Expectativas

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Abro a porta e sinto o cheiro insuportável de rosas vindo juntamente com uma lufada de ar, então, ela está diante de nós com um sorriso angelical nos lábios, dentes brancos perfeitos e olhos assertivos em Sea, ele está segurando minha mão com mais força agora e é claro já se deu conta de que apesar de ela estar sozinha, não está completamente sozinha.

— O que quer bruxa? — questiono calmamente.

Ela sorri de um jeito muito doce e Brian está em pé ao lado dela analisando seu espectro, os olhos claros pousam em minha mão que segura a do Sea entrelaçada.

— Desculpe? Ah, bom dia, perdão pelos meus maus modos, Sea, fiquei te esperando a noite toda, seu agente disse que está neste endereço, então vim te buscar para...

— Ele não vai feiticeira — corto e puxo Sea para dentro trás da porteira de forma que ele fique dentro da minha casa. — O que quer?

" É uma entidade bem antiga"

— Está me chamando de velha? — ela olha para o rumo de Brian e sorri toda tranquila.

— Não tem permissão para colocar os pés no meu território...

— Você tem algo que me pertence — ela fala ainda muito cordial. — Ele é meu, vi primeiro.

— Amor, devolva o presente para a moça e agradeça a visita dela. — falo.

— Sea, querido, o que está havendo? Não entendo...

Sea tira a pulseira do pulso e estende a mão para ela, a mulher recua um passo.

— Obrigado pelo presente, mas eu estou devolvendo, não quero mais. — Sea fala todo tenso.

— Pegue o presente e vá embora. — aconselho.

— Ele me pertence — berra ela e sua voz se manifesta de uma forma diferente, Sea fica duro onde está.

O olhar dela muda, sua postura, seus lábios se tornam pálidos e vejo o espectro escuro atrás dela se tornar uma aurea mais densa, Brian se afasta mais enquanto essa massa cresce, as feições dela se endurecem e toda essa coisa feia vai crescendo mais e mais. Respiro fundo, olho para Sea novamente.

— Segure a mão dela e devolva o presente, amor.

— Ok.

Ele estende a mão e ela não me move, me abaixo devagar e enfio a mão dentro do carpete, vejo Sea segurar a mão dela com um bocado de receio, sei que aos olhos dele por mais que ela tenha mudado as feições isso não parece tão grave, mas ainda assim o assusta um pouco, talvez pela tensão do momento, ela está dura olhando para ele com muita raiva, pego o saquinho que preciso embaixo do carpete e vejo Sea entregar a pulseira na mão dela.

— Melhor você ir embora Saara — aconselho.

Ela me encara de um jeito severo, os olhos assumem um tom escuro e denso, os lábios se curvam num sorriso sarcástico.

— Você tem permissão para tomar o corpo dessa moça? — indago me erguendo.

— É uma sobrinha neta distante — a voz dela está mais grossa e os lábios mais brancos, ela respira fundo bem devagar. — Você fede.

— Você está se aproveitando da moça?

— Laços de sangue, fazer o que?

— Ok, já tem seu artigo devolvido.

— Ele pertence a mim! — berra nervosa.

— Aí, que energia, olha, eu tentei fazer do jeito fácil, mas se você prefere dessa forma...

Atormentada * DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now