Cap 22

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Contem;  GATILHO ✖️

BOA LEITURA ❤️

— Irmão — A voz foi tomada por soluços profundos – Me ajude...

Desligue o telefone, desligue. Desligue! A mente do mafioso mandava, mas o celular permanecia colado em sua orelha. Ele não poderia ter atendido. Sabia, que não deveria! Mas que merda! Seu tio tinha agido finalmente.

— Eles estão batendo no meu carro... — A voz chorosa disse do outro lado.

NÃO INTERFIRA!

— XIAO PORRA, FALA ALGUMA COISA!

— Não... – A voz de Yibo estava seca. – Não é o Xiao.- A menina chorou mais alto do outro lado.

— Onde está o meu irmão? Eu pre... preciso de ajuda.

Ouviu os soluços do outro lado. Que sentimento era esse que se instalara em seu peito?

— Eu estou sendo per-perseguida. — Repetiu a menina – Me ajude...

Não! Pensou Yibo. Eram as ordens do seu tio. Ele deveria deixar que aquilo acontecesse, deveria deixar.

Seu tio queria que o federal sofresse, era obvio. E ele tinha que deixar que aquilo acontecesse. Não poderia interferir.

— Eu estou com tanto medo.

Mas o federal ia sofrer. Por que aquela constatação o perturbava daquela maneira?

Merda!

— Onde você está? — Não acreditou na própria voz.

— Eu... Eu não sei. É um bairro pobre e afastado, e eu estou na rua três... tem uma loja de bebidas, e os prédios não são pintados. Eu não sei.

Yibo sorriu amargamente. Realmente, se Deus existisse, ele não simpatizava nem um pouquinho com ele. Yibo conhecia perfeitamente aquela descrição. A tal rua era no bairro onde ele estava.

— Arranque o carro e não pare, mesmo que eles batam em você.

Yibo revirou os olhos assim que percebeu o que disse. Não estava falando com um profissional. Era uma menina do outro lado, como conseguiria dirigir e controlar o volante quando batessem nela?

Porra!

— Eles me fecharam, eu não tenho passagem.

A mente de Yibo nessa hora começou a trabalha a milhão, a luta interna sendo travada. Não interfira! Por que ele deveria interferir?

Xiao. O sofrimento de Xiao...

A máfia.

A decepção do tio...

De que lado ele deveria ficar? Por que tinha que escolher? Quais seriam as consequências disso? Ele não conseguia. Estava confuso demais. Yibo apoiou-se na parede, a tontura passando pelo seu corpo, sua cabeça fervia, não conseguia pensar corretamente. Não conseguia raciocinar. Aquilo chegava a lhe infligir dor física. Algo apertado em seu peito. Ele não sabia o que fazer.

— Charlotte, presta atenção! Você vai ter que sair do carro. Quando sair, corra. Corra para acima! O mais rápido que puder, mas não saia do bairro.

— Eu estou com medo... — A menina repetiu do outro lado.

Yibo puxou os cabelos negros, e rumou para o quarto, calçando a bota e colocando um sobretudo.

— Eu sei. Eu sei — Yibo falou, eloquentemente. — Mas correr é sua única chance, agora. Vai criar tempo até que eu possa achá-la. Eu estou indo atrás de você.

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