Capítulo Dezessete

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Victor Decker:

Levantei de um salto, pronto para correr, mas o caçador agarrou minha camisa, segurando-me firmemente.

— Temos que ir até ele — disse com desespero.

O lobo me olhou como se eu fosse um tolo, prestes a enfrentar um bando de criaturas sem um plano decente. Ele me puxou de volta mais uma vez.

— Se quer salvar seu amigo, precisa criar um plano — afirmou o lobo. — Caçadores e guerreiros sempre devem ser habilidosos em planejamento, além de suas habilidades de combate.

Concordei, percebendo que deixar meus medos e impulsos dominarem não nos levaria a lugar algum se continuássemos agindo impulsivamente. Se continuássemos assim, eu só conseguia prever um futuro sombrio, com encontros inesperados nos levando a becos sem saída que culminariam em minha morte.

Todos os monstros ali embaixo eram meus inimigos, e agora eles tinham alguém que eu realmente me importava. Não podia arriscar minha vida de maneira imprudente. Além disso, este lugar era dominado pelo gelo e repleto de perigos desconhecidos. Seria arriscado usar magia de Summer, mesmo que eu pudesse controlá-la, e a luz das paredes congeladas dificultava o uso de magia das sombras.

Quer dizer, se algum monstro descobrisse nossa presença, eles nos matariam. Apesar da maioria das criaturas estarem ocupadas com a batalha pela liderança, não podíamos depender de um plano que se baseasse puramente em meu lado humano.

Depois de alguns minutos, uma ideia surgiu e um sorriso se espalhou pelo meu rosto. Expliquei a parte do plano ao caçador, que me olhou como se eu fosse louco.

Enquanto começava a trabalhar, meu corpo parecia se mover por conta própria, montando a armadilha com magia em um piscar de olhos. No entanto, em vez de concluir totalmente a armadilha, deixei um pequeno buraco, grande o suficiente para que eu e Caleb pudéssemos passar por ele. Afinal, esse seria o nosso caminho de fuga, obviamente.

— Mãos à obra — disse o lobo, jogando a cabeça para trás e uivando de maneira selvagem e gélida, fazendo os pelos do meu pescoço se arrepiarem. Em seguida, avançou em direção às criaturas. Sua forma enorme e escura desapareceu instantaneamente, engolida pela massa de monstros.

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Soltei um suspiro e estalei os dedos, fazendo uma esfera de energia surgir e explodir. Por breves momentos, uma sombra gigantesca se materializou e se deslocou entre as sombras. Fui sorrateiro enquanto rastejava na borda das sombras, buscando uma posição melhor para entender o que estava acontecendo do outro lado e mantendo-me atento ao que se escondia sob as trevas.

Encontrei a essência de Caleb e projetei minha presença para o outro lado, onde ele acordou abruptamente.

— Como você chegou aqui? — ele perguntou, olhando para a confusão causada pelo lobo com as criaturas. — E por que o lobo está do seu lado?

— É uma longa história — expliquei enquanto o puxava para cima das amarras das criaturas. Ouvi um rosnado e uma delas surgiu acima de nós. Minha espada materializou-se e ataquei com determinação.

A criatura desmoronou em questão de segundos, mas, no processo, fui atingido pela cauda do monstro. Cada músculo em meu corpo parecia gritar de exaustão com o impacto. Tive a sensação de que meus ossos estavam prestes a se desfazer. Queria gritar, mas não tinha forças para abrir a boca. A sensação de afundamento se intensificou à medida que o monstro sugava minha energia, e o peso do meu corpo se tornou quase insuportável.

Caleb estava sendo espremido ao meu lado, emitindo gemidos de dor, e parecia que sua vida estava prestes a se extinguir.

Com um esforço desesperado, forcei minhas pernas entorpecidas a se moverem e, de alguma forma, consegui escapar do alcance da cauda da criatura. Em um movimento rápido, desferi um golpe certeiro e cortei a cauda do monstro, libertando-nos do seu domínio mortal.

Isso realmente doeu. É assim é sentir ter tudo despeja em cima de novamente? Eu não estou derretendo, estou?

