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Aterrissei longe de todos, dentro de uma pequena cabana improvisada que já havia sido evacuada. Não me demorei a por um feitiço de inviabilidade e sai do lugar.
O cheiro de ferro saia do chão, pessoas corriam para um direção só e soldados do rei tentavam impedir, não tinha mudado nada. Eu estava no território do Rei, não muito longe de seu castelo, na aldeia mais próxima que tem. A mesma em que eu passei assim que fugi de lá quando adolescente.
_ Todos por aqui!_ um homem gritou bem longe, o povo corria na direção dele, na medida do possível também corri até lá.
Antes que pudesse ver alguma coisa, o macho levou aquele grupo atravessando, para onde será que foram?

Me virei para acompanhar os soldados que agora recuavam, pareciam que tinham pedido essa batalha.
_ Se continuarmos desse jeito jamais vamos conseguir achar o muleque!_ reclamou um dos soldados.
_ Jutt vai nos matar, ele achava que desse esconderijo iríamos voltar com o viajante. A Rainha já deve ter estar começando os preparativos para as viagens.
Eles tem alguém que pode atravessar? A quanto tempo será que já sabem desse indivíduo? E por que ainda não foram adiante com os planos imundos deles?
Não sei se estou interessada em segui-los, pelo menos não hoje. Mas já tenho algumas ideias do que fazer quando voltar.
Aos poucos vou me afastando com passos de gato, quando pensei que estava distante o bastante para fazer o feitiço, algo tocou meu ombro, mantive o controle da invisibilidade e assumi a posição de ataque.
_ Calma, Eglantiny! Não estou do lado deles._ eu o reconheci quando olhei bem.
O filho de Violett, levei ele de volta para casa antes de ser arremessada em Prythian, a última vez que o vi estava com o olhar mais triste e desesperado do mundo, agora seu rosto tem um ar de segurança.
Seu cabelo estava muito maior e não usava mais os trajes de um guerreiro de Kludd.
Leif me puxou devagar até estar muito longe de toda aquela batalhada cessada, desfiz o feitiço e não pude deixar de pular nos braços dele em um abraço forte e desleixado.
_ Você não sabe como é bom ver alguém conhecido, Leif!_ eu disse com o rosto em seu ombro.
_ É muito mais que bom te ver, Eglantiny!_ ele me soltou._ Eu sabia que voltaria. Vamos, vou te levar para um local seguro para me contar as coisas.
_ Para onde vamos?_ perguntei pensando no que disse a Cassian que só iria esfriar a cabeça.
_ Vamos para além dos mares. _ Leif respondeu sério e segurou minha mão bem forte. Antes que pudesse dizer algo sobre ter que voltar logo, o macho nos transportou para onde quer que seja o lugar.
Aterrissei com os olhos meio embassados e pisquei algumas vezes para olhar bem para onde eu estava. Graças ao frio, o lugar estava coberto de neve, um portão enorme estava bem na minha frente, duas torres aos lados e a extensão do muro era imensa.
Leif, se aproximou do portão que começou abrir com suas correntes enormes depois que o homem fez sua magia, o barulho da madeira rangendo era ensurdecedor.
Caminhando por uma ponte até a entrada do lugar eu pude olhar para baixo e a altura daquilo me deixava assustada. Ao adentrar no primeiro ambiente, comecei a ficar preocupada, estava abandonado, comecei a pensar que cai numa armadilha.
_ Que lugar é esse?_ perguntei inicialmente preparando para pegar meu cetro, estava tão deserto que o eco do lugar incomodava.
_ É um castelo abandonado, foi moradia de um dos primeiros habitantes do nosso mundo, está esquecido aqui a tempos. Então invadimos para fazer nossa base._ ele explicou.
_ Quem está com você? E onde estão?_ precisava saber se precisaria enfrentar muita gente.
_ Estão lá embaixo! _ ele falou como se fosse óbvio.
