Cap 30

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Boa leitura ❤️

Flashback

– Mãe?

Paola arregalou os orbes cor de chocolate percebendo os olhos do filho em suas costas
marcadas, tentou cobrir o corpo com a toalha de banho.

Yibo? O que está fazendo ai?

O garotinho se assustou com o tom da mãe, encolhendo-se na soleira da porta.

– Eu só tava olhando.. Perdão

Paola sorriu tristemente para o filho que portava uma carinha desolada, olhando para seus pequenos pezinhos. A mulher agachou-se, abrindo os braços para Yibo. O menininho correu para o aconchego oferecido, descansando a cabecinha na curva do pescoço da mãe. O cheiro de sândalo da mulher se fez presente, e a criança o inalou com gosto, sentindo-se protegido.

Por mais que fosse uma das melhores sensações estar no colo da mãe, a atenção da pequeno estava nas marcas que havia visto em seu corpo

O que é esses roxos? Doi? – Os olhinhos ficaram marejados. Paola suspirou abraçando o filho um pouco mais forte.

– Mamãe caiu, Anjo. Mas ela vai ficar boa logo, está bem.?

Yibo franziua testa de criança lembrando-se de dois machucados nas costas da mãe. Tocou o roxo que estava no ombro da mulher.

Uma lágrima teimosa rolou pela bochecha de Paola e ela apertou o filho mais em seu peito, para que ele não visse que chorava.

– Nada dói com você perto de mim. A mamãe te ama muito.  Nunca duvide disso.

Yibo depositou um leve beijinho na marca arroxeada da mãe.

– Eu também te amo.

Paola sorriu.

– Você é meu tesoro, filho. – A mulher de
Gian Wang pegou o delicado rosto do filho entre suas mãos e beijou carinhosamente a testa dele – Você é minha alegria.

YIBO!

O grito de horror tirou o mafioso do que se
recordava sem nem mesmo dar-se conta.

Não foi surpresa. Era o que aquele lugar fazia. Aquele porão frio parecia lhe tirar todas as lembranças boas, mesmo que Yibo tentasse não se apegar a elas.

Só restava o frio. O ódio. A vingança. Yibo ficou momentaneamente cego graças a um foco de luz, o que mais tarde o amafioso perceberia se tratar de uma lanterna. Seu corpo foi puxado para os braços de alguém, mas ele não queria, nem tinha vontade de lutar contra. Estava perdido entre a sensação de realidade e fantasia. Seria
aquilo outra lembrança?

– Meu menino – era a voz de Lorenza, o mafioso reconheceu. A avó o embalava em seus braços como a um bebê, mas o gesto não trouxe conforto. A cabeça de Yibo doía e girava, a tontura potencializada com os movimentos de vai e vem. – Eu peguei Mara preparando uma bandeja para trazer para cá, e soube que você estava aqui.

Mara, Yibo raciocinou. A velha empregada era a única coisa que lhe dava uma noção dos dias que se passavam. A mulher vinha duas vezes. Uma com a comida e com uma bacia de água, a outra para levá-lo ate o pequeno vaso sanitário, instalado anos atrás por Ricardo justamente por causa do menino, e garantir assim que Yibo fizesse suas necessidades.

Desde que fora trancado Mara apareceu doze vezes, e como estava na hora de comer novamente, significava que aquele era o
sétimo dia que se encontrava ali.

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