Quem detém o poder, Camila?

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Eu estou deitada em cima dela, derretendo-me com o ritmo de seus dedos circulando minhas costas, sua semi-ereção firmemente dentro de mim. Nossos batimentos cardíacos em conjunto entre nossos peitos, enquanto tentamos regular a nossa respiração. Nós duas estamos totalmente repletas.
— Eu amo sexo sonolento com você. — Murmuro.

Ela beija o topo da minha cabeça.
— Exceto por sua boca suja. — Sua voz é cheia de desprezo.

Eu sorrio e olho para ela, correndo os dedos pelo seu rosto. Ela vira o rosto para receber o meu toque, beijar os meus dedos e devolver o meu sorriso.
— Eu não acho que podemos chamar isso de sexo sonolento, baby.

— Não?

— Não. Vamos pensar em um novo nome para isso.

— Ok. — Concordo, completamente satisfeita. Eu descanso minha bochecha em seu peito e traço pequenos círculos ao redor de seu peito.
— Quantos anos você tem, Laur?

— Vinte e nove.

Eu zombo, mas ocorre-me, de repente, que eu não tenho a menor ideia de quando finalmente chegaremos a sua idade real. Estou arredondando para 34. Isso seria oito anos a mais que eu - eu posso viver com isso.
Eu suspiro.
— Que horas são? — Eu poderia ficar por mais uma hora.

Ela tira-me do seu peito.
— Deixei o meu relógio lá embaixo. Eu vou dar uma olhada.

— Você precisa de um relógio aqui. — Eu resmungo quando ela sai da cama, deixando-me fria e nua sem ela.

— Vou fazer uma reclamação com a designer. — Ela responde secamente.

Eu a ignoro, virando para me aconchegar para mais baixo, contentando-me com o travesseiro. Esta cama é a mais confortável em que já dormi. Eu fiz o melhor aqui.
— Sete e meia. — Eu a ouço gritar lá de baixo.

Eu pulo sentada na cama.
— Merda! — Eu salto e corro lá para baixo e vou pra cozinha. — Você vai ter que me deixar em casa.

Ela senta completamente relaxada e casual no banco do bar, totalmente nua, escavando manteiga de amendoim de um frasco com o dedo.
— Estou um pouco ocupada esta manhã. — Ela diz, sem olhar para mim.

Oh, porca irritante! Esta é, sem dúvida, uma manobra para me manter aqui. Afinal, ela disse que eu não estaria andando, e eu estou.
Vou pegar o metrô, não é incômodo. Eu examino o chão, onde deixei minhas roupas - sem roupa.
— Onde estão minhas roupas, Lauren?

Ela enfia o dedo coberto de manteiga de amendoim em sua boca, sugando-o e puxando-o lentamente fazendo um pequeno barulho.
— Eu não tenho a menor ideia. — Ela diz, me encarando completamente em linha reta e sem afetação.

Onde ela escondeu, merda?
Elas não podem estar longe. Eu procuro em por seu apartamento, irritada, puxando as portas do armário abertas e olhando atrás de móveis. Eu marcho de volta para a cozinha, encontrando-a ainda sentada ali, me olhando irritantemente nua e bonita, e completamente afetada pelo meu frenesi.
Ah, eu não tenho tempo para isso. Eu não posso chegar atrasada para o trabalho.
— Onde estão a porra das minhas roupas? — Eu grito.

— Cuidado com a p/orra da boca!

Eu balanço minha cabeça para ela. Ela vai enfiar uma barra de sabão na minha boca em seguida.
— Lauren, eu nunca falei palavrão em voz alta antes de te conhecer... engraçado, né? Eu preciso chegar a casa para que eu possa ficar pronta para o trabalho.

— Eu sei que você ficará. — E vai mais um dedo coberto de manteiga de amendoim.

— Então, onde estão as minhas roupas? — Eu tento ter calma, mas se ela não me der a minha roupa agora, vou logo voltar a fazer loucura. Eu não posso chegar tarde.

— Elas estão... em algum lugar. — Ela sorri ao redor de seu dedo.

— Onde é em algum lugar?— Eu pergunto, ao pensar sobre o quanto eu não gosto dessa Laur malandra de hoje.

— Se eu te contar, você tem que me dar algo em troca.

Eu sinto a louca chegando!
— O quê? — Eu grito.

— Não beba amanhã à noite. — Seu rosto está inexpressivo.

