Reconectando

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Já fazia um mês e Lumine já se encontrava recuperada totalmente: os ossos de suas costelas estavam curados, não haviam mais hematomas e as feridas cicatrizaram bem. Ela estava no pequeno cemitério ainda dentro das terras de Diluc, um lugar escondido que somente Adelinde, Diluc e agora Lumine sabiam que existia. Haviam agora quatro lápides no lugar, três delas tinham um padrão de decoração na pedra que indicavam ser pessoas da mesma família enquanto a última e mais recente era bonita e simples tanto quanto uma lápide poderia ser. Lumine passou pelas três primeiras colocando uma flor em cada uma, um costume que havia criado desde que começará a visitar o lugar sozinha. Deixou uma lâmpada de grama na primeira, uma lótus de leite na segunda e na penúltima ela deixou tanto uma lótus de leite quanto uma lâmpada de grama.

Ajoelhou diante da última lápide e deixou uma Cecília sobre ela, tocando o nome de Dimitri delicadamente com as pontas dos dedos enquanto sussurrava uma prece desejando que ele estivesse em paz e prometendo jamais esquecer o que ele havia feito por ela. Sempre que podia ela levava flores e passava algum tempo ali fazendo suas preces silenciosas e desejando que o amigo estivesse em um lugar bonito e melhor e que ele encontrasse a família dele onde quer que estivesse naquele momento.

- Você trouxe a flor favorita de cada um - a voz de Diluc soa atrás dela - isso é gentil da sua parte.

- Eu perguntei a Adelinde - Lumine responde um pouco tímida - queria trazer algo que eles gostariam de estivessem aqui.

- Eu não queria interromper o seu momento, mas o sol já está se pondo e eu não queria que andasse por aqui no escuro por mais seguro que fosse - o ruivo explica - e também não queria que perdesse o horário do jantar. Vamos?

Ele estende a mão enluvada pra ela que aceita se levantando, assim que está de pé ela tenta soltar a mão dele porém o ruivo a segurava firme lançando um olhar cheio de significado. Desde que havia se recuperado, Lumine estava evitando ficar sozinha e em muito contato com o ruivo, amava Diluc e sentia falta genuína dele porém não tinha certeza se conseguiria toca-lo sem ter alguma lembrança ruim e temia que ele pudesse sentir repulsa por ela caso se lembrasse também do que Tartaglia tentou e quase conseguiu fazer. Porém ao olhar pra ele sabia que o portador de fios escarlates não a deixaria fugir ou se afastar daquela vez.

- Lumine - ele diz caminhando mais devagar - seus... Seus sentimentos mudaram?

Ela arregala os olhos surpresa tanto pela pergunta quanto pela insegurança incomum no olhar dele, confiança combinava muito mais com o porte alto e imponente de Diluc.

- O que? Não, não mudou nada - ela diz olhando nos olhos dele - eu ainda amo você e não vejo como isso pode mudar.... Eu só...

O encontro de dourado e carmesim dos olhos de ambos eram intensos enquanto o ruivo esperava que ela prosseguisse com sua fala.

- Você só...? - ele a incita a prosseguir.

- Eu tenho medo de não conseguir te tocar sem ter lembranças ruins - ela confessa por fim - e eu tenho medo que tenha nojo de mim depois de tudo.

Uma risada rouca escapa dos lábios do ruivo e antes que ela possa reagir ele a prende contra uma árvore de tronco largo, Diluc não tocava em nenhuma parte do corpo de Lumine mas ainda assim ela conseguia sentir o calor que emanava dele junto com o cheiro de cedro, menta e uvas tão característico dele, o rosto do ruivo estava muito próximo do dela permitindo que ela sentisse o hálito fresco dele contra a pele do seu rosto.

- Nojo de você? - mais uma risada escapa enquanto ele permite que o fogo de seus olhos derreta o ouro dourado dos dela - Lumine não existe nada que me faria te querer menos, não importa o que aconteceu eu não ligo desde que eu possa ficar perto de você sem que fuja de mim. Se não quer que eu te toque tudo bem, se não quer que eu te beije tudo bem também só não aceito que pense por um segundo sequer que eu sequer consideraria ter repulsa por você.

O tom da voz dele tanto quanto as palavras eram intensas, e surpreendentemente ela se viu desejando que ele a tocasse. Aqueles poucos centímetros de distância faziam Lumine desejar que ele colasse o corpo dele no seu, as mãos dela pousaram no peito forte de Diluc antes que ela pudesse se controlar e apenas um olhar trocado foi o bastante pra que ele tivesse a permissão que precisava: o portador de fios escarlates fechou a distância entre eles pressionando todo seu corpo alto e forte contra a loira enquanto os lábios de ambos se tocavam, em um primeiro momento de leve como uma pequena faísca antes de se tornar um fogo abrasador queimando o coração de ambos. Os lábios de Diluc eram quentes e famintos sobre os dela, havia uma mistura peculiar entre o brusco e o delicado naquele beijo e a língua dele se enroscando na dela só tornava tudo ainda mais quente entre eles e o ruivo usava toda sua força de vontade pra manter suas mãos respeitosamente apertando a cintura de Lumine.

Não havia uma parte sequer dele que não estivesse tocando o corpo dela e ainda assim ela sentia que havia espaço demais entre eles, a loira não fazia ideia do quanto havia sentido falta do toque dele até sentir de novo e todos os pensamentos e lembranças ruins serem varridos pra longe de sua mente. Enquanto Diluc mordia seu lábio inferior provocativamente, Lumine subiu suas mãos até os fios ruivos que tanto adorava os soltando e bagunçando completamente enquanto enroscavam entre seus dedos como seda macia, um gemido rouco escapou dos lábios de Diluc com a sensação. Os lábios de ambos se afastaram mas as mãos dela ainda estavam nos cabelos dele e ele mantinha sua testa encostada na dela, as respirações desreguladas e o rosto de ambos vermelho e quente.

- Se isso não deixar claro o que nada mudou pra mim Lumine, nada mais pode fazer isso - Diluc diz ainda regulando a respiração - eu respeito seu desejo de não ser tocada e prometo que esse vai ser o último beijo até que você mude de ideia. Devemos ir jantar agora.

As mãos dele se afastam da cintura dela e lentamente os dois se colocam a caminhar até a mansão, Lumine sentindo falta do calor que compartilharam minutos atrás, porém havia algo que fazia sua mente girar: ao contrário do que pensou, nenhuma lembrança traumática acabou com o momento.

Ela só pensou em Diluc naquele momento e nos dias depois daquilo.

❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥

Oe oe oe babys tudo bem com vocês? Olha só o casal de boiolas voltando a boiolar aos poucos mesmo depois dos traumas ... Ai ai eu namoro o namoro deles mesmo que estejamos na reta final da fic. Enfim se gostarem deixem a estrelinha e comentários beijos e até o próximo capítulo ❤️

Chamas Na NeveOnde as histórias ganham vida. Descobre agora