Mi Mujer

Você está bem?

A porta se abre e Lauren entra. Ela olha para mim que estou sentada no chão e Keana que está na janela.
— Tudo bem? — Ela pergunta a Keana.

Eu recuo, interiormente. Por que diabos ela está perguntando para ELA?
Ela está bem, estava aqui fazendo ameaças. Sou eu, sentada aqui como uma burra morta, ela deve estar se perguntando. Fico ainda mais atordoada quando ela mostra um sorriso ridiculamente falso e vai até ela – com os peitos empurrados para frente.
— Sim, querida. Camila e eu estávamos discutindo os novos quartos. Ela tem algumas ideias fabulosas. — Ela esfrega seu ombro.

Quero essas unhas falsas fora de seus dedos. A puta sangrenta está mentindo! Ela não vai cair nessa, não é? O sorriso de satisfação que ela lhe dá, antes de olhar para mim, diz-me que ela vai. A pentelha é cega!
— Ela é boa. — Ela diz com orgulho. Ela está me fazendo sentir como uma criança de merda.

— Sim, muito talentosa. — Keana ronrona, sorrindo maliciosamente para mim. — Vou deixa-las.

Ela inclina-se e beija sua bochecha. Eu queimo de raiva.
— Camila, foi bom vê-la novamente.

Eu reúno toda a minha decência para sorrir para a besta.
— E a você, Keana.

Espero que ela sinta a falta de sinceridade no meu tom, eu nunca fui mais sincera na minha vida. Ela sai do quarto e me deixando sozinha com Lauren. Por que eu vim aqui, e qual o papel que essa mulher tem na vida de Lauren?

Ela está aqui toda vez que eu apareço. E ela estava no lançamento do Lusso também. Será que eu vou fugir dessa vaca astuta? Ela quer que eu vá embora, e não há uma única razão dela não querer, ela quer... Lauren. O pensamento dela estar com mais alguém faz meu coração se contrair de dor, me faz querer machucar alguém. Eu nunca fui do tipo ciumenta, nem pegajosa ou carente. Mas eu posso sentir todas essas sensações novas correndo para a superfície, inundando todo o meu ser. Não me sinto confortável com isso. Estou com um grande problema aqui - grande, malditos, problemas. Ela disse que Lauren não é o tipo de mulher que você pode construir seus sonhos. Eu acho que já sabia disso.

— Vamos dar uma olhada então, senhora. — Ela se abaixa na parede perto de mim, me fazendo sentir uma pedra dentro de mim. — Wow! Eu amei essa cama.

— Assim como eu. — Admito mal-humorada. O entusiasmo pela minha ideia foi sugado para fora de mim.

—O que é isso? — Ela aponta para o dossel sobre a cama.

— É um projeto de estrutura. Todas as vigas de madeira se sobrepõem para formar um grind.

— Então, você pode pendurar coisas nele? — Ela me olha com curiosidade.

— Sim, como material, ou luzes, talvez. — Eu dou de ombros.

Sua boca forma um O quando ela agarra o meu conceito.
— Que cores que você tem em mente?

— Preto ou dourado.

— Eu amei isso. — ela passa a mão sobre o desenho. — Quando podemos começar?

Hein?
— É apenas um esboço. Eu tenho que fazer mais algumas mudanças, desenhos de escala, os planos de iluminação, esse tipo de coisa. — Eu não sei se eu vou querer fazer qualquer dessas coisas.

Eu caí em um profundo estado de depressão depois de ser expulsa de seu escritório e alertada por Keana. Eu tenho que repensar seriamente o que eu estou fazendo aqui.— Você vai me levar pra casa?

Sua cabeça atira para cima, seus olhos verdes mostrando preocupação.
— Você está bem?

Eu empurro meu traseiro entorpecido do chão, usando toda a força que eu tenho, com um sorriso - tão falso quanto o de Keana- no meu rosto.
— Eu estou bem. Eu tenho algumas coisas do trabalho para resolver pela manhã. — Eu aliso meu vestido para baixo.

— Eu pensei que você não trabalhasse nos finais de semana?

— É só trabalho mais ou menos.

— Mais ou menos? — Ela olha para mim com um pequeno sorriso. Eu poderia chorar.

—Sim, mais ou menos. — Eu dou de ombros.

Leve-me para casa para que eu possa pensar sem você lá para me distrair com o seu belo rosto e corpo.
— Ok. — Ela se levanta do chão com facilidade e suas mãos me seguram na almofada. — Você tem certeza que está bem? — Ela pressiona.

Eu mantenho o meu sorriso falso.
— Eu estou bem, por que não estaria? — Eu luto com minha mão para não ir para o meu cabelo. Ela me olha com desconfiança.

— Vamos lá, então. — Ela pega minha bolsa e segura a minha mão.

— A bandeja.

— Pete vem busca-la. — Ela rejeita a minha preocupação e me leva para fora do quarto, de volta para baixo.

Eu quero liberar minha mão da dela, mas eu não quero dar-lhe alguma razão para suspeitar que eu estou com qualquer outra coisa senão bem. É difícil, especialmente quando eu estou mais distante, bem mais do que poderia estar.
Quanto mais eu a toco, mais ligada a ela eu estou me tornando.

À medida que entramos no hall de entrada, Lauren dá olhares em volta nervosamente.
— Espere aqui, eu preciso pegar meu celular e as chaves. Na verdade, vá entrando no carro está aberto. — Eu faço uma carranca para ela, quando ela me larga e corre em direção do seu escritório.

Eu caminho para a saída da Mansão, por todo o cascalho para o DBS.
Antes de eu chegar ao carro, ouço o riso ácido de certa lambisgoia e besta soltando. Eu fico tensa da cabeça aos pés e giro sobre o cascalho, apenas para encontra-la no topo da escada com Lauren.
— Ok, querida. Até mais tarde. — Ela chega mais perto e beija sua bochecha.

— Esperamos vê-la novamente, Camila. — Ela fala.

Seu olhar gelado me penetra antes de Lauren me dá a minha bolsa e pegar minha mão novamente. Assim que entro no carro, e que o motor é ligado, os meus ouvidos são invadidos com Creep do Radiohead.
Eu sorrio para mim mesma. Sim, porque eu estou aqui, é uma pergunta muito boa.