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Narradora.

-Você nunca mais viu seus irmãos? -Josh perguntou, ainda deitado com Any e ela negou.

Nunca havia imaginado que se sentiria tão leve daquela forma por contar sua história, mas estava se sentindo.

Apesar da tristeza do reencontro e das memórias ruins, Josh conseguia fazer com que ela sentisse que tudo estivesse em paz.

- Nunca mais. Eu não sei quem os adotou e nem para onde foram. E hoje foi a primeira vez que vi minha mãe depois daquele dia.

- E como você se sentiu sobre isso?

-Perdida. Eu tinha imaginado esse momento muitas e muitas vezes, mas quando eu a vi na minha frente parece que tudo que eu um dia quis falar e perguntar sumiu e só restou um ódio e um rancor que eu não gosto de sentir.

- O que você faz quando está chateada e quer afogar as mágoas? - Perguntou e Any franziu o cenho.

-Está falando sério?

- Sim. O que você faz?

- Normalmente a Sina viria aqui para casa,a gente escolheria uma máscara facial, sentaríamos na sala e tomaríamos um vinho.

-Ok. Qual máscara você tem para mim? - Perguntou e Any riu, olhando o rosto dele com cautela.

-Acho que pode usar uma de carvão ativado, para tirar os cravinhos.

- Ótimo, mas vai ter que me ensinar a colocar na cara.

-Vamos lá, então.

Não demorou para que os dois estivessem sentados na cama,com uma garrafa de vinho aberta e máscaras faciais aplicadas.

Any se lembrou de Caio dizendo que aquilo
era "coisa de mulherzinha" e que "homem de verdade não fazia essas coisas".

A morena riu com a lembrança e pensou em como era bom ter do lado um homem que não tinha a masculinidade frágil.

- O que você está rindo? - Josh perguntou, olhando Any e a engenheira deu um sorriso.

-Você não fica incomodado de fazer isso?

-Por que ficaria?

-Sei lá, tem homem que diz que isso é coisa de mulher e que macho de verdade não deve fazer essas coisas.

- E só por que eu sou homem eu deixo de ter cravos? Ou eu tenho que cultiva-los no meu rosto como sinal de quão macho eu sou?! Por favor, homem que pensa assim é babaca. Tenho outras formas de te mostrar que sou macho. -Josh deu uma piscadinha, sorrindo malicioso e Any soltou uma gargalhada.

- Por que é que eu demorei tanto para te encontrar, hein?! - Ela perguntou e ele segurou a mão dela, entrelaçando seus dedos.

- Eu costumo pensar o mesmo. - Ele disse, sorrindo e levou os dedos dela até os lábios, dando um beijo de leve.

- Já namorei algumas garotas, mas nunca me senti tão completo como me sinto com você. E eu sei que pode parecer muito rápido e tudo, mas...

-Quando é pra ser, vai ser, independente do tempo.-Any disse, sorrindo, e Josh assentiu dando um selinho nos lábios dela.

Quando se separaram, ela o olhou por alguns segundos, com o cenho franzido.

-Que foi?

- Posso fazer sua sobrancelha?

-Qual o problema com a minha sobrancelha?

-Nenhum. Mas se tirar o excesso fica mais bonita.

-Pode.-Ele falou e Any comemorou. Um pouco depois, Josh estava deitado, de olhos fechados, enquanto ela fazia sua sobrancelha.

-Isso dói.

-Nem dói tanto assim,reclamão.

- Dói sim. Vai ter que me compensar depois.

-Compenso. - Ela se inclinou, deixando um selinho nos lábios dele e ele sorriu.

- Começou a melhorar. - Falou e ela riu, concentrada na sobrancelha dele. Ela deixou um suspiro escapar e Josh abriu os olhos, olhando-a. - Que suspiro foi esse?

- Eu continuou revivendo o momento que minha mãe entrou no meu escritório. Eu fiquei assustada, confusa e reagi de um modo que eu não queria ter reagido.

- Sua reação foi muito compreensiva, Any.

-Mas eu nem dei a chance dela se explicar.

-Porque você tá machucada e quando estamos machucados a gente faz coisas que nem sempre nos agradam. Mas isso não quer dizer que você não possa mudar isso. - Any respirou fundo, parecendo pensar.

-Eu quero conversar com ela, mas tenho medo de não ser capaz de perdoa-la.

-Vamos dar um passo de cada vez, ok? Primeiro você marca de encontrá-la, escuta tudo que ela tem para te dizer e aí você decide se quer ou não quer perdoa-la. Não vamos sofrer por antecipação. - Falou e Carolina assentiu, sentindo as lágrimas encherem seus olhos.-Sabe uma coisa que eu admiro muito em você? -Perguntou e ela negou. - O quão grande seu coração é. Ele é imenso, acolhedor, lindo. E eu sei que ele vai perdoar, porque é isso que você sabe fazer.

-Você acredita em mim mais do que eu mesma.

- Porque eu vejo você. Vejo a mulher maravilhosa que você é, a pessoa humana e inspiradora. Eu acredito em você, Any,porque eu sei quem você é. -Gabrielly sorriu, acariciando o rosto dele com carinho.

Dava para acreditar no quão sortuda ela era? As vezes, ela não acreditava.

-Você pode estar lá comigo? Quando eu for conversar com ela.

- Se você quiser que eu esteja, eu estarei.

- Eu sempre quero. - Ela confessou e ele sorriu,aproximando-se e abraçando-a com carinho e cuidado.

-Agora será que a senhorita pode terminar minha sobrancelha? -Perguntou, quando os dois se separaram e ela riu ao olhá-lo com uma sobrancelha feita e outra não.

-Acho que vou deixar assim, está tão bonitinho.

-Quer que as meninas me achem feio pra eliminar a concorrência?

- Eu não tenho concorrência, seu ridículo. - Ela falou, dando um tapa de leve no braço dele e ele riu.

- Ainda bem que você sabe disso. - Ele disse e deu um selinho nela, antes de se deitar novamente. - Agora continue me tratando como o príncipe que eu sou.

- Eu mereço mesmo. - Ela riu e ele mandou um beijo para ela, fechando os olhos à espera da finalização da sobrancelha.

Any sorriu, olhando-o por alguns segundos. Acariciou de leve a bochecha dele, pensando que se tivesse que resumir a felicidade, provavelmente diria que era estar ali, com ele.

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Vocês querem maratona amores?!

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Amável Megera!! ❤️ Where stories live. Discover now