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•AYLA DOMINGUES•Aprecio o carinho da garota que eu menos gosto no mundo enquanto leio a matéria de história.
Alice acaricia meu braço enquanto tenta prestar atenção na explicação do professor.
Por algum motivo ela é muito desatenta.
- Alice. -Chamo baixinho quando ela começa a brincar com o lápis.
- Eu não aguento mais essa aula. -Resmunga frustrada rabiscando o caderno.
- Só mais meia hora, aguenta aí, Lili. -Seb aparece do nada atrás da gente. Coloco a mão no peito pelo susto e respiro fundo. Todo dia isso!
Ele ri voltando a se encostar na cadeira dele e puxando levemente o corpo do garoto, que estava sentado ao lado dele, para mais perto. As bochechas do menino coram levemente.
Sinto um beliscão fraquinho no meu braço e volto minha cabeça para Alice, arqueando uma sobrancelha.
- O professor tá olhando pra você. -Murmura com a cabeça reta para frente. Viro meu corpo completamente para frente e olho para o professor, ele suspira e volta a explicar a matéria.
Alice passa o dedo carinhosamente onde ela beliscou e depois segura minha mão, a entrelaçando com a dela.
Dou um sorriso pequeno acariciando sua mão.
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Passo mais uma página do meu livro concentrada na história. Ouço o som de pessoas conversando, garotos brigando, um povo jogando e outras pessoas só andando.
Odeio o recreio.
Respiro fundo e volto para minha história. Após um tempo sinto alguém do meu lado e levanto minha cabeça do livro e olho para a loira mais bonita que eu já vi.
Ela encosta o corpo na árvore e olha pro livro que eu estava lendo. Alice não diz nada, apenas encosta a cabeça no meu ombro e fecha seus olhos claros.
- Ei, você está bem? -Pergunto ao reparar uma pequena lágrima escorrer. Ela assente relaxando os ombros. Pego sua mão e a acaricio ao perceber que ela estava nervosa com algo.
- Vem cá... Vai ficar tudo bem. -Murmuro abraçando a cintura dela, ela suspira abraçando meu corpo também, enquanto pequenas lágrimas escorrem de seus olhos. Ela choraminga escondendo o rosto no meu ombro e apertando a minha mão. - Shii..., vai ficar tudo bem, ok? Eu tô aqui, calma.
Fico acariciando suas costas até ela parar de chorar e ir aos poucos se acalmando.
- Eu... não achei o Seb. -Murmura dando uma pausa para respirar. - Quando isso acontece eu normalmente fico com ele. Me desculpa...
- Não se preocupa, eu estou aqui para o que precisar. Quer conversar sobre o que aconteceu? -Pergunto e ela dá de ombros.
- Não aconteceu nada. Isso simplesmente acontece de repente, sabe... Sinto vontade de chorar e preciso da companhia de alguém que eu conheço. -Explica tirando a cabeça do meu ombro e me encarando. Seu rosto está levemente inchado e seus olhos ainda estão lacrimejando.
- Você... hum... tem ansiedade? -Pergunto tentando ter o máximo de cuidado para não parecer estar invadindo sua privacidade ou me metendo demais.
- Não que eu saiba. -Responde baixinho voltando a deitar a cabeça no meu ombro. Ok, ela é muito mais alta que eu, mas issog continua fofo. Acaricio suas costas com carinho ouvindo seu suspiro baixo.
— Quer um calmante? -Pergunto e ela assente. Tiro a cartela de comprimido do bolso e entrego um para ela, que engola com ajuda da água da garrafinha que eu emprestei para ela.
— Você já comeu algo hoje? -Pergunta voltando a deitar.
Solto uma risada baixa a encarando. Quem se importa com a minha saúde quando está claramente no meio de uma leve crise de ansiedade?
— Ainda não. -Respondo e ela levanta a cabeça para me olhar.
— Vem, você precisa comer. -Murmura fazendo que ia se levantar, mas eu a puxo novamente para o meio de minhas pernas. — Ayla...
— Alice, você precisa se acalmar antes. -A encaro séria, a fazendo formar um biquinho fofo.
— Mas o recreio já vai acabar. -Choraminga segurando a minha mão com a cabeça deitada no meu ombro.
E o rosto super perto do meu...
— Shiu, fica quietinha, fica. -Sussurro virando seu rosto pro lado, ela solta uma risada gostosa e se aconchega a mim.
Olho em volta e vejo que estamos chamando mais atenção do que eu queria.
— Estão olhando, não estão? Eu odeio isso. -Alice diz baixinho e suspira com os olhos fechados, relaxando o corpo. Pelo visto o calmante está fazendo efeito, já que ela parece meio sonolenta e sua respiração está mais leve.
— Não se preocupa, daqui a pouco eles se cansam. -Falo baixo para não incomodar ela. Coloco meu fone em seu ouvido para abafar essa gritaria do colégio e acaricio seus fios loiros, a fazendo se acalmar mais.
— Eu tô com sono... muito sono. -Murmura e boceja se aconchegando mais. Seus olhos se fecham lentamente e ela cai no sono.
Fico fazendo cafuné nela enquanto leio até o sinal bater.
— Alice... -Chamo e nada. — Alice.
Ela abre os olhos de forma muito lenta e me observa atenta.
— ...eu...acho que não consigo me mexer. -Sussurra totalmente dopada.
— Consegue sim, você só tem que ir até a sala de aula, lá você dorme. -Digo ajudando ela a se sentar. Alice boceja e choraminga.
— Cadê o Seb? -Pergunta coçando os olhos.
— Não faço idéia. -Murmuro me levantando e estendendo a mão para ela se apoiar.
— Vamos logo. -Resmunga andando devagar. Pego as nossas coisas e a sigo. Assim que a gente chega ela se senta na última fileira e deita a cabeça na mesa.
Olho meu horário e vejo que agora é aula de física.
— Aly, eu vou ficar lá na primeira fileira, ok? Quando o Seb chegar eu peço pra ele sentar aqui com você. -Digo acariciando seus cabelos, ela assente e volta a dormir.
Olho para a porta esperando o Sebastian, assim que ele entra eu o chamo.
— Ei! Fica com a Alice lá atrás? -Peço, ele arqueia a sobrancelha olhando para Aly que dorme com a ponta da unha encostada no lábio.
— O que aconteceu com ela?
— Ela parecia estar tendo uma pequena crise de ansiedade... Eu dei um calmante pra ela e ela dormiu.
— Oh... Beleza, eu fico lá. -Ele dá de ombros indo até ela e beija a cabeça de Alice, se sentando ao lado dela.
Eles são fofos juntos.
Será que eles têm algo a mais...?
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My (rejected) Princess
RomanceUma história onde Alice Bellini, filha dos considerados reis da França, é rejeitada pelo povo por conta de seu problema de déficit de atenção. Ayla Domingues, uma garota que perdeu os pais, vive sozinha desde os doze anos, até que encontra duas pes...