Eu faço uma cara feia para ela, quando a vejo lutando para controlar um sorriso que quer sair. Porca conivente! Ela tem-me encurralada, nua, atrasada para o trabalho e na necessidade de um elevador.

Estou ponderando sua troca. Se eu for honesta, eu não estava pensando particularmente em ficar bêbada, especialmente depois do meu desempenho no sábado. Eu nem mesmo perguntei à DJ se ela estará livre, mas eu não quero que a Sra. Controladora anormal, pense que ela pode ditar cada movimento meu.
— Tudo bem!— Como ela vai saber se eu tomar uma bebida, afinal?

Ela parece chocada.
— Isso foi mais fácil do que eu pensava. E o almoço mais tarde?

— Ok, pegue minhas roupas!

— Quem detém o poder, Camila? — Pergunta ela.

Eu não tenho tempo para desafiá-la sobre isso.
— Você, pegue minhas roupas!

— Correto. — Ela anda até a geladeira — com uma pequena arrogância extra para meu benefício - e abre a porta.— Aqui está, baby.

Elas estavam na geladeira? Bem, eu nunca teria olhado lá. Eu arranco da mão dela, e ela levanta a sobrancelha num aviso para mim. Eu não me importo.
Eu vou estar tão atrasada. Ela me olha freneticamente vestindo minhas calças capri e ri com o meu estado ofegante quando o tecido gelado entra em contato com minha pele.
— Eu tenho tempo para uma ducha? — Ela pergunta séria.

— Não!

Ela ri, bate no meu bumbum e sai da cozinha.

Laur me leva para casa em seu estilo normal de direção — assustadoramente rápida e já impaciente, mas hoje eu estou grata.

Ela espera por mim no carro, dando alguns telefonemas, enquanto eu tomo banho e fico pronta em tempo recorde. Enfio-me numa calça preta justa, com uma camisa branca e meus scarpins de ballet vermelhos Dune. Eu estou vestida para a velocidade de hoje. Meu cabelo está parecendo duro por não ter sido seco na noite passada, então eu o prendo num coque bagunçado. Vou colocar minha maquiagem no carro.
Quando estou correndo pela casa, eu esbarro com Mani seminua. Será que ela se mudou?

Coloque algumas roupas!
— Você está sempre com pressa, mocinha. — Ela ri. Eu passo do lado dela, correndo para a cozinha para pegar um copo de água e engolir minhas pílulas. — Boa noite?

Concordo com a cabeça sobre o meu copo, olhando como ela fica ousada como o bronze na porta da cozinha, olhando tudo, quase agressivamente. Eu não vou perguntar se ela teve uma boa noite. Isso é óbvio.
— Onde está a Dinah? —Eu pergunto.

Ela sorri.
— Eu a amarrei à cama.

Meus olhos se arregalam. Eu não tenho ideia se ela está falando sério ou não. Ela é como uma coringa.
— Diga a ela que eu vou telefonar mais tarde.— Eu espero Mani ceder e me deixar sair. — Até mais. — Eu grito, descendo as escadas.

— Ei, diga a Laur que eu não vou correr hoje.— Ela grita atrás de mim.

Eu corro para a rua, onde Lauren está estacionada ilegalmente e mandando ir embora um guarda de trânsito parado ao lado do banco do motorista. Espero o guarda terminar a conversa com Lauren, mas ele parece estar em um discurso.
— Mova-se para a senhora poder entrar no carro. — Laur resmunga. O guarda aignora, lançando-se em um discurso sobre o abuso verbal e falta de consideração para com os outros passantes.

— Desculpe-me. — Eu alerto, tentando ser educada em oposição à agressividade de Lauren. Sou ignorada. Porra, eu vou chegar super tarde.

— Para à porra, com a lei! — Laur balança a porta aberta e dá passos ao redor do carro para encontrar o guarda na calçada. O pobre homem encolhe visivelmente na presença de Lauren, afastando-se apressadamente. Ela abre a porta, me coloca no carro antes de batê-la, xingando um pouco mais e deslizando de volta ao volante. Nós descemos a minha rua rugindo de maneira muito rápida.
— Eles estão apenas fazendo o trabalho deles, você sabe. — Eu viro o espelho para fazer a minha maquiagem.

— Pobres famintos pelo poder que não conseguiram ser policiais. — Ela resmunga. Ela olha para mim e sorri. — Você está linda.

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