Abraço a loira mais safada que eu conheço enquanto ela passa a ponta da unha na minha nuca, fazendo meu corpo arrepiar.
— Para com isso. -Resmungo abraçada à ela, que ri me olhando.
— Já disse que você fica muito fofa de chupeta? -Pergunta, assinto esfregando minha cabeça no ombro/pescoço dela.
— Muitas vezes.
— É que é fofo a sua cara de brava, com piercing no nariz e chupeta na boca. -Fala divertida e beija meu nariz, bochecha e pescoço.
— Não aguento mais isso. -Sebastian resmunga e sai da sala.
— Para, Aly... -Resmungo incomodada com os beijos no meu pescoço, que causam um formigamento no resto do corpo. Alice sorri com a minha reação e se senta no sofá-cama, ligando a televisão. Deito a cabeça no travesseiro e solto um espirro baixo. Imediatamente ela me olha preocupada.
— Ei, está tudo bem? Está sentindo dor? Febre? Quer um remédio? Doce? Quer ver My little pony? Vou colocar pra você. -Ela dispara as palavras. Com uma mão ela coloca o desenho na Tv e com a outra ela toca minha testa, medindo a minha temperatura. Resmungo tirando a mão dela.
— Para, Alice, não é nada. -Resmungo me aconchegando abraçada ao travesseiro. Ela me olha parecendo um pouco chateada e dá de ombros deitando no travesseiro dela. Olho para a TV e assisto o desenho chupando lentamente minha chupeta.
— Vou falar com o Seb. -Murmura se levantando.
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Abro lentamente meus olhos sentindo eles arderem. Meu nariz também está ardendo e meu corpo está quente.
Choramingo sentando no sofá e olho pela janela, reparando que já está de noite.
— Ayla? -Seb entra na sala super arrumado. — Ah, que bom que você acordou. Nossa, um caminhão passou em cima de você?!
Reviro os olhos me cobrindo. Odeio ficar assim.
— ALICE, VEM CÁ! Sua namoradinha está doente. -Ele grita e diminui o tom ao ver ela de aproximando. Alice me olha com uma feição preocupada e se aproxima, reparo que ela está arrumada também. E, céus, ela está linda.
— Você está bem? Como se sente? -Pergunta tomando o cuidado de não encostar em mim, provavelmente pelo modo que falei com ela hoje.
Não foi por querer...
— Hum, nada demais. -Respondo sentindo a minha garganta doer e ouvindo minha voz estranha.
— "Nada demais"? Ayla, você está completamente pálida com o rosto super vermelho. Seus olhos estão caidinhos e sua voz rouca. Nada demais? -Pergunta irônica, porém mantendo a voz calma.
— É só um pouco de dor de cabeça e dor no corpo... Eu tô bem. Aonde vocês vão?
— A gente ia em uma festa, estávamos esperando você acordar para ir com a gente. -Responde tirando o sapato.
— Como assim "ia"? -Pergunto vendo ela mexer no cabelo que está perfeitamente lindo.
— Não vou em lugar nenhum com você doente. -Fala como se fosse óbvio enquanto ligava a TV.
— Alice... Vão lá, você adora festas, não tem porquê não ir. -Digo incomodada com ela desistindo de algo por causa de uma dorzinha boba.
— Nhe, eu nem gosto daquelas pessoas. Um dos motivos de querer que você vá: me fazer companhia. Seb, pode ir sem mim. -Diz se direcionando ao garoto que está em pé atrás de mim, ajeitando a jaqueta.
— Não, eu vou ficar com vocês.
— Até parece! Você ama aquelas pessoas, pode ir. -Ela fala tirando a jaqueta de couro dela e deitando meio que em cima de mim. Ela se ajeita me deixando por cima e me abraça em seu colo. — Vai logo, Seb.
— Olha... Tá, mas qualquer coisa, qualquer coisa, me liguem. Beijos, garotas. -Ele acena saindo de casa.
— Shi, vem cá, anjo. Pode dormir calma, qualquer coisa eu estou aqui. -Aly sussurra me abraçando e massageando meu couro cabeludo em um carinho. Suspiro fechando meus olhos e abraço o pescoço dela, pronta para dormir.
Aly passa a mão de leve na minha coxa enquanto me balança muito levemente. Relaxo complemente meu corpo sentindo o sono me antingir.
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Espirro cobrindo meu rosto enquanto Alice dorme feito um anjo no sofá de sua enorme sala. Passo meu dedo levemente em seu rosto para tirar o fio de cabelo que estava em sua bochecha. Me aproximo de sua pálida pele e deposito um beijo perto de sua boca. Ela pega minha mão e a acaricia ainda dormindo. Respiro fundo voltando a me deitar do seu lado. Ela passa uma perna por cima das minhas e abraça minha cintura, me prendendo ali.
Ela abre seus olhos que me lembram o céu e me encara por um tempo, só então percebo o quanto estávamos perto uma da outra. Engulo em seco a encarando, ela sorri levemente me puxando para mais perto. Sua boca encosta na pele nua do meu pescoço deixando um beijo ali. Ao levantar a cabeça ela beija meu queixo com pequeno sorriso sapeca no rosto.
E ela é tão linda...
Aly se aproxima mais, deixando nossas testas encostadas. Ela acaricia minha bochecha e, sem que eu possa controlar, meus olhos se fecham e minha boca se abre minimamente. Sinto seu rosto se aproximar ainda mais do meu, mas, por obra do destino, somos interrompidas pelo barulho de chave girando.
— ALICE! -Ouço um grito e me afasto rapidamente, vendo a feição irritada no rosto da loira. — Você não acredita! Foi tão legal lá na França, a nossa casa continua a mesma, e a nossa avó... Alice?
— Manu! -Alice exclama animada e levanta rapidamente para ir de encontro com a garota que parece sua cópia, porém bem mais baixa e cabelo escuro. Acho que me lembro de tê-la visto no colégio.
— Quem é ela, Lili? -Pergunta a garota com a cabeça levemente inclinada e sobrancelhas arqueadas.
— Manu, essa é a Ayla. Ela é da minha sala. Ruivinha, essa é a minha irmãzinha, Manoela. -Aly nos apresenta. A menina, que parece ter uns treze anos, sorri estendendo a mão. Cumprimento ela achando fofa sua atitude.
— Lili, nossos pais já vão entrar... -Manoela murmura para a irmã, que revira os olhos pegando minha mão.
— Vamos pro meu quarto, ruiva. Quer vir com a gente, Manu?
— Ah, não, obrigada. Tenho que colocar meus estudos em dia. Miles copiou tudo pra mim, mas eu acho melhor estudar a matéria. -Diz colocando o cabelo atrás da orelha. Alice assente e me puxa para seu quarto, assim que ela ameaça subir a escada para o quarto dela, eu ouço uma voz grossa atrás da gente.
— Aonde você pensa que vai, Alice Bellini?
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My (rejected) Princess
RomanceUma história onde Alice Bellini, filha dos considerados reis da França, é rejeitada pelo povo por conta de seu problema de déficit de atenção. Ayla Domingues, uma garota que perdeu os pais, vive sozinha desde os doze anos, até que encontra duas pes...