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Narradora

Any nunca fora a maior fã de cemitérios. Na verdade, ela achava um pouco estranho as pessoas que gostavam daquele lugar sombrio.

Porém, quando se tratava de Carlos, seu pai adotivo, ela enfrentava até seus maiores medos para poder se sentir um pouquinho mais perto dele.

Quando o táxi estacionou, Any desceu do carro, entregando o dinheiro e agradecendo ao motorista. Esperou que ele se distanciasse e olhou o grande portão prata do outro lado da rua.

Respirou fundo e entrou no cemitério,andando pelos caminhos entre as lápides. Não demorou até encontrar uma de mármore claro com o nome "Carlos Soares" escrito nela e deu um pequeno sorriso ao se aproximar.

-Ei, pai. -Cumprimentou, retirando as flores murchas que estavam sobre a lápide e colocando as novas que ela trouxera. - Sei que tem muito tempo que não venho aqui, mas você sabe que esse não é meu lugar favorito no mundo. Aconteceu tanta coisa nos últimos meses, pai. Queria que o senhor estivesse aqui para dividir tudo comigo. -Suspirou, sentindo as lágrimas pinicarem seus olhos.

Carlos fazia tanta falta em sua vida que ela mal conseguia explicar o tamanho do buraco que existia em seu peito.

-A Soare's está indo muito bem. Alguns dos seus clientes gostam de mim e continuam confiando na gente para os projetos deles. Outros preferiram se mudar, mas tudo bem, porque temos conseguido um número bom de novos clientes também. Você ficaria orgulhoso se visse como a empresa está. Eu reencontrei minha mãe e meus irmãos também. É bem legal ter eles de volta na minha vida.

Any respirou fundo, deixando que algumas lágrimas escorressem. Assistiu um passarinho pousar na lápide do pai e deu um pequeno sorriso.

-Eu conheci alguém também. Josh. Ele é maravilhoso e eu o amo tanto, pai. Ele é gentil, carinhoso, o ser humano mais amável que eu já conheci. Você gostaria dele e eu tenho certeza de que seriam amigos e não demoraria muito tempo para vocês dois começarem a se unir para me fazer passar vergonha.

A morena riu, limpando as lágrimas e imaginando o relacionamento que os dois teriam.

- Eu sinto tanto a sua falta. Quando você se foi eu fiquei meio perdida, confesso. Tive anos complicados. Eu pensei em desistir, pai. Quando me ligaram e me falaram que você tinha morrido tudo que eu conseguia pensar era que a vida já tinha me tirado tudo que eu amava, então para quê lutar? Josh estava lá naquela noite e ele me disse que lutar sempre valia a pena. Não sei se foi destino, se foi acaso ou se foi você aí de cima que colocou ele na minha vida, mas eu sei que agora eu sinto que finalmente as coisas estão se ajeitando, sabe? Eu estou feliz, pai. Muito feliz. E espero que o senhor esteja também.

Any sentiu o vento frio atrapalhar seus cabelos e olhou o céu, vendo as nuvens cinzas que se formavam.

- Eu acho que vai chover,preciso ir. Só queria que o senhor soubesse que eu estou bem e estou seguindo a minha vida. Prometo voltar com mais frequência e trazer o Josh aqui também. Não deixa de olhar por mim não, tá? Amo muito o senhor.

Ela deu um sorriso, lançando um beijo na direção da lápide e se afastou, saindo do cemitério. Sentia-se bem de ter conversado com o pai, mesmo que soubesse que ele não escutaria.

Seu telefone tocou assim que ela pisou dentro de casa e Carolina sorriu ao ler o nome de Josh na tela.

- Alô?! - Perguntou, atendendo a chamada e ele sorriu do outro lado ao ouvir a voz dela.

- Ei, meu amor. Tudo bem?

- Tudo ótimo e você?

-Bem também. Acabei de sair da casa do Jaden e adivinha?! Ísis está grávida.

-Meu Deus, que maravilha! Deseje parabéns para eles.

- Vou desejar. Eu vou ser tio, Any, nem estou acreditando.

- E vai ser um tio bem babão, já estou até imaginando.

-Vou mesmo. Vou mimar bastante e ensinar coisas legais que só os tios ensinam.

- Vai ensinar fazer bagunça?

-Mas é claro que vou. - Falou e ela riu. -Está fazendo o que?

-Acabei de chegar do cemitério, fui visitar meu pai.

- Mesmo?! Podia ter me chamado,eu iria com você.

-Decidi meio de última hora, mas vou te levar lá um dia.

-Vou ficar honrado. -Any sorriu com aquelas palavras. Não conseguiria colocar em palavras o quanto queria ter tido a oportunidade de apresentar os dois que eram os homens mais importantes de sua vida. - O que você acha de eu te pegar aí e a gente sair para jantar?

-Acho uma boa, mas acho que teremos que ficar em casa porque parece que vai cair um temporal.

- Ok, então. Vou pegar algo para a viagem e já chego aí na sua casa.

-Vou te esperar. Dirige com cuidado. Até daqui a pouco.

- Vou dirigir. Até. Te amo. -Josh desligou e Any sorriu, jogando-se no sofá.

Procurou algo para assistir e acabou colocando em um filme que ela já havia assistido um milhão de vezes, mas que era um de seus favoritos.

A chuva começou a cair forte lá fora e Any buscou uma coberta, encolhendo-se embaixo dela. Olhou o celular e viu que já fazia mais de uma hora que Josh havia ligado e ele já deveria ter chegado até ali.

Tentou ligar para ele, mas a chamada sempre caía na caixa postal. Respirou fundo, tentando colocar na cabeça que ele devia estar preso em casa por causa da chuva.

Any não soube quando, mas uma hora o cansaço da semana tomou seu corpo e ela adormeceu, mesmo com o barulho dos trovões lá fora.

Acordou algum tempo depois com o telefone tocando. Olhou o relógio que ficava ao lado do sofá e viu que passava das dez da noite. Pegou o celular e seu coração pulou uma batida ao ver o nome do namorado na tela.

-Josh?!

-Any?! É o Jaden.

-Ah, Oi Jaden. Aconteceu alguma coisa? - Perguntou, alarmada e o homem soltou um suspiro do outro lado.

-Josh sofreu um acidente de carro.

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Estamos na reta final e acontece isso🤡

Meta: 25 comentários quero ver!!

Bjss da viih ❤️

Amável Megera!! ❤️ Where stories live. Discover now