Capítulo 17

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¤G I U L I A¤

Balanço minhas pernas no ar enquanto observo Théo e Seb conversarem sobre a nossa rotina a partir de agora.

Escola, saúde, médico, dormir, medir glicemia todo dia, escola, médico, saúde, médico de novo...

Meu corpo está doendo por motivos desconhecidos e eu estou morrendo de sono.

Théo está sugando uma chupeta enquanto observa Seb explicar algumas coisas.

Bocejo e coço os olhos, chamando a atenção dos dois.

- Princesa! Por que não disse que estava cansada? -Sebastian pergunta preocupado, se aproximando e me pegando no colo. - Vamos tomar banho e ir dormir, hm?

- Me dá ela, eu dou banho nela. -Théo pede acariciando minhas costas.

- Eu dou, não se preocupa. Posso, Giulia? -Seb pergunta me ajeitando no colo, eu assinto sentindo minha cabeça doer. Ficamos uma hora no carro hoje. Eu dormi o tempo todo e mesmo assim acordei tonta e enjoada.

Odeio andar de carro.

- Vem, neném. Vou dar banho em você também, está quase dormindo em pé. -Fala com Théo.

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Abraço o corpo de Théo sentindo Seb ensaboar minhas costas e ombros.

Bocejo novamente e me aconchego melhor no abraço do meu bebê.

Seb enxagua meu corpo e beija minha cabeça. Théo suspira deitando na banheira, comigo em seu colo. Meu neném está exausto.

- Cadê a sua chupeta, meu amor? -Questiono acariciando sua bochecha, ele dá de ombros me abraçando mais forte. - Sabe onde está, Seb?

- Ele deixou na bancada da pia. Quer que eu lave pra você usar, neném?

Théo murmura um "uhum" fechando os olhos, e Seb vai fazer o favor pra gente.

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Sebastian desliga a luz e ajeita o cobertor que estou dividindo com o meu namorado.

- Boa noite, meus anjinhos. -Sussurra depositando um beijo na minha testa e na de Théo, que está encolhidinho na cama, me abraçando com a cabeça no meu peito. Ele dormiu antes mesmo de mamar, de tanto sono.

— Vai dormir aonde? -Pergunto baixinho, sentindo meus olhos pesarem.

— Vou colocar um colchão no chão.

— Mas a cama é grande...

— Como assim, querida? -Pergunta acariciando minha bochecha.

— Dorme com a gente. -Peço quase desmaiando de sono e dor na barriga. Maldita gravidez. — Por favor.

Seb suspira me encarando e meu coração se quece ao ter seu olhar sob mim.

— Claro, meu amor. -Sussurra subindo na cama do meu lado. Ele abraça minha cintura, me deixando bem apertadinha, de forma confortável, entre ele e Théo. — Boa noite.

— Boa noite.

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S E B A S T I A N

Observo Giulia e Théo dormirem e suspiro. Afasto o corpo de Giu do meu e me levanto tentando não fazer barulho. Théo está mamando de forma extremamente fofa e Giu com o corpo encolhido abraçado ao de Théo.

Entro no banheiro para escovar os dentes e tomar banho, e logo que saio ouço o som de passos. Abro a porta do banheiro e vejo Giulia de pé arrumando a mochila dela.

— Bom dia, querida. O que está fazendo? -Pergunto me aproximando para dar um beijo na sua bochecha, ela sorri levemente e me abraça.

O que eu estranho, claro. Ela não é de dar a iniciativa.

— Ei, está tudo bem? -Questiono e ela não responde, apenas se encolhe mais nos meus braços, escondendo o rosto no meu peito.

Sinto meu peito molhar, já que estava sem camisa, e suspiro pegando ela no colo. 

— Querida, o que aconteceu? -A preocupação começa a me dominar, ao ver ela encolhida quietinha no meu colo, apenas deixando as lágrimas rolarem.

Vejo Théo se levantar e pegar algo. Logo ele deixa uma chupeta na boca da loira.

Olho confuso para o mesmo e ele dá de ombros.

— Ela não costuma usar. Quando éramos mais novos, qualquer sinal de choro nossa mãe enfiava logo a chupeta na nossa boca. Aos poucos eu fui desenvolvimento infantilismo, tendo o costume de usar sempre. Ela não, porém gosta de usar quando se sente mal. É o modo dela de diminuir essa "fraqueza" que ela sente. É bem raro ela usar, assim como é raro ela chorar. -Explica com uma calma impressionante, enquanto acaricia o rosto da loirinha.

— Entendo. -Murmuro me sentando na cama, e ajeitando a pequena no meu colo. Ela suspira e fecha os olhos.

Ver ela assim é de quebrar o coração.

— Sabe o porquê dela estar assim? -Pergunto ajeitando o cabelo dela.

— Hoje faz três anos que o papai morreu. -Diz e percebo seu corpo estremecer. O puxo para perto de mim e pego uma chupeta na cômoda, deixando em seus lábios. Abraço ele forte, junto de Giulia, e deixo eles ficarem quietinhos sabendo que têm meu apoio.

Sabendo que nunca estarão sozinhos.

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My (rejected) PrincessWhere stories live. Discover now