•AYLA DOMINGUES•
Atravesso a rua em direção à escola ouvindo duas pessoas atrás de mim conversarem.
- Para de ser tosca, Alice. -O homem resmunga e a garota ri. Por reflexo eu olho para trás, vendo um garoto alto de cabelo escuro do lado de uma garota loira um pouco mais alta do que eu.
- Eu menti? -Pergunta rindo, ele revira os olhos e os mira em mim. Em seguida sussurra algo para a garota que passa a me encarar com uma expressão séria. Engulo em seco e volto ao meu caminho para a escola. - E o que você esperava? Esse lugar só tem gente fofoqueira. -A garota resmunga. Seu sotaque é um pouco diferente, é mais leve...
Balanço a cabeça e paro de prestar atenção neles. Hoje eu tenho um teste e não posso chegar atrasada.
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Entro na minha sala de aula indo rapidamente para o meu lugar.
- O teste começa em cinco minutos. -Sophia, uma menina da minha turma, me avisa baixinho.
- Obrigada. -Murmuro passando o braço pelo meu rosto, que está um pouco suado pelo calor que está fazendo hoje.
- Não, é óbvio que não. Por que a Bellini viria para o nosso colégio? Ela é rica demais para estudar aqui. -Uma garota contra-diz a amiga.
- Eu estou falando, Bianca, a Bellini vem estudar aqui! Ela começa hoje. O melhor amigo dela, Sebastian, vem também. -A menina fala, fazendo a anterior revirar os olhos.
- E cadê ela, então?
- Licença. -Ouço a voz de hoje mais cedo. Viro a cabeça rapidamente, e, por algum milagre, o meu pescoço não quebrou.
- Por favor, senhorita Bellini e senhor Gilbert, sentem-se. -O professor pede pegando uma pasta e tirando as provas de dentro.
A Alice se senta nas últimas fileiras ao lado do Sebastian. Resmungo abaixando a cabeça a apoiando com a mão.
O professor entrega as provas e eu respiro fundo me preparando mentalmente para responder as questões de física.
Olho a prova e inclino a cabeça pro lado, confusa. A prova está muito, muito, muito fácil.
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Entrego a prova feita para o professor e saio da sala, vou em direção a biblioteca e solto um grunhido ao sentir alguém esbarrar em meu braço. Observo Alice passar por mim rindo enquanto conversa com uma garota. Sebastian anda e para ao meu lado.
- Desculpa. -Sussurra apontando para Bellini e volta a andar.
Mas que porra...?
Esfrego meu braço e entro na biblioteca, sento em uma das cadeiras e deito a cabeça na mesa, sentindo ela doer.
- Querida, você está bem? -A bibliotecaria pergunta se aproximando, assinto fechando meus olhos com força.
- Sim, estou bem. Obrigada. -Murmuro pegando um remédio na mochila. Pego minha garrafinha e o tomo.
- Se quiser eu te levo na enfermaria... -Murmura. Nego com a cabeça e afirmo novamente que estou bem.
Deito minha cabeça na mesa novamente e fecho os olhos para dormir por pelo menos esses quarenta minutos de recreio.
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- Deixa a garota, cara...
- Ai, o que tem de demais?
- Não precisa disso. Deixa ela dormir.
- Com licença, o que está acontecendo?
- Nada, dona Jasmin. -Uma voz masculina afirma.
- Jean, querido, pode me ajudar, por favor? -A bibliotecária pergunta, um garoto murmura um "uhum" e vai.
- Você está muito chato, Sebastian. -Uma garota fala. Não, não só uma garota... a Bellini. Levanto a cabeça rapidamente e me arrependo ao sentir uma forte tontura.
Que merda, porra!
Resmungo e me levanto, pego minha mochila e saio do local, passando direto pela garota que faz uma careta quando esbarro na mesma.
Olho meu relógio vendo que falta cinco minutos para acabar o recreio e entro na minha sala.
Só mais duas horas...
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Sinto um puxão fraco no meu cabelo e olho pata trás.
- Oi, Soph?
- Me empresta? -Ela pede apontando para um marca-texto lilás em cima da mesa.
- Claro. Pode pegar. -Entrego para ela, que sorri agradecendo.
Ouço uma risada baixinha e olho para Alice que ri conversando com o Sebastian, ela olha pra mim e sorri de lado, desvio o olhar voltando a minha atenção para a aula.
Quem caralhos é essa garota?!
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My (rejected) Princess
RomanceUma história onde Alice Bellini, filha dos considerados reis da França, é rejeitada pelo povo por conta de seu problema de déficit de atenção. Ayla Domingues, uma garota que perdeu os pais, vive sozinha desde os doze anos, até que encontra duas pes...