Prisioneiro

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Sangue manchava o piso do palácio Zapolyarny, corpos de vários guardas estavam no chão e cheiro de queimado juntamente com o som de gotas de água que caiam das lâminas de água do príncipe completavam o cenário de uma batalha recém travada. O intruso foi dominado e posto de joelhos diante de Tartaglia, o amado príncipe de Snezhnaya que apontava uma das lâminas diretamente no pescoço do homem ruivo diante de si.

- Quem te mandou aqui? - o príncipe pergunta assustadoramente calmo.

O intruso apenas o olha com raiva brilhando nos olhos, seria inútil tentar interroga-lo naquele momento. Normalmente ele mataria ali mesmo qualquer um que atentasse contra sua vida, porém se havia um mandante ou alguém por trás daquele estranho assassino ele queria saber afinal se quisesse aumentar o poder do reino de Snezhnaya ele teria que descobrir e ceifar a vida de qualquer um que se opusesse.

- Vossa majestade, podemos levar ele pra execução? - um dos guardas que prendia o estranho pergunta.

- Não, levem ele pras masmorras - Tartaglia diz virando as costas e fazendo desaparecer as lâminas de água - amanhã quero ele pronto pra um interrogatório.

Dito isso o estranho invasor é levado a força pelos guardas até a parte subterrânea e escura do castelo, um lugar frio o bastante pra congelar a alma de qualquer pecador porém quente o bastante pra que os prisioneiros fiquem vivos se forem alimentados. O jovem ruivo não faz nenhuma tentativa de escapar enquanto é conduzido por lances e mais lances de escada, sabia que no momento não poderia escapar e nem queria afinal seu objetivo ainda não havia sido concluído: o príncipe ainda respira a ileso. Quando os guardas o forçaram a parar diante de uma cela com paredes e chão de pedra maciça ele apertou os punhos, teria queimado os dois guardas se não fossem as algemas que selavam sua energia elemental dentro de si.

Os dois guardas empurraram o estrangeiro pra dentro da cela com brutalidade e trocaram as algemas por dois braceletes de selamento elemental, deixando o rapaz de cabelos escarlates sozinho na cela escura e fria. O silêncio mortal pairava no local porém a mente do jovem Ragnvindr estava lotada com pensamentos piores que qualquer excesso de som poderia ter, ele não desistiria de matar o príncipe, ele faria isso ou morreria tentando.

***

2 dias depois...

Lumine caminhava tranquilamente através dos portões do castelo que mais parecia uma jóia de azul cortando o céu nublado daquele dia. O clima estava ameno mas Lumine escolheu um vestido mais quente já que, como de costume, ela iria cuidar dos prisioneiros nas masmorras.

- Senhorita Lumine.

- Vossa alteza - a loira faz uma breve mesura diante do príncipe.

- Vejo que veio cuidar dos prisioneiros novamente - Tartaglia diz voltando os olhos turquesa pra garota a sua frente.

- Sim, se vossa alteza permitir é claro - ela diz educadamente - não vim nos últimos dois dias pois soube que vossa alteza foi atacado e que a segurança do castelo proibiu visitas.

- Você tem permissão pra entrar em qualquer situação - o príncipe diz fixando os olhos na moça a sua frente - você já provou ser de alta confiança.

- Obrigada vossa alteza - a loira agradece.

O príncipe avalia o rosto delicado e os belos olhos dourados da moça sobre si, a mais ou menos um ano ela havia pedido permissão pra cuidar dos prisioneiros do castelo. A princípio ele havia pedido que vigiassem ela pra que a mesma não tentasse liberar ninguém mas após alguns meses observando a moça de longe ele concluiu que ela não tinha outras intenções além de prestar um pouco de piedade as almas miseráveis que eram esquecidas nas masmorras. Com o tempo o jovem príncipe começou a se interessar pela loira, notando a beleza delicada dela e tentando presentea-la com a desculpa de ser um pagamento porém ela sempre rejeitava dizendo que não fazia aquilo por nada além de caridade.

- Gostaria que a senhorita viesse até a sala do trono quando terminasse seu atendimento hoje - Tartaglia pede.

- Como quiser Vossa majestade - ela diz - se me der licença eu irei começar.

- Claro, guardas acompanhem a senhorita e a mantenham em segurança - ele ordena sendo prontamente atendido.

Lumine acompanhada por dois guardas começa a descida até as masmorras, o lugar tinha dois andares subterrâneos e nenhum dele será de fato lotado. Começando no andar superior das masmorras Lumine cuida de algumas feridas enquanto oferece roupas quentes e cobertores pra quem estava ali, nas primeiras vezes em que ela viera nenhum dos prisioneiros confiava nela e eram muito hostis mas após algum tempo eles passaram a confiar na loira vendo que ela não queria fazer nenhum mal. Quando chegou ao segundo e último piso da masmorra um dos guardas para Lumine.

- Senhorita, o assassino que tentou matar o príncipe está nesse andar - o guarda diz - a senhorita terá um pouco mais de trabalho caso queira cuidar dele.

- Por que? - ela questiona.

- Ele foi interrogado... E tentou fugir.

Lumine entende na hora o que aquilo significava e logo se penaliza pelo assassino, não que achasse que ele estivesse certo ou relevasse, ele era um criminoso afinal de contas porém sabia que logo a única coisa que ele encontraria era a morte. Caminhou até a cela indicada onde o homem estava e um arquejo de choque escapou de seus lábios: um emaranhado de cabelos escarlates cobriam o rosto do homem mas as manchas de sangue e os hematomas eram a parte mais chocante, ele estava acorrentado a parede.

- Pelos deuses! - ela exclama - por favor coloquem ele na cama.

Os guardas hesitam por alguns instantes antes de lembrarem da ordem do príncipe de fazerem tudo o que ela pedir, os dois removem as correntes e colocam o prisioneiro na cama sem qualquer delicadeza.

- Podem me deixar com a cela trancada, quando terminar peço pra abrirem - ela diz - levarei tempo cuidado dele.

Ela se concentrou em limpar as feridas dos braços, sentindo a pele do homem resfriada provavelmente pela fraqueza e pelo tempo preso as correntes sem agasalho adequado.

- Me desculpe mas é necessário - ela sussurra antes de abrir a camisa retalhada que ele ainda vestia.

Ela se focou em limpar e passar alguns bálsamos pra curar e evitar inflamações nas feridas, porém se preocupava pela falta de reação dele "esses bálsamos ardem em feridas abertas, só sei que ele está vivo por que ainda sinto pulso" ela pensa. Ela passa as próximas duas horas cuidando o melhor que pode das feridas e agasalhando o homem com cobertores, por último antes de sair ela deixa uma muda de roupas e instruções pra alimentarem ele até que ela viesse checar o estado dele no dia seguinte.

Só quando se encaminhava a sala do trono é que parou pra pensar curiosamente sobre os motivos pelo quais ele fez algo tão condenatório quanto tentar matar o príncipe "ele me contaria os motivos dele?" Ela se pergunta ainda mais pensativa.

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Oe oe oe babys tudo bem com vocês? E cá estamos nós finalmente com o Diluc como prota, quem gostou? Enfim acho que já deu pra sentir o clima dessa fic e eu tô realmente gostando de trabalhar com essa ideia e com o Diluc é claro. Se gostarem deixem a estrelinha e comentários beijos e até o próximo capítulo ❤️

Chamas Na NeveOnde as histórias ganham vida. Descobre agora