWhere stories live. Discover now