O macho me guiou até um pequeno corredor onde me parou e se concentrou, eu apenas assisti ele fazer sua magia enquanto o ambiente inteiro mudava de lugar. De repente eu ouvi um barulho de tumulto e passos, não pude acreditar quando olhei da sacada em que eu fui parar. A multidão de gente dos reinos que estava alí, protegida.
_ Bem vinda ao esconderijo dos Abandonados!_ Leif apresentou, assoviou alto para que todos o olhassem e falou com a voz mais potente que já ouvi._ Povo do Caos, nossa sede hoje fica mais forte!_ os murmuros das pessoas começaram a se fortificar._ Pois hoje A Herdeira retornou!
Meu resto estava quase sem expressão quando todos começaram a gritar em comemoração. Estavam mesmo contando com minha volta.
_ Venha Eglantiny, vamos conversar!_ ele disse começando a andar. Me sentei num sofá onde fui servida de uma bebida alcoólica quente que costumava beber muito antes de tudo acontecer.
_ Como sabem que eu sou filha de Kludd?_ foi minha primeira pergunta.
_ Ele fez um pronunciado revelando e que se alguém soubesse, devia te entregar direto para ele. Pensei que soubesse que ele era seu pai._ explicou.
_ Não, descobri hoje mesmo está façanha._ dei um gole na bebida.
_ Onde esteve?_ Leif perguntou finalmente.
_ Um mago me levou para uma dimensão distante daqui antes de morrer. Eu fiquei por lá tentando voltar e conheci pessoas dispostas a ajudar, só não sabia como fazer as coisas até encontrar a marca que o mago deixou para eu decifrar. Fiz favores para os governantes de lá e protegi o mundo deles até resolver as coisas, fiquei extremamente preocupada com o povo de lá se Kludd ou Nyra conseguissem me achar, eles fariam uma destruição total._ resumi a história.
_ E conseguiu decifrar a marca?_ tão difícil tentar contar as coisas.
_ Grande parte, mas o susto e o ódio foram mais eficazes em fazer descobrir como voltar._ respirei um pouco._ E o que vocês fazem aqui?
_ Depois de sua "fuga", Kludd ficou louco, queria te achar nem que fosse até o inferno, para isso muitos morreram se escondendo, feiticeiros foram perseguidos e capturados. A puta da Laisa e Jutt não pararam um segundo, achei que tinha que fazer algo. Então comecei a esconde pessoas e ajudar os outros que não podem se defender, minha mãe foi quem teve a ideia de começar a juntar pessoas para confrontar o governo.
_ Sinto tanto não ter conseguido voltar antes._ a história dele me faz ter vergonha de mim.
_ Não diga isso, minha mãe achava que você jamais ficaria do lado deles e acreditava que voltaria para ficar do nosso lado, como voltou quando fomos capturados quando crianças. E ela estava certa, voltou com tempo de acabar com tudo isso e com a ajuda das alianças que você fez, a sua habilidade de viajar e a resistência que criei, imagine o que vamos fazer para devolver o que esses Reis fizeram todos passar._ Leif me consolou.
_ Onde está Violett? Gostaria de vê-la. _ lembrei dela que enterrou Lasky quando eu estava no castelo do rei.
Mas Leif mudou totalmente de expressão, seus olhos azuis ficaram como no dia em que eu fui embora.
_ Kludd a matou quando estavamos em missão contra seu exército para resgatar o pequeno feiticeiro que sabia como atravessar, ele está conosco dês de então.
Meu chão foi destruído de novo como se fosse possível.
_ Leif..._ não tinha muito o que falar, mas eu só precisaria fazer uma coisa. Senti meus olhos arderem_ Eu e você vamos devolver tudo o que Jutt e Laila fizeram para nós.
_ Eu deixo só você matar eles!_ ele disse com gosto._ principalmente fazer de Jutt o que mais sofreu para morrer.
_ Vamos arrancar Kludd daquele trono._ continuei._ E eu deixou só você arrancar a cabeça dele.

Corte de Amor e Caos - AzrielWhere stories live. Discover now