Uma das meninas se move na cama, vou mais para o meio e imagino que seja Andra tentando ficar atravessada na outra ponta, ela faz isso às vezes, ao mesmo tempo uma mão firme segura a minha cintura e sou puxada em direção a um corpo quentinho, me encolho e quase posso sorrir entregue a um sonho um tanto real.
Ganho um beijinho na testa e estendo os braços agarrando-o com os braços e as pernas, enfiando um braço embaixo de sua costela e o outro por debaixo de sua cabeça, aperto ele e fico grudada, o calor percorrendo meu corpo e meu coração se aquecendo.
Respiro fundo, beijo seu peito, seu pescoço depois escuto as risadinhas das meninas, demoro para abrir os olhos porque acordar do sonho algumas vezes é doloroso demais, até que vejo uma camisola de cor azul minha diante dos meus olhos, mas num peito largo e forte como rocha, já vou revirando os olhos.
— Ah, pelo amor de Deus, uma hora dessas? — pergunto e solto ele. — Sai!
— Não trata o seu namorado assim mamãe — Quênia diz atrás de mim.
Suspiro de novo e me deito de costas, olho para o outro lado da cama e as meninas estão com seus pijamas rindo e fofocando umas nas orelhas das outras, nego com a cabeça e me viro para o outro, ele está com os olhos fechados com a cabeça apoiada no meu travesseiro e ainda mais ridículo com a minha camisola de maternidade.
— O que você está fazendo aqui? — pergunto chateada.
— Eu achei essa camisola no closet do quarto de hóspedes, vim chamar vocês para o café, pedi bastante coisa para o nosso desjejum.
— Bom dia.
— Bom dia, África.
Me viro na cama e estico os braços para as minhas meninas, elas pulam em cima de mim e eu as cubro de beijos nas bochechas e nas cabecinhas, estão descabeladas e risonhas, acho que não as via assim há tanto tempo que perdi o jeito, tento abraçá-las de uma só vez espalhando meu amor por elas.
— Bom dia Andra, Bom dia Quênia e Bom dia não tão menos importante, Saara. — digo em português.
— Bom dia mamãe — elas respondem em uníssimo ao mesmo tempo também em minha língua de origem.
— Vão descendo, vou emprestar um pijama de verdade ao senhor Martim. — aconselho.
— Cuidado com o papai novo, mamãe. — Saara aconselha pulando para fora da cama.
Elas vão correndo e cochichando para fora do quarto, me sento na minha cama e olho envolta, as cortinas da sacada estão abertas, o sol invade meu quarto e já parece mais tarde.
— Eu me lembro de ter te dado uma ordem ontem a noite. — comento e começo a prender meus cabelos no coque.
— Eu não obedeço às ordens de ninguém — responde e não parece tão preocupado. — Não ando seguindo nem as minhas próprias regras ultimamente quanto mais obedecer a terceiros.
— Sei.
Me estico olhando para esse homem enorme usando uma das minhas camisolas de gestação de cor azul clara, ficou até meio folgada para ele, mas não deixa de ser engraçado.
— Fica bem com os cabelos soltos.
Tenho cabelos bem enrolados e volumosos, são cacheados, mas que por falta de cuidado andam bem ressecados e meio opacos, talvez hoje com sorte a Dandara poderá me ajudar com eles hoje.
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Atormentada * DEGUSTAÇÃO
ParanormalSEM REVISÃO * ROMANCE SOBRENATURAL. DEFUSTAÇÃO Africa é viúva, ela tem 3 filhas, casou-se cedo e também ficou viúva cedo, ela trabalha no serviço de buffet de seu cunhado e vive falando pelos cotovelos, certo dia, cobrindo um evento intencionalmen...