Capítulo 11:

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De todas as pessoas que fazem parte do corpo docente de Gregorstaun, eu não tenho uma opinião formada pela dra. McKee, além de que ela me lembra da diretora daquele filme da Barbie "Escola de Princesas".

Sério, eu era apaixonada por aquela mulher quando eu era mais nova. Minha psicóloga disse que muito provavelmente é porque eu tenho problemas com a minha mãe e depois que ela me disse isso eu nunca mais fui a mesma.

De qualquer forma, não me surpreendo quando a dra. McKee não acredita na nossa história do que realmente aconteceu no Desafio. Na realidade, conhecendo o meu histórico e que todos estavam certos de que eu queria ser expulsa eu provavelmente pensaria o mesmo se estivesse no lugar dela.

— Moças. — Ela começa e então balança a cabeça, se interrompendo. — Desculpa, mas é difícil de acreditar. As senhoritas Worthington e Graham contaram uma história sobre um veado?

— Tipo isso. — Quint concordou, demonstrando toda a sua habilidade diplomática, os genovianos realmente deviam se preocupar com isso. Tenho que conter a vontade de respirar fundo e contar até dez de forma muito óbvia. A dra. McKee me lançou um olhar.

— Você tem algo a dizer, senhorita Baird? — Ela pergunta e admito que depois de um tempo eu me acostumei com os adultos me chamando dessa forma, mas não gosto do jeito que ela me chama assim. — Acho que eu gostaria de ouvir o que a senhorita tem a dizer sobre o ocorrido.

Cara, essa velha me odeia por acaso? Está praticamente estampado em sua cara que ela acha que foi minha culpa. Solto um suspiro e dou de ombros como quem não quer nada.

— Nós atravessamos o rio, encontramos um veado, o veado investiu e nós caímos no rio, não foi Quint? — Me virei para a minha namorada que finalmente decidiu usar algum conhecimento que Clarisse socou dentro de seu cérebro e disse:

— Sim, foi exatamente isso o que aconteceu. Nossas mochilas abriram e perdemos metade de nosso equipamento. — Ela explicou e a dra. McKee estreita os olhos.

— Senhorita Quint, você não estaria mentindo pela princesa, estaria? — A dra. McKee pergunta e não escondo o meu revirar de olhos.

Agora ela lembra que eu sou uma princesa, só agora, nesse exato momento específico, muito conveniente.

— Não, eu não estou mentindo pela minha namorada, dra. McKee. Eu sou uma péssima mentirosa.

— Ela é mesmo. — Confirmei e Quint me encarou pelo canto do olho. — Desculpa, desculpa.

— Sei. — A dra. McKee disse nos analisando. Seu olhar passou de mim, para Quint, e voltou pra mim, e foi pra Quint, e voltou pra mim, e foi pra Quint, e voltou pra mim e finalmente soltou um suspiro longo, recostando-se na cadeira. — Vou considerar vocês inocentes até que se prove o contrário, estou de olho em vocês.

— Então... sem punições? — Quint perguntou se inclinando pra frente e a dra. McKee massageou as têmporas.

— Essa não é a primeira vez que algo assim acontece no Desafio, senhorita Quint. — Ela disse soltando outro suspiro cansado. — Podem ir, imagino que já estão atrasadas para a aula.

Saímos rapidamente do escritório da diretora e soltamos suspiros aliviados assim que fecho a porta atrás de mim.

— Eu falei que ela não ia fazer nada. — Falei convencida e Quint revirou os olhos

— Sim, sim, você estava certa, amor. — Ela disse e eu dou risada. — Você tem aula de que?

— Filosofia e você?

— Matemática. — Revirou os olhos e eu a olho falsamente ofendida. — Nem me olha assim, não é culpa minha se esse negócio não faz sentido.

— Se você diz, meu amor, quem sou eu pra discordar? — Perguntei segurando em sua mão e começando a puxá-la para a escada. As pessoas tinham começado a sair das salas do primeiro horário e agora estavam se dirigindo às salas do segundo.

Highland Princess - RocksaltOnde as histórias ganham vida. Descobre agora