Capítulo 15:

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Voltamos pro quarto quase às cegas, as tochas não davam lá muita iluminação e estávamos distraídas demais uma com a outra para realmente notar o que estava acontecendo ao nosso redor.

Quint me puxou pela cintura com força e eu a prensei na parede, colocando a mão atrás de sua cabeça para não machucá-la por acidente. Suas mãos seguravam em minha cintura com força, deixando os nossos corpos o mais perto que nossos vestidos permitiam.

Eu sei que estamos perto do nosso quarto e Quint está tateando a parede até encontrar a maçaneta da porta. Ela finalmente a encontra e nós entramos, fecho a porta com o pé e é a sua vez de me prensar contra a porta.

Quint tirou a própria tiara, a colocando na mesa próxima da porta sem muitas cerimônias. Ela faz o mesmo com a minha tiara, a colocando do lado da sua enquanto eu beijo o seu pescoço.

— Certeza que você quer fazer isso? — Perguntei, parando de desfazer os nós que prendiam o seu vestido no lugar e interrompendo o beijo. Nós duas estamos ofegantes e ainda estamos encostadas na porta, mas não dou a mínima, meu corpo ainda está em êxtase de descobrir que ela não só gosta de mim, mas que ela realmente me ama.

Tipo, ela me ama, eu não sou um passatempo ou um segredo, ela me ama mesmo e eu não faço ideia se eu deveria estar tão feliz assim com essa descoberta, mas é quase impossível não estar.

A sensação de ser realmente vista é estranhamente reconfortante e avassaladora ao mesmo tempo. Mesmo que eu tenha passado a minha vida inteira com todos os olhos do mundo, praticamente, observando cada passo e cada erro meu, sem nunca me deixar esquecer de nada.

Ser vista por quem você é de verdade e não por quem você aparenta ser é tão bom.

— Quer dizer, nós nunca passamos dessa linha e eu não se... — Ela me interrompeu colocando a mão na minha boca.

— Quem está tagarelando agora, Baird? — Ela perguntou erguendo as sobrancelhas. — Cala a boca agora e me beija, sim?

— Sim, senhora. — Falei concordando com a cabeça e ela abriu um sorriso satisfeito antes que eu a puxasse para outro beijo, a empurrando para a cama dessa vez.

Quando acordei na manhã seguinte, eu me sentia muito mais leve do que em qualquer dia dos últimos anos, talvez.

Virei pro lado e encontrei Quint dormindo com a cara completamente enfiada no travesseiro. Seu cabelo estava preso e o lençol só cobria sua cintura, deixando suas costas desnudas descobertas, os sinais logo atrás de seu ombro direito e alguns descendo as suas costas até chegar na base de sua cintura se destacavam em sua pele escura. Eu conseguia ver algumas marcas de unha em seus ombros.

Me sentei, tirando o meu cabelo da frente do meu rosto. Quint se mexeu um pouco, mas não se moveu. Tirei seu braço do meu colo e fiquei de pé, pegando um dos robes de seda pendurados ao lado da cama. O vesti e cobri Quint com o lençol, indo para o banheiro logo depois.

Tomei um banho e escovei os dentes, quando finalmente parei para ver o estrago no meu pescoço, cheguei a constatação de que talvez maquiagem não fosse suficiente para esconder tudo. Ótimo, incrível, todo aquele negócio de "sem marcas" não funcionou, de novo.

— Bom dia. — Desejei alegremente para Quint, que estava sentada na cama com o lençol ao seu redor a cobrindo. Ela me olhou e semicerrou os olhos. — Dormiu bem?

— Nós não dormimos. — Ela disse, a voz rouca. — E por que você já está acordada? Está muito cedo.

— São nove horas da manhã, amor. — Falei olhando o horário no meu celular. Quint não respondeu, apenas entrou no banheiro e fechou a porta, o som do chuveiro sendo ligado chegou aos meus ouvidos e eu neguei com a cabeça.

Highland Princess - RocksaltWhere stories live. Discover now