Estou preocupado, mas é claro que não tenho um espelho, então não posso verificar. Isso é embaraçoso.

Mesmo que esteja feriado, meu oponente ainda é um monstro. Eu não deveria ter baixado a guarda.

Isso está cansativo, mas não posso me deixar morrer tão facilmente, vou destruir todas essas criaturas.

Tudo já havia atingido principalmente meu lado esquerdo e minhas costas. Parte do meu campo de visão estava preto agora. Minha visão embaçou, tudo se tingindo de vermelho. Eu via lampejos dos movimentos de Caleb, o lobo e seu uivo ao Longe mas não tinha certeza se estava agindo com clareza.

Inexplicavelmente, a dor ao meu redor estava diminuindo. A raiva contra Tudo isso está borbulhando dentro de mim.

Aquelas criaturas pensaram que deveriam controlar tudo e nada vai acontecer com elas em troca.

Está decidido, não me importo em ser igual aos feéricos para conseguir o que realmente quero.

Vou destruir um por um, nem que seja a última coisa que eu faço.

Não baixarei a guarda, essa coisa nada mais é do que uma presa patética preso contra minha vingança mortal!

Três criaturas viraram para cima da gente novamente. Agora sei que está chegando, esquivar não é problema algum. Evito as caudas brilhantemente, então ataco diretamente. O sangue delas caindo no chão, em determinado momento Caleb se levantou e lutava do outro lado com duas facas de caça, ambas tão compridas quanto seu braço, e as brandia selvagemente contra cada criatura, desviando-se dos golpes dos monstros e saltando com incrível graça.

Nosso aliado peludo mordia as criaturas, mas caudas ou em suas cabeças e já manchando seus pelos. Enfrentavam cada um com seus enormes dentes ou com as garras expostas, via vislumbre de sua alegria com aquela cena toda.

O suor escorria pelas minhas costas. Meus ombros estavam rígidos e gritando de dor pelo cansaço, fazendo com que as vértebras da coluna estivessem sendo quebradas. A luz em cima da gente dando sinal de que estava se apagando lentamente e as sombras da armadilha que havia criado davam sinal de que também irão desaparecer.

Estava desesperado por completo, não vamos conseguir sair desse lugar.

Então tudo pareceu sumir, o som ao redor desbotando até se transformarem em silêncio. Tudo que consegui fazer era tentar continuar respirando enquanto um redemoinho de escuridão se erguia diante de seus olhos, um negror tão puro que só tinha visto em meus sonhos, a escuridão completa do meu poder. A magia das sombras o preencheu, meus pensamentos foram rasgados por esse poder, as respostas dominadas pelo poder que se expandia em meu interior.

Lentamente, o ar voltou.

Tudo estava um caos com as criaturas vindo para cima de mim e de Caleb, o lobo lutava ao lado do ex-príncipe.

Existia uma Pressão dentro de mim que continuava se expandindo, ultrapassando os limites do controle. Não sabia o que era, mas parecia que alguma coisa desejava se libertar.

Os pensamentos de Ambres sussurram em minha mente dizendo para liberar tudo e sem pensar agi, a magia explodiu na caverna.

Duas asas de sombras surgiram das minhas costas e levantei a mão e a pressão dentro do meu peito se liberou e controlei as sombras restantes, como uma explosão de magia em câmera lenta.

Tudo ficou em silêncio com cada criatura sendo decepada pelas sombras que se moldaram como lâminas. A caverna foi mandada pelo sangue dos inimigos, a dominação da magia parou até uma das criaturas.

Tudo sumiu e uma jaula foi feita para o monstro que tremia de pavor.

Senti um aperto ao redor do meu braço, levantei o olhar e Caleb estava ali.

— Victor — Ele Chamou. — Desde quando você controla as sombras?

A magia diminuindo em meu interior, notei que as assas desapareceram.

— Não é importante — Falei e me virei para a saída. — Melhor sairmos daqui para o trod mais próximo. Temos que levar uma criatura para Lea

Os pensamentos sussurrando que desejam fazer ainda mais matança. Mandei para bem longe.

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Gostaram?

Até a próxima 😘

Anjo das sombras | Livro 2: Mistérios de CambridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora