Insegurança

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O sol se punha lindamente em tons de dourado entre as nuvens pintadas de branco, azul e rosado quando uma grande mansão se ergueu a frente de Lumine. O lugar era rodeado por fileiras e mais fileiras de vinhas com uvas tão maduras que davam a impressão que a qualquer momento o suco delas fosse escorrer por vontade própria, a loira nunca havia visto um lugar tão encantador e acolhedor como aquele e imaginou como seria a vida dos donos do lugar.

- O que está pensando? - Diluc pergunta notando o olhar de Lumine passeando pelo lugar.

- Estava pensando em como deve ser a vida dos donos desse lugar - ela diz distraidamente - se eles tem filhos, se tem animais de estimação, se são gentis...

- Os antigos donos eram um casal muito gentil fizeram daqui um vinhedo e uma pousada pra viajantes - Diluc diz guiando o cavalo em direção a mansão sendo seguido por Lumine - eles tinham dois filhos e eram muito felizes.

- Você os conheceu? - ela questiona.

Antes que Diluc consiga responder uma mulher com roupas de empregada, aparentando ter seus trinta e poucos anos se aproxima parecendo surpresa e aliviada ao mesmo tempo.

- Mestre Diluc - ela diz se aproximando do ruivo que desmontava do cavalo.

- Adelinde - ele cumprimenta.

- Eu tive medo que não voltasse de sua viagem, não mandou sequer uma carta - ela diz deixando o profissionalismo de lado por alguns instantes - todos no vinhedo ficamos preocupados.

- Estou bem agora Adelinde mas preciso que prepare um quarto além do meu e que mantenha sigilo sobre a minha volta - Diluc diz com firmeza - temos uma convidada.

Então a mulher, Adelinde, finalmente presta atenção na mulher pequena e bonita ao lado de seu chefe.

- Oh me perdoe, eu sou Adelinde, governanta do vinhedo - ela sorri gentil - qualquer coisa que precisar é só falar comigo.

- Obrigado - Lumine agradece incerta.

Apenas um olhar da loira em sua direção fez Diluc saber que ela desejava uma explicação, então o portador de fios escarlates a pegou pela mão e a levou pra dentro da mansão. Lumine rapidamente olhou o ambiente elegante e bonito a sua volta antes de entrar com Diluc em uma porta e notar que estavam em um escritório, ele a coloca sentada em uma cadeira enquanto recosta o quadril na mesa elegante.

- Você me perguntou se eu conhecia os antigos donos daqui... Bem eles eram meus pais - ele explica de forma direta.

- Não sei se estou surpresa - ela diz com expressão pensativa.

- E por que não sabe se está surpresa? - o ruivo pergunta entretido.

- Muitas coisas, na verdade não sei como não deduzi... Isso - ela faz um gesto abrangente pra indicar todo o lugar - você sempre teve as maneiras e educação de um nobre, além disso tem tudo o que já me falou sobre sua vida. Mas estamos mesmo seguros aqui?

- Por enquanto sim - ele suspira se aproximando e ficando de joelhos, de modo a ficarem da mesma altura sem ela ter que se levantar - ganhamos bastante tempo em todo caminho e estando aqui eu posso tomar providências melhores pra proteger você e eliminar o príncipe de uma vez por todas.

Lumine assente positivamente, sentiu o cansaço se abater sobre seu corpo enquanto pensava no problema que os perseguia. Em alguns momentos durante toda a fuga ela quase esqueceu de todos os problemas apenas pelo fato de ter Diluc ao seu lado, a loira estremece quando se lembra de todos os motivos que os levaram até ali.

- Você precisa descansar - o ruivo diz gentil acariciando o rosto dela - acho que Adelinde já terminou de preparar um quarto e um banho pra você então suba e descanse.

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